Algodão brasileiro apresenta competitividade em solo norte-americano
Lavoura de algodão. As cultivares BRS 286, BRS 293, BRS 335 foram avaliadas no Mississippi, Tennessee e Texas
Três
cultivares convencionais de algodão desenvolvidas pela Embrapa estão
sendo testadas em lavouras americanas dos estados de Mississippi,
Tennessee e Texas, e têm apresentado alta produtividade e baixo custo de
produção.
“Os primeiros testes demonstraram a excelente qualidade da genética da Embrapa”, informa o gerente-adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, Rafael Vivian. “A introdução de cultivares convencionais − BRS 286, BRS 293 e BRS 335 − nos Estados Unidos, onde 98% dos plantios são com o produto transgênico, é uma conquista para o Brasil participar do mercado internacional de sementes de algodão”, enfatiza.
O gerente ressalta a importância de o País estar entrando com um produto não-transgênico em um ramo tradicional da agricultura norte-americana. “Além de introduzir genética brasileira em um país com longo histórico no cultivo do algodão, estamos rompendo barreiras culturais na adoção de uma tecnologia genuinamente tradicional”, reforça Vivian.
Produtores americanos encontraram nas cultivares brasileiras ótima oportunidade para voltar à cultivar de algodão convencional, atraídos pela relação custo-benefício mais atraente. O custo de semear um hectare de algodão geneticamente modificado, o transgênico, gira em torno de 250 dólares por hectare. Isso inclui uma taxa tecnológica de US$ 200/ha, que representa os royalties que as empresas de sementes cobram do produtor pelo uso da transgenia, mais o custo das sementes que é de US$ 50/ha. “Quanto às cultivares convencionais (não transgênicas), esse custo não chega a US$ 50/ha, que é o custo da semente, apenas”, compara Valdinei Sofiatti, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, Unidade responsável pelo desenvolvimento das cultivares de algodão da Embrapa.
As cultivares convencionais de algodão da Embrapa tornaram-se uma opção atraente nos Estados Unidos especialmente porque as cultivares transgênicas já não apresentam os mesmos benefícios de antes no manejo de lagartas e plantas daninhas. Sofiatti explica que as lagartas deixaram de ser problema sério e a planta daninha Amaranthus palmeri tornou-se resistente ao herbicida glifosato, antes usado para seu controle. “Alguns agricultores americanos já não veem razão para pagar caro por uma tecnologia que não resolve seus problemas mais sérios, antes controlados com eficiência pela transgenia”, observa Sofiatti.
A baixa incidência de lagartas nas lavouras estadunidenses de algodão está relacionada à erradicação de outra praga, o bicudo-do-algodoeiro. Livres da principal praga que assolava a cultura, os produtores reduziram a quantidade de aplicações de inseticida nas lavouras. Como consequência, outros insetos inimigos naturais das lagartas, antes dizimados pelo inseticida, foram preservados. Eles agora promovem um controle natural das lagartas cuja incidência permanece abaixo do nível de dano econômico.
“A única forma de ser competitivo em qualquer mercado é ter um custo de produção mais baixo”, afirma Sofiatti. Ele diz que os benefícios da transgenia estão sendo insuficientes para cobrir o custo da taxa tecnológica e, por isso, alguns produtores americanos estão procurando plantar variedades convencionais, hoje muito raras naquele país. “Daí a oportunidade para nossos materiais”, acrescenta.
Vantagem para a Embrapa
A inserção das cultivares brasileiras nos plantios de algodão dos Estados Unidos fortalecerá a marca Embrapa, de acordo com Rafael Vivian, uma vez que os materiais são protegidos em nome da Empresa naquele país pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), órgão equivalente ao Ministério da Agricultura brasileiro, que regulamenta o registro de cultivares nos Estados Unidos. Os benefícios também serão financeiros por meio de recursos provenientes da propriedade intelectual dessas cultivares.
Otimista, Vivian acredita que nos próximos anos os plantios com algodão da Embrapa devem ocupar mais áreas, especialmente no Texas, principal produtor dos Estados Unidos, com cerca de dois milhões de hectares e uma produtividade média que não ultrapassa os 1.500 kg/ha. “É um índice produtivo baixo porque chove muito pouco e de forma irregular”, diz. Mesmo com a falta de chuvas, as cultivares brasileiras têm potencial produtivo semelhante às norte-americanas. Por esse motivo, Vivian acredita que as cultivares brasileiras podem, em curto prazo, ser uma boa opção para a exploração comercial nos estados integrantes do chamado cinturão algodoeiro dos Estados Unidos.
Parceria viabiliza plantio nos Estados Unidos
Em janeiro deste ano, foi firmado um contrato de licenciamento para multiplicação e exploração comercial em território americano de sementes das cultivares de algodão BRS 286, BRS 293 e BRS 335, entre a Internacional Seed Tecnology (IST) e a Embrapa, agenciado pela Embrapa Produtos e Mercado.
