quarta-feira, 25 de maio de 2016

Milho é uma das principais fontes de alimento do brasileiro, com importância estratégica nas exportações do agronegócio


O milho é a segunda maior cultura de importância na produção agrícola no Brasil, sendo superado apenas pela soja que lidera a produção de grãos no país. Para a safra 2015/2016, a produção esperada é de 80 milhões de toneladas. O milho está na história do Brasil desde os primórdios do descobrimento, sendo cultivado por tribos indígenas das regiões Centro-Oeste, e possui tradição na culinária brasileira com pratos como a pamonha, o curau, o mingau e a pipoca, dentre outros. Nesta terça-feira (24) é comemorado o Dia Nacional do Milho, criado pela Lei n° 13.101/2015, com o objetivo de estimular sua cultura no país. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) parabeniza os agricultores que produzem e contribuem com o aumento e a promoção do cereal.
No início de seu cultivo, o milho era utilizado basicamente para a subsistência humana. Com o decorrer do tempo foi ganhando importância e transformou-se no principal insumo para a produção de aves e suínos, além de sua importância estratégica para a segurança alimentar do brasileiro ao longo das últimas décadas. O Brasil já é o segundo maior exportador mundial de milho, superado apenas pelos Estados Unidos. O produto é reconhecido por sua boa qualidade e por garantir o abastecimento em vários países exatamente no período da entressafra dos EUA. Os principais países importadores do milho aqui produzido são o Vietnã, Irá, Coréia do Sul, Japão, Taiwan, Egito e Malásia.
Produção diversificada - Com o crescimento da produção agrícola brasileira, a partir de 1960 até o ano 2000, as regiões Sul, Sudeste e o estado de Goiás respondiam por aproximadamente 70% da oferta nacional do grão. Entretanto, a partir de 2001, a dinâmica da produção do cereal começou a tomar novos rumos, sendo que, na safra atual (2015/2016) o total da produção destes estados deve representar menos de 45% da colheita no país.
Os fatores responsáveis por esta mudança na cadeia produtiva do milho são diversos: expansão da agricultura para o cerrado; busca por novas tecnologias pelos produtores; desenvolvimento de sementes mais adaptadas às condições climáticas de cada região; aquisição de equipamentos de melhor rendimento e desempenho; e criação de técnicas redutoras de perdas físicas e de qualidade.
A expansão da soja para o Cerrado levou junto a cultura do milho, que, inicialmente, era utilizado somente como prática de rotação de cultura para incrementar a palha ao solo fraco do bioma e também para quebrar o ciclo de pragas e doenças. De acordo com relato de diversos produtores, as áreas que passavam pelo cultivo de milho nos três anos seguintes apresentavam ganho de produtividade de três a cinco sacas de soja, comparativamente às áreas que não realizavam esta prática.
Os produtores adotavam o plantio de milho em aproximadamente 20% das áreas, em cada ano, com o objetivo de melhorar a estruturação do solo e aumentar o rendimento das lavouras de soja. Esta técnica começou a ganhar importância em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Entretanto, a partir de 2001, o plantio do milho segunda safra passou a ganhar destaque nas regiões produtoras de grãos do cerrado,  assim como no Paraná e em São Paulo.
De acordo com os números da Conab, principais estados produtores de milho são Mato Grosso, com previsão de 20 milhões de toneladas para a colheita 2015/2016, seguido do Paraná com 16,2 milhões de toneladas, Mato Grosso do Sul com 8,3 milhões de toneladas, Goiás com 7,7 milhões de toneladas, Minas Gerais com 7 milhões de toneladas e Rio Grande do Sul com 6 milhões de toneladas.
Políticas públicas e propostas voltadas para a cultura do milho são discutidas, mensalmente, pela Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da CNA. Segundo o presidente da Comissão, Almir Dalpasquale, o milho no Brasil se destaca pela qualidade e pelo equilíbrio voltado para o consumo interno e as exportações.
No seu entender, o país não pode se preocupar apenas com as vendas externas. É preciso incentivar também o consumo interno. O produtor deve olhar não só para o preço, mas também para as agroindústrias que mantêm o mercado interno e promovem o equilíbrio entre a produção e o consumo do produto. Temos uma demanda forte dentro e fora do país”, destacou.

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