sábado, 6 de fevereiro de 2016

Como criar ovinos


 GLOBO RURAL 
Imaginar carneirinhos pulando cerca pode ajudar a pegar no sono, mas para dormir tranquilo muitos consideram mais assegurado se dedicar ao manejo dos mamíferos. Além de ser uma atividade com grande potencial de produção, a lida com ovinos oferece ao criador várias opções de produtos para incrementar a renda mensal.

A espécie ovina (Ovis aries) é geradora de alimentos importantes para a dieta da população. A carne é o principal produto da ovinocultura, seja das raças deslanadas originárias da região Nordeste, que também fornecem pele de excelente qualidade para a indústria calçadista, ou dos rebanhos existentes no Sul produtores de lã fina destinada à exportação para vestuário.

Rara de ser encontrada em certos pontos de varejo há alguns anos, atualmente a carne de carneiro está presente em várias casas de carnes e supermercados de grandes e médias cidades. Hoje é considerada mais comum a disponibilidade de cortes de cordeiros em cardápios de restaurantes, principalmente de churrascarias. Mesmo com preços acima das versões bovina, suína e de frango, a carne ovina registra no mercado procura maior do que a oferta.
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Dotado de elevados teores de proteína, lipídios, minerais e vitaminas essenciais à saúde do consumidor, o leite de ovelha é utilizado por aqui exclusivamente para a produção de queijos e outros derivados. Embora o rebanho leiteiro nacional seja pequeno, a expectativa é de se tornar um excelente negócio para pequenas e médias propriedades.

O ovino também é fonte de insumos para outros produtos. A tripa de cordeiros e ovelhas é útil para o preenchimento de salsichas e linguiças, enquanto o esterco é ótimo material para adubação no preparo de solos para diversos plantios.

Domesticado há muito tempo, o ovino é um ruminante de médio porte e rústico que não é difícil de tratar. Apresenta boa adaptação a alimentos variados, a diferentes climas e conta com características que facilitam sua criação: tem ganho de peso eficiente e ciclo de reprodução acelerado.

Contudo, para mantê-los sadios e produtivos sempre vale seguir cuidados como boa higiene do local do manejo, adotando procedimentos sanitários preventivos, inclusive aplicação de medicamentos indicados. Apesar de os ovinos serem rústicos, garanta que o rebanho seja submetido a um programa de vacinação rigoroso, mesmo para o controle de verminose. Recomenda-se consulta periódica de um especialista.

>>> INÍCIO Antes de tudo, é importante definir o projeto da ovinocultura e o sistema de produção que será implantado na propriedade. Dimensione a demanda do mercado local e decida-se de acordo com a atividade de exploração mais adequada para a região. A escolha das raças dependerá se a produção for para corte ou para lã, material que deve apresentar alta qualidade, com fibras uniformes e resistentes.

>>> AMBIENTE Não há limitações para a criação de ovinos no país quanto às temperaturas e suas variações. Existem raças adaptadas às condições do Semiárido Nordestino, como as deslanadas e semi-lanadas morada nova, somalis e cariri, e aos invernos rigorosos do Sul, como merino australiano, ideal e corriedale, que fornecem lã fina. Contudo, assegure aos animais local seco e bem ventilado.

>>> APRISCOS Os currais para ovinos não precisam ser fechados completamente, porém, em áreas mais frias, use cortinas para impedir correntezas de ar. Melhor ainda se os terrenos forem bem drenados, com solos duros e consistentes. Pisos de chão batido, com cama para forração, são bons substitutos aos ripados, que podem causar problemas de aprumos nos animais mais pesados, têm pouca durabilidade e investimento alto.

>>> SISTEMA A decisão deve ser de acordo com a finalidade da produção e das condições do local de criação. Para um rebanho comercial de ovinos com aptidão para produção de carne e lã, que exige muitos animais, é necessário possuir uma área grande. De outro lado, propriedades menores, que são indicadas para a engorda e venda de reprodutores, exigem estrutura como divisões de pasto, cabana e galpões, além de investimento em mão-de-obra e alimentação suplementar.

>>> ALIMENTAÇÃO Além de volumosos, como pastagens, capineiras, fenos e silagens, que requerem conhecimento e orientação de profissionais da área para manter a qualidade da refeição dos animais, inclua na dieta suplementos a base de grãos e farelos. Não deixe faltar elementos minerais, como ferro, cobre e cobalto. Coloque os comedouros do lado de fora do galpão e em local de fácil acesso para os carneiros. Sempre abastecidos, os saleiros podem ser espalhados pelas pastagens e instalados perto do aprisco.

>>> REPRODUÇÃO Raças oriundas da Europa apresentam cios que se repetem, com picos frequentes a cada 15 dias entre março e maio. As originárias de regiões próximas à linha do Equador, têm capacidade para parir o ano inteiro. Um exemplo são as deslanadas brasileiras. Atualmente, é comum a realização de inseminação artificial, transferência de embriões e fertilização in vitro na rotina de alguns criadouros. A cada parto de monta natural ou controlada, nasce um ou mais cordeiros após 155 dias de gestação. O desmame, que pode ocorrer a partir dos 45 dias de vida, frequentemente é realizado entre 60 e 90 dias do nascimento.

RAIO X
Criação mínima: é importante consultar um especialista para avaliar as características da propriedade.
Retorno: filhotes podem ser desmamados a partir dos 45 dias de vida.
Reprodução: um filhote por parto, embora deve-se levar em conta que há uma porcentagem de ovelhas que procriam mais de um cordeiro por parto.
  

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