Cana-de-açúcar
Moagem prevista para o centro-sul na safra 2017/2018 é de 585 milhões de toneladas
Queda de 22,14 milhões de toneladas em relação às 607,14 milhões de toneladas processadas na safra anterior
A projeção indica
uma moagem de 585 milhões de toneladas, queda de 22,14 milhões de
toneladas em relação às 607,14 milhões de toneladas processadas na safra
anterior. Esta queda resulta, sobretudo, da ligeira retração na área
disponível para colheita e da diminuição esperada na produtividade
agrícola do canavial a ser colhido no ciclo 2017/2018.
Os dados apurados e compilados pela
UNICA e demais associações, bem como o mapeamento da lavoura a partir de
imagens de satélite, apontam para uma redução de aproximadamente 1,5%
na área disponível para colheita em 2017/2018. Esse recuo decorre da
estagnação da área cultivada e da maior renovação do canavial com
plantio de 18 meses.
Com efeito, informações sobre o plantio
coletadas pelo CTC no início de 2017, para uma amostra de 230 empresas,
revelam um crescimento de 45,12% na área de cana plantada entre dezembro
de 2016 e março de 2017, quando comparado ao índice registrado no mesmo
período dos anos anteriores. O maior plantio foi estimulado pela
necessidade de renovação do canavial e pelos preços mais remuneradores
observados ao longo do ciclo 2016/2017.
Em relação à produtividade agrícola,
dois fatores principais influenciaram a expectativa de queda para a
safra 2017/2018: a redução na quantidade de cana bisada e o
envelhecimento do canavial.
No ciclo 2016/2017, quase 8% da área
colhida foi representada por cana bisada, cujo rendimento agrícola médio
atingiu 97,19 toneladas por hectare. Já para a safra 2017/2018, este
percentual deve totalizar cerca de 1%, reduzindo, portanto, o efeito
positivo dessa variável sobre a produtividade média do canavial colhido
no Centro-Sul.
No tocante ao envelhecimento do
canavial, no último ano a área de reforma e de expansão da lavoura
respondeu por apenas 14,5% da área colhida, muito aquém dos 18% que
deveriam ser observados em uma condição regular de produção. Como
resultado, a idade média do canavial disponível para a colheita no ciclo
2017/2018 aumentou: saltou de 3,55 anos registrados na safra 2016/2017,
para 3,72 anos na 2017/2018.
O efeito do envelhecimento da lavoura e
da menor proporção de cana bisada sobre o rendimento agrícola deve ser
atenuado pelas melhores condições climáticas observadas até o momento em
diversas regiões canavieiras e pela retomada dos tratos culturais em
níveis satisfatórios ao longo do último ano. Adicionalmente, no ciclo
2016/2017 a produtividade agrícola foi impactada pela geada que acometeu
parte dos canaviais - fenômeno que, a princípio, não deve ocorrer nessa
nova safra.
Como consequência direta da conjunção de
todos esses elementos supramencionados, o rendimento esperado para a
área a ser colhida no ciclo 2017/2018 apresenta queda de aproximadamente
2% na comparação com o último ano, quando alcançou 76,64 toneladas de
cana por hectare.
Número de unidades em operação
A capacidade de moagem e o número de unidades em operação não devem sofrer alteração significativa na safra 2017/2018.
Levantamento conduzido pela UNICA e
demais sindicatos do Centro-Sul indica que duas unidades fechadas nos
últimos anos devem ser reativadas no ciclo que se inicia, sendo uma no
Estado de São Paulo e outra no Mato Grosso do Sul.
Em contrapartida, quatro unidades que
operaram na última safra não devem processar cana em 2017. Devido à
baixa oferta de matéria-prima, essas empresas decidiram direcionar a
cana-de-açúcar para processamento em outras plantas industriais.
Qualidade da matéria-prima
A projeção para a quantidade de Açúcares
Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana é de 134,40 kg na safra
2017/2018, contra 133,03 kg verificados no último ano.
Produção de açúcar e de etanol
Do volume total de matéria-prima a ser
processada na safra 2017/2018, a UNICA estima que 46,99% deverá ser
destinada à produção de açúcar. Com isso, a fabricação projetada é de
35,20 milhões de toneladas de açúcar, ligeira queda de 1,2% no
comparativo com as 35,63 milhões de toneladas a registradas na safra
2016/2017.
Esse cenário fundamenta-se na
expectativa de que a menor quantidade de matéria-prima deva limitar a
expansão da produção de açúcar, mesmo com o aumento observado na
capacidade instalada de cristalização no Centro-Sul.
Nesse contexto, a produção esperada de
etanol deverá somar 24,70 bilhões de litros, retração de 3,71% no
comparativo com os 25,65 bilhões verificados na safra 2016/2017. Deste
volume, 10,84 bilhões serão de etanol anidro e 13,86 bilhões de litros
de hidratado.
A produção estimada de etanol incorpora
mais de 300 milhões de litros fabricados no Brasil a partir de milho.
Com efeito, o volume produzido de etanol de milho no ciclo 2016/2017
totalizou 234,15 milhões de litros, sendo 36,64 milhões de litros de
etanol anidro e 197,51 milhões de litros de hidratado.
O volume de produção projetado,
associado a um crescimento de 0,50% previsto para o consumo de
combustíveis leves no País, apontam para uma retração próxima de 600
milhões de litros das vendas de etanol hidratado carburante na safra
2017/2018 em relação ao ciclo anterior. No caso do anidro, a estimativa
indica um crescimento superior a 200 milhões de litros para o mesmo
período.
No que tange à exportação do
biocombustível pelo Centro-Sul, esta deve totalizar cerca de 1,10 bilhão
de litros no ciclo 2017/2018, abaixo do volume registrado em 2016/2017
(1,36 bilhão de litros)
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