Crise da carne brasileira deixa mercado produtor em estado de alerta
As revelações feitas pela operação da Polícia Federal mostrou um esquema de pagamento de propina a fiscais agropecuários para liberar carnes adulteradas sem fiscalização criou uma séria de problemas para as exportações brasileiras. O escândalo apontou cerca de 30 empresas de produção e distribuição de carne, que segundo a PF, teriam usado substâncias para ‘mascarar’ a aparência de carnes podres. Além de revelar que havia carnes estragadas, também mostrou que as empresas usavam papelão na composição de salsichas e linguiças, além de não fazerem a refrigeração regulamentar.As empresas investigadas envolvem nomes de algumas das principais indústrias de carne do país, entre elas a JBS, dona da Friboi a da Seara, e a BRF, dona da Sadia e da Perdigão. O setor de exportação de carne é um dos principais da economia brasileira, sendo responsável por US$ 12 bilhões em negócios, por ano.
O governo brasileiro reagiu e o presidente Temer apresentou números para mostrar que os casos investigados pela PF são pontuais e não comprometem o sistema brasileiro de fiscalização. Ele também anunciou a criação de uma força-tarefa do Ministério da Agricultura, que já colocou os 21 frigoríficos envolvidos na operação da PF sob “regime especial de fiscalização”.
A reação foi imediata e os países da União Europeia decidiu que quaisquer estabelecimento implicado na fraude terão suspensas as exportações. A proposta é analisar a situação e aumentar a fiscalização sobre a carne brasileira. Entre os destinatários dos produtos suspeitos estão os principais mercados brasileiros: China, União Europeia, Japão e países do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Kuwait. A relação mostra os frigoríficos, os produtos exportados e os países de destino.
O ministro Blairo Maggi criticou a PF pelo que ele chamou de “erros técnicos” cometidos na operação. Segundo ele, a polícia considerou que alguns frigoríficos adotaram práticas proibidas e, na verdade, elas são permitidas pela regulamentação do setor.
Três pontos foram contestados: o uso de ácido considerado cancerígeno na mistura de alimentos, a utilização de papelão em lotes de frango e de carne de cabeça de porco –algo que a PF disse ser “sabidamente proibida”. O ministro ressalta que “Não estou dizendo que não tenha sentido a investigação. Quando estamos falando “fiquem tranquilos”, é porque a gente conhece a maior parte do nosso sistema, 99% dos produtores de alimentos fazem as coisas certas”, disse ele.
Para a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) vem a público defender “Defender rígido processo de apuração e, mediante comprovação, punição severa apropriada à gravidade da situação. Diz ainda que “Lamentamos a existência dessas denúncias e de possível atuação irresponsável de grupos isolados de representantes da indústria frigorífica e de fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura. Essas acusações contrariam todo o esforço da nossa classe de produtores rurais que segue rígidas normas de segurança para a produção de carne bovina.
Para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em nota, diz que “as apurações da Polícia Federal indicam um crime contra a população brasileira, que merece ser punido com todo o rigor. Neste momento, toda a atenção é necessária para separarmos o joio do trigo. Muitas ações já foram implementadas para corrigir distorções e combater a corrupção e os desvios de conduta e novas medidas serão tomadas. stou coordenando as ações, pessoalmente, já determinei o afastamento imediato de todos os envolvidos e a instauração de procedimentos administrativos. Todo apoio será dado à PF nas apurações. Minha determinação é tolerância zero com atos irregulares no MAPA.
NOTA DO BLOG: A sociedade brasileira precisa saber urgentemente o que está acontecendo por trás dessas denuncias de carne adulterada. A quem interessa essas denuncias? O produtor brasileiro que trabalha honestamente é que não pode pagar o pato.
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