Em fevereiro, IBGE prevê safra de grãos 21,8% maior que a de 2016
A segunda estimativa de 2017 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 224,2 milhões de toneladas, 21,8% superior à obtida em 2016 (184,0 milhões de toneladas).
Por
IBGE
A segunda estimativa
de 2017 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas
totalizou 224,2 milhões de toneladas, 21,8% superior à obtida em 2016
(184,0 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de
60,3 milhões de hectares, apresentando acréscimo de 5,7% frente à área
colhida em 2016 (57,1 milhões de hectares). Frente à informação de
janeiro, a produção variou positivamente 1,3% e a área 0,8%. O arroz, o
milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que,
somados, representaram 93,0% da estimativa da produção e responderam por
87,1% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve
acréscimo de 2,1% na área da soja, de 11,1% na área do milho e de 2,0%
na área de arroz. No que se refere à produção, houve acréscimos de 13,2%
para a soja, de 11,1% para o arroz e de 39,6% para o milho. A
publicação completa da pesquisa pode ser acessada
aqui.
Nessa avaliação para 2017, o Mato Grosso
liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de
24,3%, seguido pelo Paraná (18,7%) e Rio Grande do Sul (14,8%), que,
somados, representaram 60,3% do total nacional previsto. Outros estados
importantes na produção de grãos foram Goiás (10,1%), Mato Grosso do Sul
(7,7%), Minas Gerais (5,9%), Bahia (3,6%), São Paulo (3,6%), Santa
Catarina (2,9%) e Maranhão (2,0%) que integram também o grupo dos dez
maiores produtores do País.
Estimativa de fevereiro para a safra 2017 é 1,3% maior que a de janeiro
No Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola de fevereiro destacaram-se as variações nas seguintes
estimativas de produção, comparativamente ao mês de janeiro: café
canephora (3,8%), soja (1,3%), arroz (1,0%), milho (0,5%) e algodão
(-2,0%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - A
estimativa da produção brasileira de algodão para 2017 foi reduzida em
2,0% frente ao mês anterior, passando para 3.650.823 toneladas. A área a
ser plantada foi reduzida em 0,8%, passando a 956.254 hectares,
enquanto que o rendimento médio foi reduzido em 1,2%. O GCEA/BA reduziu
em 4,4% a estimativa da produção da Bahia, segundo maior produtor do
país, em decorrência da reavaliação do rendimento médio, que apresentou
queda de 5,1% frente ao mês anterior. Já Goiás, teve sua estimativa de
produção reduzida em 26,0% pelo GCEA/GO, que constatou uma redução de
mesmo percentual na área plantada com a cultura. O GCEA/MT manteve as
estimativas de MT, maior produtor do país com participação de 66,3% do
total a ser colhido este ano.
ARROZ (em casca) - O ano de 2017 segue
apresentando condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da
cultura nos principais estados produtores, fato que reflete numa
expectativa de crescimento na produção nacional do cereal. O país deve
produzir um total de 11.759.096 toneladas, numa área de 1.977.433
hectares, com rendimento médio de 5.947 kg/ha. Em fevereiro, houve um
acréscimo de 1,0% na estimativa de produção nacional com relação ao mês
anterior, influenciada principalmente pelo aumento de 1,0% na área
plantada e a ser colhida no Rio Grande do Sul onde, de acordo com a
Emater/Ascar, boa parte dos municípios superou a intenção de plantio
informada. Com isso, estima-se que o estado deve alcançar 1.102.383
hectares de área plantada. Nas demais regiões do país não houve
significativa alteração na estimativa de produção, o que acaba por não
impactar de forma sensível os números da produção nacional até então
levantados.
CAFÉ CANEPHORA (em grão) - A estimativa
da produção alcança 540.189 toneladas, ou 9,0 milhões de sacas de 60 kg,
aumento de 3,8% frente ao mês anterior. A área plantada e a área a ser
colhida aumentaram 14,4% e 0,7%, respectivamente, enquanto o rendimento
médio aumentou 3,0%. O GCEA/ES revisou as estimativas para o Espírito
Santo, maior produtor nacional do café canephora (conillon). A
estimativa da produção deve alcançar 339. 367 toneladas, aumento de 6,1%
frente ao mês anterior, reflexo dos aumentos de 1,1% na área a ser
colhida e de 4,9% no rendimento médio. A área plantada foi revista para
312.255 hectares, aumento de 24,0%, renovando o ânimo dos produtores em
investir nas lavouras e recuperar a capacidade de produção dos cafezais
para os próximos anos. Em 2015 e 2016, em decorrência da seca que
assolou as principais regiões produtoras do estado, as lavouras sentiram
em diferentes graus as condições climáticas adversas, muitas,
inclusive, sem condições de recuperação, havendo necessidade de
replantio. Após o retorno das chuvas no final de 2016, os técnicos vêm
avaliando as condições das lavouras e melhorando mês a mês as
estimativas de produção para 2017.
