Concorrência externa pode prejudicar os produtores brasileiros de alho
Na próxima segunda feira será um dia decisivo para os produtores de alho do Brasil. Eles estão mobilizados para defender, perante o Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a manutenção da tarifa antidumping de US$ 0,78 por quilograma incidente sobre todos os tipos de alho importado da China. Após parecer do Decom, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) avaliará pedido de uma importadora para liberar certos tipos de alhos chineses da incidência da taxa: os alhos de menor diâmetro, de 32mm a 42mm.Esta tarifa é cobrada para todos os tipos de alho e tem sido prorrogada há anos porque protege a produção nacional e os empregos de milhares de famílias da concorrência comercial estrangeira, considerada desleal pelos produtores brasileiros. Segundo Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), “a eventual liberação de alhos de menor diâmetro da tarifa antidumping abriria as portas para o Brasil receber também os de maior diâmetro, que têm maior valor comercial, caracterizando fraude nas importações. Estes alhos maiores poderiam ser facilmente misturados aos menores nos embarques na China”.
O presidente da ANAPA alerta que derrubar a tarifa antidumping seria desastroso à economia nacional e afetaria diretamente a economia dos estados de Minas Gerais (29,1% da produção de alho), de Santa Catarina (27,7%) e do Rio Grande do Sul (20,4%), que, juntos, somam 77,2% do total produzido no país.
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