Proposta do governo ainda prejudica mulheres rurais na reforma da Previdência
Inicialmente, a PEC igualava os trabalhadores rurais aos urbanos
O parecer da
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, apresentado na Comissão
Especial, confirmou novo recuo do governo na proposta para a
aposentadoria rural. Além da manutenção dos 60 anos de idade mínima dos
homens, já antecipados na terça-feira, 18, o substitutivo do relator,
Arthur Maia (PSD/BA), prevê 57 anos para as agricultoras e 15 anos de
comprovação de atividade para ambos. 'Avançamos em pontos importantes,
mas o projeto ainda não atende a integralidade dos nossos pleitos',
afirma o deputado federal Heitor Schuch (PSB/RS), que esteve reunido com
o Assessor Especial da Assessoria Especial da Casa Civil da Presidência
da República Renato Vieira, em Brasília, acompanhado por representantes
da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da
Federação dos Agricultores na Agricultura (Fetag/RS).
No encontro, o parlamentar reforçou a
necessidade de manutenção das atuais regras para os trabalhadores
rurais, como os 55 anos para as mulheres e contribuição sobre a produção
comercializada, e não individual e direta como como está na reforma da
Previdência, com valor igual ou menor do que o Micro Empreendedor Rural
(MEI), hoje de 5% sobre o salário mínimo por mês. 'A pressão funcionou e
o governo cedeu, mas a proposta segue penalizando as mulheres e
inviabilizando a permanência dos agricultores no sistema, já que grande
parte não terá como fazer a contribuição mensal, porque a renda da
propriedade é sazonal, conforme a safra e, muitas vezes, acaba sendo
frustrada pelo clima', afirma Schuch, que é presidente da Frente
Parlamentar da Agricultura Familiar. 'Precisamos intensificar a
mobilização, junto com a Contag, Fetag/RS e os sindicatos.'
Inicialmente,
a PEC igualava os trabalhadores rurais aos urbanos, exigindo 65 anos de
idade mínima para ambos os sexos, e comprovação de 25 anos de
atividade. Entre os pontos que também avançaram em relação à proposta
original estão a possibilidade de acúmulo de aposentadoria e pensão até
dois salários mínimos e benefício assistencial LOAS de um salário
mínimo.
Após a leitura do parecer, houve um
pedido de vistas coletivo por parte dos deputados, deixando as
discussões para a esta semana. O início da votação na comissão está
previsto para o dia 2 de maio.
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