Mercado do leite no RN é tema de debate na EMPARN
No Seminário Técnico mensal
realizado nesta segunda-feira (27) no auditório da sede da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), o Coordenador de
Produção Animal, Manoel Neto, palestrou para pesquisadores, técnicos e
demais interessados sobre o tema “Panorâmica da Cadeia do Leite no RN –
Gargalos e Oportunidades”. Com base em pesquisas e estatísticas
coletadas nos últimos anos, ele falou sobre as produções leiteiras
brasileira, nordestina e potiguar.
Segundo o Coordenador de Produção Animal,
de acordo com o último levantamento realizado entre 2014 e 2015, no Rio
Grande do Norte existiam 83.053 estabelecimentos agropecuários, dos
quais, 29%, ou seja, 24.352, com produção de leite. Desse total, mais de
20 mil são produtores familiares e apenas 3.640 mil não familiares. Na
região do Seridó, a de maior produção leiteira, está concentrada a
maioria dos produtores familiares, cerca de cinco mil. Em todos os
municípios do RN existe algum tipo de produção leiteira.
Para Manoel Neto, o Rio Grande do Norte se
destaca no Nordeste em quantidade de vacas produzindo leite. Do rebanho
efetivo bovino, de 918.952 cabeças, cerca de 29% ou 267.127 mil vacas
são ordenhadas. Um dos grandes problemas no RN é a sanidade animal. Os
estabelecimentos industriais fiscalizados processam apenas 18,9% do
leite, enquanto na Paraíba são 28,4% e no Ceará, 52%.
Apesar do leite ser uma commoditie, no Rio
Grande do Norte o Programa do Leite é o maior balizador de preço.
Apesar disso, as queijeiras artesanais - que são as grandes absorvedoras
de leite - não fazem parte do programa. Da produção total de leite, 67%
são pasteurizados e o restante é absorvido pelas queijeiras.
Mesmo com problemas como a estiagem
prolongada e a queda na produção nos últimos anos, Manoel Neto acredita
que há espaço para ampliar o consumo de leite e de produtos derivados no
estado. Há uma ociosidade na área de processamento que precisa ser
ocupada. Ele mostrou que há necessidade de melhoria do nível de
exploração da atividade leiteira; garantia de recursos do programa RN
Sustentável para o fortalecimento da pecuária de leite; aumento da
produtividade de leite em áreas com disponibilidade hídrica e maior
conhecimento dos incentivos fiscais para as indústrias, como o reembolso
do PIS/COFINS.
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