Comitê do Fundo de Terras discute os normativos para operacionalização do novo PNCF
Aconteceu,
nesta terça-feira (6), a 28ª reunião ordinária do Comitê Permanente do
Fundo de Terras e do Reordenamento Agrário, a importante incumbência de
discutir e aprovar da minuta do Regulamento Operativo do novo Programa
Nacional de Crédito Fundiário, que prevê regras para a operacionalização
do Programa.
O Regulamento
Operativo do novo PNCF passa a vigorar a partir da aprovação do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (Condraf), o
que deve ocorrer ainda em março.
A
expectativa é que as novas regras (ampliação do teto de financiamento,
os novos perfis de renda e patrimônio, as novas linhas de financiamento,
e o prazo de 25 anos para pagar a terra) passem a valer já na segunda
quinzena de abril, possibilitando a retomada do PNCF nos 23 estados onde
o Programa está inserido.
A
ampliação das ações de Regularização Fundiária e publicação, em DOU, da
renovação do contrato com o Banco do Nordeste também foram temas
comemorados pelos membros do Comitê.
O
subsecretario Jefferson Coriteac, fez a saudação de abertura da reunião
destacando a importância da retomada do Programa. Além dos membros
permanentes do Comitê contou com a presença do coordenação Nacional das
Delegacias Federais da Sead, do Condef, Carlos Astolfo Caetano; do
secretário de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária do
RN, Raimundo Costa, entre outros convidados.
Expectativa atendida
As
mudanças vêm ao encontro de uma antiga reivindicação dos movimentos
sociais, que viam nos baixos tetos um impeditivo para o acesso dos
agricultores familiares ao PNCF, principalmente nas regiões Sudeste e
Sul.
O diretor de gestão e finanças
da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na
Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil), Lázaro Bento, entende
como muito importante o esforço do Comitê em agilizar a aprovação da
minuta do Regulamento Operativo para que o documento possa ser aprovado
pelo Condraf num menor prazo possível. “É grande o nosso interesse em
que o programa volte a rodar nos estados, pois temos uma demanda
significativa de agricultores interessados em acessar o novo PNCF”, daí a
importância em aprovar a minuta do Regulamento nesta reunião.
A
expectativa da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) é
que as novas medidas do PNCF entrem em vigor logo, pois segundo o
secretário de Política Agrária, Elias D’angelo Borges, a uma pressão
muito grande dos sindicatos e federações para que sejam retomadas as
contratações.
Elias ressalta, ainda,
a importância de o Comitê discutir a formulação da minuta do
Regulamento Operativo. “Reconhecemos que o PNCF tem proporcionado o
desenvolvimento social de milhares de famílias e do campo como todo. Por
isso, é muito positiva a iniciativa da SRA em possibilitar que os
movimento sociais auxiliem na construção do regulamento. Nós temos muito
a ganhar, pois os ajustes propostos vão impactar positivamente na
retomada do PNCF em todo o Brasil.”, disse.
A
expectativa da Sead é que com as novas medidas o programa venha
atender, ainda em 2018, mais de 2 mil família, na maioria jovens rurais
que desejam adquirir sua terra e, de maneira digna, permanecer no campo,
dando continuidade à atividade familiar, contribuindo, dessa forma, com
a segurança alimentar do País.
De
acordo com a subsecretária de Reordenamento Agrário, Raquel Santori, as
mudanças não deram conta de atender todas as necessidades dos
agricultores, mas com as novas medidas o PNCF ficou mais atrativo e
viável. “O aumento do teto para R$140 mil e os novos valores do perfil
de renda e patrimônio vão permitir que mais agricultores, nas diferentes
regiões, possam comprar terras melhores e maiores, o que irá impactar
diretamente nos resultados e na qualidade de suas famílias”, completou.
O Comitê
O
Comitê Permanente do Fundo de Terras e Reordenamento Agrário foi criado
pela resolução Nº 34, de dezembro de 2003, do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável (Confraf). É formado por
representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, Fazenda e
Planejamento; Incra; dos governos estaduais; dos movimentos sociais de
trabalhadores e trabalhadoras rurais e da agricultura familiar; e de
entidades outras organizações sociais.
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