Crise
Crise política altera as expectativas da agropecuária
Plano Safra deve ser confirmado, mas discussões do Furural e das reformas tendem a ser postergadas
A crise política no
governo Michel Temer eclodiu no momento em que são discutidas pautas de
impacto econômico para os produtores rurais e tende a alterar o
andamento dessas negociações. É o caso da mobilização do setor por um
alívio na cobrança de dívidas com o Funrural, que pode deixar de chegar a
um desfecho nos prazos pretendidos, e da Reforma da Previdência, que
fica com grandes chances de ser adiada. Já o Plano Safra de 2017/2018
não será afetado, garante o secretário de Política Agrícola do
Ministério da Agricultura, Neri Geller. “Não vamos perder o foco. Não
mudou absolutamente nada”, afirma.
De acordo com Geller, o Plano Safra será
lançado até 5 de junho, como previsto anteriormente. Na quinta-feira da
próxima semana deve receber o voto do Conselho Monetário Nacional, que é
o órgão que valida os programas e taxas de juros que serão praticados
no próximo ciclo. O secretário avisa que o Plano Safra deve contar com,
no mínimo, R$ 182 bilhões e que o Ministério da Fazenda já teria
concedido redução de juros para programas de investimento, sem informar,
no entanto, qual seria o percentual. “A partir de 1º de julho estarão
em vigor todas as plataformas dos programas nas agências financeiras.
Podemos garantir isso”, promete.
O deputado federal Luis Carlos Heinze
considera que, por serem temas urgentes, as decisões do Funrural e o
Plano Safra não poderão ser atingidos pela crise na esfera política. “Eu
e outros colegas vamos manter o diálogo com o governo para fechar essas
questões. Independentemente de quem estiver na Presidência (da
República), têm coisas que precisam ser decididas logo”.
Em relação à reforma da Previdência, o
deputado federal Heitor Schuch acredita que é pouco provável que o tema
seja debatido ainda neste semestre. “Não há clima para votar
absolutamente nada nos próximos 30 dias e, em julho, temos o recesso.
Agora todo o foco está voltado para o cenário político nacional e não
para projetos e nem PECs”, ressalta. O parlamentar acredita que a
Reforma Trabalhista, que tramita no Senado, e a Previdenciária, na
Câmara dos Deputados, vão ter andamento por serem pautas já iniciadas.
“Certamente, o governo vai retomar a discussão, só que perderá ainda
mais apoio”, prevê.
Em nota, a Fetag/RS diz que é “urgente”
que o governo federal retire de pauta a discussão das reformas
Previdenciária e Trabalhista e que o presidente Michel Temer peça
afastamento do cargo até que todos os fatos se esclareçam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ajude o nosso Blog.