terça-feira, 25 de abril de 2017


Proposta do governo ainda prejudica mulheres rurais na reforma da Previdência

Inicialmente, a PEC igualava os trabalhadores rurais aos urbanos

O parecer da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, apresentado na Comissão Especial, confirmou novo recuo do governo na proposta para a aposentadoria rural. Além da manutenção dos 60 anos de idade mínima dos homens, já antecipados na terça-feira, 18, o substitutivo do relator, Arthur Maia (PSD/BA), prevê 57 anos para as agricultoras e 15 anos de comprovação de atividade para ambos. 'Avançamos em pontos importantes, mas o projeto ainda não atende a integralidade dos nossos pleitos', afirma o deputado federal Heitor Schuch (PSB/RS), que esteve reunido com o Assessor Especial da Assessoria Especial da Casa Civil da Presidência da República Renato Vieira, em Brasília, acompanhado por representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Federação dos Agricultores na Agricultura (Fetag/RS).

No encontro, o parlamentar reforçou a necessidade de manutenção das atuais regras para os trabalhadores rurais, como os 55 anos para as mulheres e contribuição sobre a produção comercializada, e não individual e direta como como está na reforma da Previdência, com valor igual ou menor do que o Micro Empreendedor Rural (MEI), hoje de 5% sobre o salário mínimo por mês. 'A pressão funcionou e o governo cedeu, mas a proposta segue penalizando as mulheres e inviabilizando a permanência dos agricultores no sistema, já que grande parte não terá como fazer a contribuição mensal, porque a renda da propriedade é sazonal, conforme a safra e, muitas vezes, acaba sendo frustrada pelo clima', afirma Schuch, que é presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar. 'Precisamos intensificar a mobilização, junto com a Contag, Fetag/RS e os sindicatos.'

Inicialmente, a PEC igualava os trabalhadores rurais aos urbanos, exigindo 65 anos de idade mínima para ambos os sexos, e comprovação de 25 anos de atividade. Entre os pontos que também avançaram em relação à proposta original estão a possibilidade de acúmulo de aposentadoria e pensão até dois salários mínimos e benefício assistencial LOAS de um salário mínimo.

Após a leitura do parecer, houve um pedido de vistas coletivo por parte dos deputados, deixando as discussões para a esta semana. O início da votação na comissão está previsto para o dia 2 de maio.

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