Inseticida natural contra o carrapato e a lagarta do algodão
Um dos resultados mais importante do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da Embrapa, foi a obtenção de um extrato concentrado em pó do suco do sisal, ou da agave, que permite conservá-lo por longo período sem perder suas propriedades. O extrato em pó demonstrou eficácia contra lagartas do algodoeiro e da soja e carrapatos bovinos. O produto em pó é obtido após a retirada de toda a água do suco pelo processo de concentração chamado liofilização, de forma similar ao que ocorre com leite e café, que consiste na desidratação de substâncias em baixas temperaturas transformando-o em material sólido de fácil conservação.
“A vantagem do extrato em pó do suco de sisal é que ele pode ser reconstituído por diluição em água, o que facilita a aplicação, e ainda conserva as propriedades do material original”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão, Everaldo Medeiros. As propriedades inseticidas do suco de sisal já eram conhecidas no meio científico, mas havia uma grande limitação prática: o produto precisava ser aplicado imediatamente após a coleta porque fermentava em poucas horas.
Em 2010, a Embrapa Algodão iniciou o estudo da viabilidade econômica do uso do suco do sisal para a produção de bioinseticidas. “Um dos resultados mais importantes da pesquisa foi conseguir a estabilização do suco, evitando que ele entrasse em processo de fermentação. Sem nenhum tratamento, o suco deteriora cerca de cinco horas após a extração e nós conseguimos mantê-lo estável por até 30 dias”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão, Everaldo Medeiros.
O pesquisador enfatiza que, por enquanto, o produto ainda não está disponível para a população por ser objeto de estudo e ainda necessitar de aprovação pelos órgãos regulamentadores no país. “Tanto a universidade como a Embrapa dispõem do material apenas para fins de pesquisa em pequenas quantidades para os testes que são realizados. As pessoas devem estar atentas para o fato de que a manipulação do suco sem o processo técnico correto poderá não trazer efeitos de mortalidade das larvas,” alerta o especialista.
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