PIB-AGRO/CEPEA: Dinâmica desfavorável de preços diminui renda do agronegócio
PIB do Agronegócio brasileiro deve se manter praticamente estável em 2017, com ligeira elevação de 0,1%
O PIB do Agronegócio
brasileiro deve se manter praticamente estável em 2017, com ligeira
elevação de 0,1% (considerando-se informações disponíveis até abril/17 –
PIB-renda). Conforme cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada), da Esalq/USP, feitos em parceria com a CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a renda do
agronegócio tem sido pressionada pelo movimento de preços desfavorável
ao setor.
Os valores médios dos produtos do agronegócio cresceram 3,7% a menos que os preços médios da economia, na comparação entre o primeiro quadrimestre de 2017 e o mesmo período de 2016. Por outro lado, as estimativas para o PIB-volume do setor se mantêm positivas, indicando elevação de 3,9% em 2017. A Tabela abaixo apresenta os resultados detalhados por ramos e segmentos para as variações anuais do PIB-volume, dos Preços Relativos e do PIB-renda.
Pela ótica dos ramos, o agrícola segue em destaque, impulsionado principalmente pela maior produção esperada do segmento primário. Nas lavouras, as condições climáticas avaliadas até o momento foram favoráveis, o que, aliado ao movimento de expansão de área e à tendência normal de aumento da produtividade da agricultura, tem levado a boas perspectivas para a safra no ano. Tem-se, então, que a taxa anual estimada para o PIB-volume do ramo é de 6,4%, alavancada pela elevação de 20,4% no PIB-volume do segmento primário agrícola.
No ramo pecuário, a análise referente ao primeiro quadrimestre do ano aponta para recuo geral dos preços, e também do PIB-volume, levando à redução anual estimada de 2,7% no seu PIB-renda. Para volume, verifica-se que o desempenho negativo do ramo se vincula principalmente à agroindústria, mas também ao segmento primário. Quanto aos preços relativos desse ramo, destaca-se a queda real para a indústria de processamento. De acordo com pesquisadores do Cepea, de modo geral, as cadeias pecuárias tiveram como desafio no quadrimestre a fraca demanda interna. Ademais, com os desdobramentos da operação Carne Fraca, as exportações também foram prejudicadas, impactando na disponibilidade dos produtos e pressionando para baixo as cotações.
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