Ministra Katia Abreu anuncia Unidade da Embrapa em Alagoas
A
ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu,
anunciou na tarde desta sexta-feira, 29, durante coletiva à Imprensa
para mais de 30 jornalistas, a autorização para a criação de um centro
de pesquisas da Embrapa no Estado de Alagoas. A nova unidade será focada
principalmente no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas
para alimentos funcionais, aromas e sabores.
A Ministra explicou que o novo centro de pesquisas da Embrapa faz parte
do esforço do governo federal para abertura de oportunidades de negócio
no exterior, ao atuar em um tema com grande potencial não apenas no
Brasil, mas de interesse crescente no mundo. Juntos, os mercados
conquistados pelo Brasil no ano passado têm capacidade para incrementar
em US$ 1,9 bilhão as exportações do agronegócio. Atualmente,
o Brasil é responsável por 7,04% do comércio agropecuário mundial.
"Chegaremos a 10% até 2018", assinalou a ministra.
O presidente Maurício Lopes participou do anúncio. Ele contou que a
nova Unidade, hoje em processo de formatação, vai explorar o grande
capital natural do País, a partir da geração de novos produtos e
sabores, com foco em alimentos funcionais, que contribuam com
alimentação saudável e prevenção de doenças. Seguindo a tendência do
mercado nacional para ampliar negócios e exportação, a intenção é
utilizar a biodiversidade brasileira para investir na especialização e
agregação de valor aos nossos produtos. "Além de alimentos funcionais, o
Brasil tem um imenso espaço para integração da agricultura, com a
gastronomia e o turismo. O desenvolvimento de novos aromas e sabores da
cultura local pode levar a novas cadeias de valor e oportunidades
inéditas para as regiões brasileiras, ricas em diversidade biológica e
cultural", explicou.
"Os setores turístico e
gastronômico são importantes no Nordeste e deverão assumir ainda maior
importância no futuro", explica. Ele destaca ainda que "a agricultura
focada nos produtos, na culinária e nos hábitos regionais deu origem a
uma indústria pujante em regiões do interior da França e da Itália, como
a Toscana e Champagne. Imagine o que se pode fazer no Nordeste, com a
imensa diversidade de sabores, temperos e experiências gastronômicas
existentes ali", enfatizou Lopes.
"A
contribuição no domínio da biodiversidade e da bioeconomia poderia dar
suporte ao uso sustentável de recursos naturais (da terra e do mar), o
desenvolvimento de novos aromas e sabores da cultura local e regional, a
racionalização e o aproveitamento de resíduos (reutilização,
recuperação e reciclagem) e o atendimento local da demanda da produção
de alimentos seguros, nutritivos e com novas funcionalidades", explicou.
Alcance Nacional
Uma equipe da Embrapa iniciará em breve a modelagem da nova Unidade. O
processo está sendo conduzido pelo pesquisador João Flávio Veloso, que
liderou o processo de criação e implantação da Embrapa
Agrossilvipastoril, em Sinop, MT. Lopes explica que o processo de
implantação demandará análises detalhadas e muito diálogo e sinergia com
as várias Unidades da Embrapa que têm interface com os temas da futura
Unidade. Será importante a contribuição da equipe da Embrapa Tabuleiros
Costeiros que atua na Unidade Estadual de Pesquisa (UEP) Rio Largo e em
parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). "O trabalho está
apenas no início. Chegaremos a uma formulação a ser discutida e
aprofundada para posterior apresentação ao Conselho de Administração -
Consad. Após todo esse processo é que partiremos para a tomada de
decisão e ações necessárias para implantação da nova Unidade",
explicou.
De acordo com a formulação inicial,
a nova Unidade terá alcance nacional. A proposta é que futura Embrapa
Alimentos Funcionais, Aromas e Sabores atue de forma transversal,
sistêmica e, particularmente, em grande sintonia com Unidades como
Embrapa Agroindústria de Alimentos, Agroindústria Tropical, além de
parceiros públicos e privados. "A Embrapa tem portfólios e arranjos de
pesquisa no tema. A partir deles vamos conectar as capacidades e
habilidades que estão na grande rede da Embrapa em todo o país, e também
buscar capacidades de instituições parceiras, visto que não atuamos
diretamente em áreas como saúde, gastronomia e turismo", descreve.
A expectativa é que a nova unidade seja criada até 2017, a partir da
base que a Embrapa tem em Maceió - a Unidade Estadual de Pesquisa (UEP)
Rio Largo. Por isso não deverão ser necessários grandes investimentos
iniciais.
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