Governo anuncia R$ 190,25 bilhões com juros menores para financiar agricultura
Plano Agrícola e Pecuário
Recursos do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 contribuem para a retomada do crescimento econômico
O
presidente Michel Temer e o ministro Blairo Maggi (Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) anunciam, nesta quarta-feira (7), no Palácio
do Planalto, o maior volume de recursos da história para financiar a
agricultura brasileira. São R$ 190,25 bilhões destinados ao Plano
Agrícola e Pecuário 2017/2018, por meio do qual médios e grandes
produtores poderão acessar o crédito rural, entre 1º de julho deste ano e
30 de junho de 2018. O governo federal também reduziu, entre um e dois
pontos percentuais, os juros das operações.
O presidente Michel
Temer destacou o crescimento de 13,4% do PIB (Produto Interno Bruto)
agropecuário no primeiro trimestre deste ano, que, segundo ele,
sustentou a economia no período. E destacou que a destinação de mais de
R$ 190 bilhões para o setor não permite ser pessimista ao comportamento
da atividade econômica. "O otimismo permeia esta solenidade", frisou,
lembrando que, na semana anterior, já foram anunciados mais de R$ 30
bilhões somente para a agricultura familiar. Temer destacou ainda que o
ministro Blairo Maggi adotou medidas de desburocratização desde que
assumiu o Mapa e tem viajado ao exterior para abrir novos mercados para
os produtos brasileiros.
O montante dos
recursos destinados ao Plano Agrícola e Pecuário reforça a prioridade
dada pelo governo federal ao agronegócio e à geração de emprego e renda.
Mesmo com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de 2016, que
limitou os gastos públicos, o entendimento no Palácio do Planalto é de
que é fundamental ampliar os valores para o crédito rural em um momento
de incentivo à retomada do crescimento econômico.
Maggi falou com
entusiasmo sobre a previsão da colheita de 232 milhões de toneladas de
grãos neste ano, mas acrescentou que, incluindo toda a produção agrícola
e pecuária, o resultado anual supera 1,2 bilhão de toneladas. O
ministro enfatizou a importância da pesquisa, da tecnologia para a
posição que o Brasil ocupa no mercado mundial do agronegócio (com 6,9%
de participação) . E frisou que o crescimento da produção tem sido
alcançado preservando 61% do território nacional. "Isso não acontece em
nenhum outro país do mundo", afirmou.
O plano repercute
em criação de vagas em toda a cadeia produtiva, na geração de divisas
com exportação de produtos agropecuários, além de proporcionar
alimentação mais barata e inflação menor, beneficiando as famílias. O
agronegócio impacta a economia não apenas do campo, mas também a da
cidade, movimentando lavouras e a agroindústria de alimento, além de
setores como de máquinas e equipamentos, de vestuário e transporte de
carga. O setor é responsável por metade das exportações e por 21% do PIB
(Produto Interno Bruto) do país.
O volume de crédito
para custeio e comercialização é de R$ 150,25 bilhões, sendo R$ 116,25
bilhões com juros controlados (taxas fixadas pelo governo) e R$ 34
bilhões com juros livres (livre negociação entre a instituição
financeira e o produtor). O montante para investimento saltou de R$
34,05 bilhões para R$ 38,15 bilhões, com aumento de 12%. Apoio à
comercialização terá 1,4 bilhão.
Juros
Quanto aos juros,
houve redução de um ponto percentual ao ano nas linhas de custeio e de
investimento e, de dois pontos percentuais ao ano nos programas
prioritários voltados à armazenagem (Programa para Construção e
Ampliação de Armazéns/PCA - 6,5% a.a.) e à inovação tecnológica na
agricultura (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção
Agropecuária/Inovagro - 6,5% a.a.).
No custeio, os
juros caíram de 8,5% ao ano e 9,5% ao ano para 7,5% e 8,5%. O mesmo
aconteceu para os programas de investimento, à exceção do PCA e
Inovagro, nos quais a taxa foi fixada em 6,5% ao ano.
Para acompanhar o
crescimento da produção agrícola, que deve se situar em 232 milhões de
toneladas de grãos, com aumento de 24,3% em relação à safra 2016/2017,
com perspectivas de superar tal recorde em 2017/18, o governo federal
garante recursos para investimento em armazenagem, de R$ 1,6 bilhão.
Nessa temporada, os cerealistas também serão beneficiados no plano.
Os recursos para
armazenagem, de acordo com o secretário de Política Agrícola do Mapa,
Neri Geller, vão ajudar o produtor a suprir a necessidade de logística,
beneficiando cerealistas e cooperativas, que terão prazo de amortização
do crédito em até 15 anos.
O Pronamp (Programa
Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) terá juros de 7,5% ao ano e
contará com R$ 21,7 bilhões, com alta de 12%. Os médios produtores
rurais terão à disposição R$ 18 bilhões em custeio e R$ 3,7 bilhões em
investimentos.
O programa de
Inovação Tecnológica (Inovagro) tem uma linha de crédito para apoiar o
uso da conectividade no campo. Isso contribuirá para melhorar ainda mais
a gestão das propriedades rurais, por meio da informatização e do
acesso à internet. A inovação tecnológica é um dos principais fatores
para alavancar a produtividade agrícola.
O Inovagro contará,
neste ano agrícola, com R$ 1,26 bilhão, com limite de R$ 1,1 milhão por
produtor. O programa financia, por exemplo, equipamentos de agricultura
de precisão.
Entre as novidades
do plano está a retomada da linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) para renovação de canaviais
(Prorenova Rural), com recursos de R$ 1,5 bilhão, em condições
favorecidas.
Moderfrota
O Programa de
Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e
Colheitadeiras (Moderfrota) passa a contar com R$ 9,2 bilhões, com
incremento de 82,2%. A compra de máquinas e implementos agrícolas terá o
limite de financiamento de 90% do valor financiado, com prazo de
pagamento de 7 anos.
O limite de
financiamento de custeio é de R$ 3 milhões por produtor, por
ano-agrícola. Para o médio produtor, o limite é de R$ 1,5 milhão. O
prazo de pagamento é de 14 meses para produtores de grãos.
O governo elevou a
abrangência de finalidades financiadas com a fonte LCA (Letra de Crédito
do Agronegócio) e espera atingir o montante de R$ 27,3 bilhões, dessa
fonte, no financiamento da cadeia do agronegócio.
Em 2018, o produtor
poderá contar com R$ 550 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do
Seguro Rural (PSR), com aumento de 37,5%. O PSR oferece ao agricultor a
oportunidade de proteger sua produção agrícola com custo reduzido, por
meio de auxílio financeiro do governo federal.
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