MILHO (em grão) - A estimativa de
produção de milho em 2017 segue em elevação, alcançando em fevereiro um
volume esperado de 88.458.923 toneladas, aumento de 0,5% em relação ao
mês anterior. Tanto a produção de milho de 1ª safra quanto a de 2ª safra
colaboraram para a elevação do volume previsto para 2017. A estimativa
da produção do milho 1ª safra passou a 29.838.994 toneladas, um
acréscimo de 0,6%. Este aumento foi motivado principalmente pela
expectativa de maior produtividade na Região Sul, maior produtora da
safra de verão com 43,7% do volume total, e que elevou o rendimento
médio esperado em 1,2%, podendo alcançar 7.672 kg/ha. Minas Gerais, que
mais uma vez deve ocupar o posto de maior produtor de milho na 1ª safra,
teve suas áreas reavaliadas positivamente em 1,9% pelo GCEA/MG, com
destaque para as regiões de Conceição das Alagoas, no Triângulo Mineiro,
e São João del Rei, na Região Central, impactando sua produção em 1,0%.
O Estado deve produzir 5.693.048 toneladas neste ano. Já na 2ª safra, a
Região Centro-Oeste deve responder por 65,7% da produção nacional com
38 505 429 toneladas. Esse volume representa um acréscimo de 0,6% na
produção da região comparado aos previsto no mês anterior. O GCEA/GO
aumentou em 179 719 toneladas a estimativa da produção de Goiás, em
razão de um acréscimo de 2,2% na área plantada. Esta estimativa,
juntamente com um aumento de 98.500 hectares de área cultivada no Pará,
prevista pelo GCEA/PA, que também aumentou em 375.750 toneladas sua
estimativa de produção em relação ao mês anterior, contribuiu para o
aumento de 0,5% do volume produzido na 2ª safra no país, que passa a ser
de 58.619.929 toneladas, representando 66,3% da produção nacional do
grão.
SOJA (em grão) - Com a colheita
adiantada nos principais estados produtores, a expectativa de safra
recorde em 2017 está mantida e segue em crescimento, com uma produção
estimada em 108.404.791 toneladas, valor 1,3% superior ao divulgado em
janeiro, o que representou um crescimento de 1.365.383 toneladas. As
boas condições climáticas neste início do ano favoreceram o
desenvolvimento das lavouras e, conseqüentemente, elevou em 1,1% o
rendimento médio. O Mato Grosso do Sul, através do seu GCEA, aumentou
sua estimativa de produção em 6,5%, que deve atingir 8.262.000 toneladas
um novo recorde no estado. Com o andamento da colheita e a manutenção
das boas condições climáticas, a produtividade das lavouras do estado
foi elevada em 5,9% este mês. O mesmo ocorreu nos estados do Paraná
(1,4%), Rio Grande do Sul (1,1%), e Goiás (2,1%). Além das boas
condições climáticas, os preços elevados na época do plantio
proporcionaram um alto investimento dos produtores em tecnologia,
alcançando recorde de produção em vários estados. Porém, a expectativa
de safra recorde no Brasil e nos Estados Unidos tem influenciado os
preços do produto nas bolsas internacionais. Segundo informações do
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), os preços da
soja nos últimos 30 dias no porto de Paranaguá (PR), passou de R$ 79,60
para R$ 72,50, uma queda em torno de 9,0%.
Estimativa de fevereiro de 2017 em relação à produção de 2016
Dentre os vinte e seis principais
produtos, dezesseis apresentaram variação percentual positiva na
estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em
caroço (8,2%), amendoim em casca 2ª safra (35,7%), arroz em casca
(11,1%), batata-inglesa 1ª safra (4,9%), batata-inglesa 2ª safra (3,6%),
cacau em amêndoa (28,4%), café em grão-canephora (15,3%), cebola
(0,2%), feijão em grão 1ª safra (40,1%), feijão em grão 2ª safra
(37,8%), mamona em baga (18,4%), milho em grão 1ª safra (22,7%), milho
em grão 2ª safra (50,2%), soja em grão (13,2%), sorgo em grão (62,4%) e
triticale em grão (11,9%). Com variação negativa foram dez produtos:
amendoim em casca 1ª safra (-2,3%), aveia em grão (-20,5%),
batata-inglesa 3ª safra (-16,1%), café em grão - arábica (-16,7%),
cana-de-açúcar (-1,0%), cevada em grão (-1,0%), feijão em grão 3ª safra
(-0,8%), laranja (-7,4%), mandioca (-12,5%) e trigo em grão (-3,6%).Os
levantamentos de Cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados em
colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do
Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando
um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra das
principais lavouras brasileiras, iniciado em outubro de 2007.
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