Análise semanal do mercado do milho
Fator clima continua sendo o elemento central neste momento
As cotações do milho
em Chicago subiram um pouco durante esta semana, porém, não se
sustentaram, não refletindo, como no caso da soja, a especulação
climática existente nos EUA. Ou seja, estamos diante de uma grande
contradição, pois o milho é o produto que deveria ser mais atingido pelo
excesso de chuvas deste momento nos EUA. Assim, o bushel do cereal
fechou o dia 04/05 em US$ 3,58, contra US$ 3,62 uma semana antes. A
média de abril ficou em US$ 3,60, contra US$ 3,62/bushel em março.
O fator clima continua sendo o elemento
central neste momento, mesmo que os efeitos especulativos, por enquanto,
não sejam grandes no mercado do cereal. Além disso, o mercado espera o
relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia
10/05. Segundo o mercado, “o relatório poderá cortar estoques da safra
velha de milho e soja devido às exportações. Porém, deverá elevar
substancialmente os estoques de soja da safra nova e cortar os estoques
de milho.” (cf. Safras & Mercado)
Por outro lado, até o dia 30/04 o
plantio de milho nos EUA estava dentro da média histórica, ou seja, 34%
da área esperada. Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB de milho
fechou a semana na média de US$ 163,00 e US$ 100,00 respectivamente.
No Brasil, a média no balcão gaúcho
ficou em R$ 22,08/saco, acusando leve melhoria em relação às semanas
anteriores. Já os lotes oscilaram entre R$ 26,50 e R$ 27,00/saco. Nas
demais praças nacionais os lotes de milho giraram entre R$ 17,50 em
Sapezal (MT) e R$ 27,50/saco em Videira (SC).
Na região
paulista da Sorocabana o mercado disponível se manteve entre R$ 24,00 e
R$ 25,00/saco,enquanto o referencial Campinas se manteve em R$
28,50/saco CIF igualmente no disponível (cf. Safras & Mercado).
Por sua vez, as exportações de milho
brasileiras registraram um volume de apenas 154.700 toneladas em abril,
com preço médio de US$ 175,00/tonelada.
Já a colheita da safra de verão no
Centro-Sul brasileiro atingiu a 90% da área no final de abril, sendo
Minas Gerais o estado mais atrasado com 70% da área colhida até esta
data.
Enfim, neste dia 04/05 o governo liberou
dois editais de 200.000 toneladas cada um, para leilões de Pepro e de
Pep. Segundo Safras & Mercado, o primeiro, que autoriza a venda de
milho derivado dos leilões para São Paulo, o que deverá prejudicar
produtores locais. Depois exige RE (documento de exportação) para os
lotes destinados a exportação. Não são todas as tradings que fornecem
este documento ao produtor. Além disso, os volumes dos leilões podem
provocar forte queda nos prêmios praticados.
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