Como criar galinha d'angola
Além de carne e ovos, a ave é utilizada para fins ornamentais, controle biológico e até guarda da propriedade
São em várias cores que a galinha-d’angola se apresenta, mas a cinza-escuro com pintas brancas, da variedade pedrez, é certamente a que está no imaginário das pessoas. Em fotos, desenhos, pinturas e objetos que se referem à espécie, como os porta-ovos no formato da ave que decoram muitas cozinhas, na maioria das vezes as penas possuem essa combinação de tons, tornando-a assim a mais conhecida.
Além da beleza, a galinha-d’angola fornece carne com sabor de ave de caça, lembrando a do faisão, e ovos nutritivos, que podem contribuir para a renda mensal do criador, caso a intenção seja vender os produtos para obter lucro com a atividade.
O comércio de matrizes, filhotes ou aves ornamentais é mais uma opção para o produtor, que deve lembrar que a existência de um mercado comprador próximo às instalações do plantel é uma das condições para assegurar o retorno do investimento.
Sem exigir alimentação muito elaborada e, portanto, de preço elevado, o manejo da ave é barato. Consumidora de insetos, gafanhotos, cigarrinhas das pastagens, lagartas de esterco de gado, formigas, cupins e carrapatos, a galinha-d’angola também é considerada importante no controle biológico do meio ambiente.
Como criar
Por
ser arisca, pode ajudar na guarda da propriedade. A galinha-d’angola
cacareja imediatamente se percebe a presença de estranhos ou qualquer
anormalidade por perto. E como voa e corre com velocidade, tem
habilidade para escapar de qualquer ameaça ou ataque de predadores.Já que em cativeiro a reprodução é menor do que quando vive solta, é melhor dar preferência para aves selecionadas e com melhores condições físicas. Além disso, a dica é manter ambos os sexos sempre juntos no galinheiro, para aumentar a margem de fertilidade dos ovos. A barbela mais comprida e a crista mais pronunciada para frente, como um chifre, são duas características do macho que o diferenciam da fêmea, que possui tudo em tamanho menor.
Mãos à obra
>>> AMBIENTE Como é ave barulhenta e gosta de viver em grupo, melhor não mantê-la em locais onde há outras criações que preferem o silêncio. Com boa adaptação a qualquer clima, o plantel pode ser instalado em todas as regiões do país. Para um controle mais eficaz, dê preferência para o sistema intensivo, impedindo que as aves se dispersem e depositem os ovos em lugares de difícil acesso.
>>> VIVEIRO Madeira e alvenaria são as opções para construir um abrigo rústico, com 1 metro quadrado por cabeça. Voltada para o norte, a frente deve ser telada e as laterais, fundo e cobertura, fechadas. Poleiros com 3 metros de altura são necessários para acomodar as aves à noite. Forre o piso com palha ou serragem, para evitar umidade. Camadas com 15 centímetros de altura possibilitam às galinhas enterrarem os ovos no próprio chão, dispensando o uso de ninhos. É importante que a criação conte com um espaço cercado, com gramado para ciscar e sem telhado para tomar sol.
>>> CUIDADOS Apesar de resistentes a pragas e doenças, recomenda-se assegurar a limpeza do galinheiro para a boa saúde das aves. Desinfete as instalações semanalmente para retirar as bactérias e germes e conter a proliferação de enfermidades. Como toda criação, deve seguir um programa de vacinação e medicamentos contra as principais doenças, como coccidiose, bouba e coriza. Sempre é bom que o plantel tenha acompanhamento e orientações de um médico-veterinário.
>>> ALIMENTAÇÃO Inclui desde grãos e hortaliças até insetos. Rações destinadas para aves também alimentam as galinhas-d’angola. Nos primeiros meses de vida, forneça ração especial para acelerar o crescimento e, a partir dos seis meses, introduza uma combinação balanceada de ração com grãos e vegetais. Sirva as refeições três vezes ao dia em comedouros limpos, para não misturar com sobras que podem ter sido fermentadas.
>>> REPRODUÇÃO Inicia-se de seis a oito meses de idade. Com um manejo correto, é possível ter de duas a três posturas entre agosto e dezembro, produzindo de 50 a 60 ovos. Contudo, como as galinhas-d’angola nem sempre são boas mães, recolha os ovos para colocá-los em incubadoras com temperatura entre 37 ºC e 38 ºC, seguindo as instruções dos fabricantes. Outra alternativa é usar uma galinha comum para chocar os ovos. Após o nascimento, depois de 28 dias de choco, mantenha os filhotes separados da criação por 30 dias.
Raio X
Custo: preço médio do casal é R$ 80
Retorno: 1 ano
Reprodução: a postura anual pode chegar a 60 ovos
*Maria Virgínia F. da Silva é membro da Associação Brasileira dos Criadores de Aves de Raças Puras (ABC Aves), Rua Ferrucio Dupré, 68, CEP 04776-180, São Paulo (SP), tel. (11) 5667-3495, abcaves.com.br
Onde adquirir: a Associação dos Criadores de Raça Pura (ABC Aves) dá indicação de criadores cadastrados (ver endereço para correspondência acima)
Mais informações: João Germano de Almeida, criador e presidente da ABC Aves, tel. (11) 99135-2041
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