Nordeste sofre com o El Niño e cana é setor muito castigado
Os efeitos negativos da seca atingem, novamente, toda a região semiárida, em razão da ocorrência do fenômeno El Niño. O setor canavieiro, segundo levantamento da Unida, entidade que reúne mais de 23 mil produtores, vem contabilizando prejuízos e neste ano, a estimativa é de que haja um déficit de 15% na safra. O problema se agrava porque o fenômeno climático é considerado um dos mais graves dos últimos anos. A força do El Niño deste ano – classificado como um dos maiores pela área meteorológica, vem afetando ainda mais porque toda a região vive a maior seca dos últimos 50 anos.Para aumentar a crise, o governo federal havia prometido uma subvenção para amenizar os prejuízos causados pela estiagem, só que nada foi liberado até hoje, mesmo com os impactos da nova seca. A Unida, por sua vez, reclama que a presidente Dilma, ao invés de vir à Alagoas para anunciar o pagamento da subvenção, sobretudo diante do atual quadro de estiagem, vem fazer novas promessas.
“A Unida diz sentir-se traída por confiar na presidente” diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida. A crítica do presidente da entidade canavieira é, principalmente, pelo fato de que o governo negligencia “ações estruturantes contra a estiagem para esta localidade, e, sobretudo, até quando há políticas, mesmo que pontuais, como a Lei da subvenção da cana (12.999/14), o governo trava o seu pagamento” , reclama Alexandre.
A Lei Federal 12.999, de julho de 2014, autoriza o pagamento de R$ 12 ao canavieiro nordestino por tonelada de cana-de-açúcar, fornecida na safra 2012/2013 às usinas da região – período auge da maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste. A subvenção, que também é destinada aos produtores de cana do Estado do Rio de Janeiro, é limitada a 10 mil toneladas por cada agricultor do RJ e do NE. Desde a promulgação da lei que a Unida reivindica ao governo federal a regulamentação da mesma. Sem isso, o pagamento fica proibido. O problema é que a lei perde a validade no fim deste ano.
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