Essa parceria entre as duas empresas teve início em julho de 2015, quando um Acordo de Cooperação Técnica foi feito com o objetivo de avaliar, selecionar e finalizar o desenvolvimento de cultivares BRS ou linhagens convencionais de algodão da Embrapa para registro e exploração comercial nos Estados Unidos. Foi assim que o produto da Embrapa foi cultivado, pela primeira vez, em solo norte-americano.
“Os primeiros testes demonstraram a excelente qualidade da genética da Embrapa”, informa o gerente-adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, Rafael Vivian. “A introdução de cultivares convencionais − BRS 286, BRS 293 e BRS 335 − nos Estados Unidos, onde 98% dos plantios são com o produto transgênico, é uma conquista para o Brasil participar do mercado internacional de sementes de algodão”, enfatiza.
O gerente ressalta a importância de o País estar entrando com um produto não-transgênico em um ramo tradicional da agricultura norte-americana. “Além de introduzir genética brasileira em um país com longo histórico no cultivo do algodão, estamos rompendo barreiras culturais na adoção de uma tecnologia genuinamente tradicional”, reforça Vivian.
Produtores americanos encontraram nas cultivares brasileiras ótima oportunidade para voltar à cultivar de algodão convencional, atraídos pela relação custo-benefício mais atraente. O custo de semear um hectare de algodão geneticamente modificado, o transgênico, gira em torno de 250 dólares por hectare. Isso inclui uma taxa tecnológica de US$ 200/ha, que representa os royalties que as empresas de sementes cobram do produtor pelo uso da transgenia, mais o custo das sementes que é de US$ 50/ha. “Quanto às cultivares convencionais (não transgênicas), esse custo não chega a US$ 50/ha, que é o custo da semente, apenas”, compara Valdinei Sofiatti, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, Unidade responsável pelo desenvolvimento das cultivares de algodão da Embrapa.
As cultivares convencionais de algodão da Embrapa tornaram-se uma opção atraente nos Estados Unidos especialmente porque as cultivares transgênicas já não apresentam os mesmos benefícios de antes no manejo de lagartas e plantas daninhas. Sofiatti explica que as lagartas deixaram de ser problema sério e a planta daninha Amaranthus palmeri tornou-se resistente ao herbicida glifosato, antes usado para seu controle. “Alguns agricultores americanos já não veem razão para pagar caro por uma tecnologia que não resolve seus problemas mais sérios, antes controlados com eficiência pela transgenia”, observa Sofiatti.
A baixa incidência de lagartas nas lavouras estadunidenses de algodão está relacionada à erradicação de outra praga, o bicudo-do-algodoeiro. Livres da principal praga que assolava a cultura, os produtores reduziram a quantidade de aplicações de inseticida nas lavouras. Como consequência, outros insetos inimigos naturais das lagartas, antes dizimados pelo inseticida, foram preservados. Eles agora promovem um controle natural das lagartas cuja incidência permanece abaixo do nível de dano econômico.
“A única forma de ser competitivo em qualquer mercado é ter um custo de produção mais baixo”, afirma Sofiatti. Ele diz que os benefícios da transgenia estão sendo insuficientes para cobrir o custo da taxa tecnológica e, por isso, alguns produtores americanos estão procurando plantar variedades convencionais, hoje muito raras naquele país. “Daí a oportunidade para nossos materiais”, acrescenta.
Vantagem para a Embrapa
A inserção das cultivares brasileiras nos plantios de algodão dos Estados Unidos fortalecerá a marca Embrapa, de acordo com Rafael Vivian, uma vez que os materiais são protegidos em nome da Empresa naquele país pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), órgão equivalente ao Ministério da Agricultura brasileiro, que regulamenta o registro de cultivares nos Estados Unidos. Os benefícios também serão financeiros por meio de recursos provenientes da propriedade intelectual dessas cultivares.
Otimista, Vivian acredita que nos próximos anos os plantios com algodão da Embrapa devem ocupar mais áreas, especialmente no Texas, principal produtor dos Estados Unidos, com cerca de dois milhões de hectares e uma produtividade média que não ultrapassa os 1.500 kg/ha. “É um índice produtivo baixo porque chove muito pouco e de forma irregular”, diz. Mesmo com a falta de chuvas, as cultivares brasileiras têm potencial produtivo semelhante às norte-americanas. Por esse motivo, Vivian acredita que as cultivares brasileiras podem, em curto prazo, ser uma boa opção para a exploração comercial nos estados integrantes do chamado cinturão algodoeiro dos Estados Unidos.
Parceria viabiliza plantio nos Estados Unidos
Em janeiro deste ano, foi firmado um contrato de licenciamento para multiplicação e exploração comercial em território americano de sementes das cultivares de algodão BRS 286, BRS 293 e BRS 335, entre a Internacional Seed Tecnology (IST) e a Embrapa, agenciado pela Embrapa Produtos e Mercado.
Essa parceria entre as duas empresas teve início em julho de 2015, quando um Acordo de Cooperação Técnica foi feito com o objetivo de avaliar, selecionar e finalizar o desenvolvimento de cultivares BRS ou linhagens convencionais de algodão da Embrapa para registro e exploração comercial nos Estados Unidos. Foi assim que o produto da Embrapa foi cultivado, pela primeira vez, em solo norte-americano.
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