sábado, 23 de janeiro de 2016

Escolas do Semiárido terão 10 mil cisternas em três anos

Tecnologia

As cisternas foram construídas em parceria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome com a Articulação no Semiárido Brasileiro
 A aposta neste tipo de investimento começou a ser feita no ano passado, quando 1,7 mil cisternas foram instaladas
A aposta neste tipo de investimento começou a ser feita no ano passado, quando 1,7 mil cisternas foram instaladas.

Somente em 2016, cinco mil cisternas serão construídas em escolas públicas do Semiárido e, em três anos, o objetivo é chegar a 10 mil cisternas. O dado foi apresentado nesta quarta-feira (20) pela titular do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, ao apresentar o balanço das ações de acesso à água no Semiárido e na Amazônia. Ela também falou sobre as perspectivas do Programa Cisternas para 2016.
As cisternas no semiárido foram construídas em parceria do MDS com a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA).
Além de combater a insegurança alimentar e nutricional, o acesso à água é fundamental para garantir que os estudantes não tenham aulas canceladas durante o período de estiagem por falta de água. O investimento total na ação é de R$ 69 milhões.
Os reservatórios serão produzidos a partir de uma tecnologia considerada simples e barata: a cisterna de placa. A aposta neste tipo de investimento começou a ser feita no ano passado, quando 1,7 mil cisternas foram instaladas em escolas do semiárido.
“O programa é novo. Nossa ideia é chegar a 10 mil cisternas em três anos, mas acredito que alcançaremos este número antes”, afirmou Tereza Campello.
Tecnologia
As cisternas – de forma cilíndrica, cobertas e semienterrados – evitam que, em períodos de estiagem, típicos da região, as aulas e outras atividades escolares acabem sendo suspensas em função de desabastecimento. Desde 2003, foram construídas 1,2 milhão de cisternas de placas para garantir o consumo humano da população de baixa renda do Semiárido.
Os reservatórios são abastecidos por um sistema de calha que capta água da chuva e têm capacidade de armazenamento de 16 mil litros, cada. Segundo técnicos do ministério, é quantidade suficiente para abastecer uma família de cinco pessoas por quase um ano.
“Agora, por exemplo, estamos no meio de um período de estiagem que durou cinco anos, mas caiu uma chuva inesperada e conseguimos encher as cisternas garantindo que essa população tenha água potável para beber, para cozinhar, para higiene pessoal para os próximos oito meses”, explicou a ministra. Ela lembra que, ao todo, foram construídas 125,7 mil cisternas em 2015.
Agricultura
Outras cisternas estão sendo construídas para atender a produção agrícola em pequena escala no Semiárido. Os reservatórios, neste caso, com capacidade de 52 mil litros ou mais, são usados para pequenas irrigações e para a criação de animais. Nos últimos quatro anos, agricultores familiares do Semiárido receberam 158 mil sistemas integrados de cisternas de placas. Apenas em 2015, foram distribuídas 53,5 mil tecnologias que incluem tanto o reservatório quanto o sistema de captação.
Tereza Campello destacou que o programa tem ajudado a melhorar indicadores sociais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto em 2002 88,6% da população tinha acesso à água, em 2013 esse percentual chegou a 94,6% da população.
Amazônia
O Programa Cisternas também está investindo em ações de acesso à água de qualidade e saneamento para beneficiar 2,8 mil famílias de oito reservas extrativistas da Amazônia. A iniciativa é coordenada pelo Memorial Chico Mendes com recursos do MDS, no valor de R$ 35 milhões.
Apesar da abundância de água na região Amazônica, a população de baixa renda não tem acesso à água potável. Como a regularidade da chuva lá é grande, os sistemas implantados pelo projeto permitem melhor aproveitamento da água pluvial, que reservada e tratada de forma adequada é própria para o consumo e outros usos domésticos.
Com o projeto Sanear Amazônia, serão implantadas duas tecnologias: sistemas pluviais de Multiuso Autônomo e Multiuso Comunitário. No sistema multiuso autônomo, cada família poderá captar, armazenar e filtrar até seis mil litros de água a cada período chuvoso. Já no multiuso comunitário, também será instalado um módulo complementar de abastecimento com uma rede de distribuição, acionado quando esgotar as reservas domiciliares.
Fonte: Portal Brasil 

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