Seminário
Técnicos têm capacitação sobre avaliação de espécies forrageiras no semiárido
Projeto é uma parceria da Embrapa com a CNA, com investimentos de R$ 2,2 milhões em suas ações
Técnicos de nível
superior da equipe do projeto “Forrageiras para o Semiárido”
participaram, entre os dias 11 e 13 de julho, de capacitação sobre
métodos e técnicas de avaliação de plantas forrageiras, na Embrapa
Caprinos e Ovinos (Sobral-CE). Os participantes acompanharão os
trabalhos nas Unidades de Referência Técnica (URTs) do projeto, que
testará, nos próximos dois anos, forrageiras tolerantes à seca nos nove
estados do Nordeste e em Minas Gerais, para indicar aos produtores
rurais alternativas para a alimentação de seus rebanhos. O projeto é uma
parceria da Embrapa com a Confederação de Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), com investimentos de R$ 2,2 milhões em suas ações.
No treinamento desta semana, os técnicos
realizaram práticas de avaliação de gramíneas, pastagens nativas e palma
forrageira, além de realizarem coletas de solos para análises. Essas
técnicas serão executadas para a avaliação, nas URTs, de gramíneas
(capim-piatã, capim-massai, capim-buffel e capim-corrente), plantas
lenhosas (leucena, moringa e gliricídea), palmas (orelha de elefante,
miúda e Sertânia), além de culturas para produção de silagem (variedades
ou híbridos de milho, sorgo e milheto, desenvolvidos pela Embrapa e
testados no ambiente semiárido). Essas espécies serão avaliadas de forma
solteira ou em consórcio com outras.
Para os participantes, o projeto traz
potencial para atender a demandas de relevância na pecuária do
semiárido. “É uma pesquisa que vem no momento certo, para nos dar a
oportunidade de testar tecnologias em uma realidade de sequeiro,
observando a pluviosidade local”, afirmou Eduardo Barroso, engenheiro
agrônomo que acompanhará a URT em Ibaretama, no Ceará.
Já o zootecnista Josimar Torres,
responsável pelo acompanhamento da URT de Lajes, no Rio Grande do Norte,
destacou ser motivador o desafio de apresentar alternativas viáveis
para que os agricultores consigam melhor produtividade na realidade de
semiárido. “Será importante que o produtor veja, na prática, que a forma
como ele trabalha no ambiente local pode melhorar”, ressaltou ele.
Além do Ceará e Rio Grande do Norte, o
projeto Forrageiras para o Semiárido também atuará com unidades em
Fortuna (MA), São Raimundo Nonato (PI), Garanhuns (PE), Juazeirinho
(PB), Batalha (AL), Poço Verde (SE), Ipira (BA), Baixa Grande (BA),
Montes Claros (MG) e Carlos Chagas (MG). Segundo a engenheira agrônoma
Ana Carolina Mera, assessora técnica do Instituto CNA, além de
intensificar pesquisas com culturas já em teste pela Embrapa e
parceiros, o projeto também valorizará outras forrageiras nativas em
cada região de atuação.
Segundo Ana Carolina, uma das perspectivas
importantes é de que, uma vez recomendadas plantas forrageiras
adaptadas para o semiárido, os produtores possam adotá-las de forma
permanente em suas rotinas de trabalho, trabalhando-as como culturas,
integradas aos sistemas de produção para uma pecuária sustentável na
região. “Queremos orientar para um uso racional das forrageiras, com
práticas de manejo, de adubação. E que o produtor também possa
aproveitar a vegetação nativa como fonte para ampliar sua renda”,
esclareceu ela.
A assessora destacou também que as URTs já
estão em fase de implantação, com parte delas já em pleno funcionamento
até o mês de novembro. Em cada uma delas, serão realizadas, no período
do projeto, visitas de equipes da CNA e Embrapa para acompanhamento de
etapas de plantio, coletas de amostras de plantas e solo e monitoramento
das atividades.
Transferência de tecnologias
Além da pesquisa com as variedades e
espécies vegetais forrageiras, o projeto também prevê o compartilhamento
de informações sobre seus resultados. Como ferramentas para essa
transferência de tecnologias, estão previstos dias de campo nas URTs, um
futuro portal com experiências de sucesso e a Caravana Mais Forragem,
que estará presente em feiras e eventos agropecuários para apresentar
resultados de pesquisas.
Também está previsto o desenvolvimento de um aplicativo para ajudar produtores rurais a fazer orçamentação forrageira, facilitando tomadas de decisão sobre uso, conservação e reserva de alimentos para os rebanhos. O aplicativo levará em consideração a disponibilidade de forragem nativa e a demanda por alimentação dos rebanhos nas propriedades rurais.
Também está previsto o desenvolvimento de um aplicativo para ajudar produtores rurais a fazer orçamentação forrageira, facilitando tomadas de decisão sobre uso, conservação e reserva de alimentos para os rebanhos. O aplicativo levará em consideração a disponibilidade de forragem nativa e a demanda por alimentação dos rebanhos nas propriedades rurais.
Segundo a pesquisadora Ana Clara
Cavalcante, da Embrapa Caprinos e Ovinos, a pesquisa nas URTs no
semiárido fortalecerá ainda mais a base de dados para o desenvolvimento
do aplicativo, permitindo opções adequadas às realidades locais. “O
interesse é fazer com que o produtor tenha todas as condições de
produção, mesmo em ambientes mais suscetíveis às secas”, frisou ela.
O Forrageiras para o Semiárido integra o
arranjo de projetos "Estratégias para garantir a segurança alimentar de
rebanhos no ambiente semiárido", da Embrapa, envolvendo, além da Embrapa
Caprinos e Ovinos, a Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI), Embrapa Cocais
(São Luís-MA), Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar).
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