País abre mercado em 17 países a mais 22 produtos agrícolas
Destaque foram os acordos comerciais com os Estados Unidos, Coreia do Sul, Vietnã e Japão
Exportações agrícolas somaram US$ 66,7 bilhões de janeiro a novembro (Appa/Fotos Públicas)
As negociações comerciais feitas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com 17 países, em 2016, resultaram na abertura de mercado para 22 produtos brasileiros. Os destaques foram as conclusões de acordos para exportar carne bovina in natura aos Estados Unidos, carne de aves termicamente processada para a Coreia do Sul, carne de aves e suína para o Vietnã e carne bovina termicamente processada para o Japão, de acordo com balanço das atividades do ano da Secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa.
No total, o comércio desses 22 produtos com 17 países representam US$ 8,3 bilhões anuais e, com os acordos, o Brasil se habilitou a disputar uma fatia desse montante. As negociações fazem parte dos esforços do Mapa para elevar de 6,9% para 10%, em cinco anos, a participação do Brasil no comércio agrícola mundial, um mercado de US$ 1,08 trilhão por ano.
De janeiro a novembro de 2016, as exportações agrícolas brasileiras somaram US$ 66,7 bilhões. Desse valor, 71,9% corresponderam a exportações dos produtos dos complexos soja e sucroalcooleiro e carnes.
Ao longo do ano, o Mapa participou de 571 negociações sanitárias e fitossanitárias, envolvendo 134 países. O Mapa também realizou 56 missões técnicas, voltadas à exportação do agronegócio para 16 países, segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio.
“Também foram realizadas missões com objetivo de prospectar oportunidades, realizar negócios e atrair investimento para o país, num total de 22, de alto nível a países da Europa, do Oriente Médio e do Sudeste Asiático”, destacou o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Ribeiro e Silva.
O secretário ressaltou o fortalecimento da parceria entre o Mapa e o Ministério das Relações Exteriores, o que permitiu a ampliar de oito para até 25 o número de adidos agrícolas. De acordo com Ribeiro e Silva, o reforço do apoio técnico é importante para as negociações de interesse do agronegócio.
As negociações com diversos países e blocos econômicos foram intensificadas para reduzir tarifas e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado mundial. Entre elas, o secretário destacou a retomada de entendimentos com a União Europeia, o México, a Índia, o Canadá, a EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça).
“Em todas essas negociações, o ministério desempenhou papel importante na defesa dos interesses do agronegócio brasileiro junto ao setor privado nacional e demais órgãos do governo brasileiro e do Mercosul”, diz o secretário.
Contenciosos e sustentabilidade
Na Organização Mundial do Comércio (OMC), assinalou Ribeiro e Silva, foram abertos contenciosos com a Indonésia, para carne de frango e bovina, e com a Tailândia, referente a subsídios para o açúcar.
O Mapa intensificou também ações internacionais em temas como propriedade intelectual, barreiras técnicas ao comércio, sustentabilidade, mudanças climáticas e biotecnologia. Na área de propriedade intelectual, houve o reconhecimento mútuo de tequila e de cachaça como indicações geográficas no México e no Brasil, respectivamente, e aprovação do Regulamento de Uso da Indicação Geográfica "Cachaça", no âmbito da Camex, possibilitando maior valorização do produto nacional no mercado externo.
“Já o tema sustentabilidade, principalmente ambiental, passou a ser pauta constante na agenda ministerial, culminando com a participação do ministro Blairo Maggi nos dois principais fóruns mundiais sobre clima e biodiversidade, a Conferências das Partes sobre Mudanças do Clima (COP 22) e a Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP 13)”, lembrou o secretário.
Nessas ocasiões, Mapa pode mostrar as políticas e as práticas que garantem sustentabilidade na produção agropecuária do país. Além disso, a delegação do Ministério da Agricultura atuou para minimizar eventuais propostas que pudessem retirar a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros.
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