No total, são R$ 187,7 bilhões para financiar a produção agropecuária, 20% a mais do que a safra passada
Os recursos disponibilizados ao crédito rural para as operações de
custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial
alcançam R$ 187,7 bilhões no ano safra 2015/2016. O valor consta do
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) anunciado pela presidenta Dilma Rousseff
e pela ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento),
nesta terça-feira (2), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
O
plano baseia-se no apoio aos médios produtores, garantia de elevado
padrão tecnológico, fortalecimento do setor de florestas plantadas, da
pecuária leiteira e de corte, melhoria do seguro rural e sustentação de
preços aos produtores por meio da Política de Garantia de Preços
Mínimos.
O volume de recursos destinados ao financiamento da
agricultura teve alta de 20% em relação ao período anterior, que foi de
R$ 156,1 bilhões.
Para o financiamento de custeio a juros
controlados estão programados R$ 94,5 bilhões, 7,5% a mais em comparação
com o período anterior (R$ 87,9 bilhões) e reflete o crescimento dos
custos de produção. Já para investimentos, são R$ 33,3 bilhões.
O
agricultor poderá contar também com maior volume de recursos a taxas de
juros livres de mercado para a próxima safra. Na modalidade custeio
houve um incremento de 130%, passando de R$ 23 bilhões para R$ 53
bilhões. Estes valores são provenientes da aplicação dos recursos da
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) no financiamento da safra.
O
Pronamp (Programa de Apoio ao Médio Produtor) receberá atenção especial
nesta safra e contará com R$ 18,9 bilhões, um incremento de 17% no
volume de recursos. São R$ 13,6 bilhões para a modalidade de custeio e
R$ 5,3 bilhões em investimento. Limites de financiamento
O
limite de financiamento de custeio, por produtor, foi ampliado de R$
1,1 milhão para R$ 1,2 milhão, enquanto o destinado à comercialização
passou de R$ 2,2 milhões para R$ 2,4 milhões. Em ambos os casos, o
aumento foi de 8%.
Foi mantido o limite de R$ 385 mil por produtor nos créditos de investimentos com recursos obrigatórios.
No Pronamp, o limite de financiamento é diferenciado, sendo de R$ 710 mil por agricultor na modalidade custeio. Taxa de juros
As
taxas de juros do Pronamp para os médios produtores foram estabelecidas
em 7,75% ao ano para custeio e 7,5% ao ano para investimento.
Para
os empréstimos de custeio da agricultura empresarial, a taxa é de 8,75%
ao ano. Já para financiar os demais programas de investimentos, a taxa
varia de 7% a 8,75% ao ano (faturamento até R$ 90 milhões).
Os
programas de investimentos prioritários – médio produtor rural,
aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, agricultura de baixa
emissão de carbono (ABC), expansão da capacidade de armazenagem,
irrigação e inovação tecnológica – seguem tendo tratamento diferenciado. Principais linhas
Quanto
aos incentivos à pecuária, o governo manteve os limites adicionais de
financiamento de custeio e de investimento em estímulo aos processos de
engorda em sistema de confinamento, com prazo de 6 meses, e à aquisição
de matrizes e reprodutores bovinos e bubalinos, com prazo de 5 anos,
incluídos 2 de carência.
O plano prevê também a manutenção da
linha de retenção de matrizes para evitar seu descarte precoce, com
prazo de financiamento de até 3 anos para pagamento.
A fim de
incentivar a inovação tecnológica no campo, o plano vai aperfeiçoar as
condições de financiamento à avicultura, suinocultura, aos
hortigranjeiros e à pecuária de leite por meio do Programa Inovagro.
Para esta modalidade, foram programados R$ 1,4 bilhão em recursos.
Entre
as ações previstas para o setor de florestas plantadas, destacam-se o
estímulo ao aumento da produtividade e da área plantada, a ampliação da
participação de pequenos e médios empreendedores florestais e o aumento
de limite de financiamen
to para florestas plantadas no Programa Agricultura de Baixa Emissão de
Carbono (ABC).
Os limites de financiamento para investimento em plantios florestais
foram redefinidos. Para o grande produtor (que possui mais de 15 módulos
fiscais) será de R$ 5 milhões, e para o médio (até 15 módulos fiscais)
permanece o limite de R$ 3 milhões. O produtor terá também a
possibilidade de realizar financiamento de custeio para tratos
culturais, desbastes e condução de florestas plantadas, por meio do
Programa ABC. Apoio à comercialização
Estão assegurados recursos de mais de R$ 5 bilhões para os produtos
agrícolas que fazem parte da Política de Garantia dos Preços Mínimos. Seguro rural
Já está aprovado o orçamento para este ano do Plano de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Entre as novas propostas apresentadas no PAP para o seguro rural,
estão a criação do sistema integrado de informações do seguro rural
(SIS-Rural) e a formação de grupos de produtores para negociação com as
seguradoras. Além disso, o plano prevê a padronização das apólices de
seguro agrícola, medida que começou este ano, quando foi definido o
nível mínimo de cobertura das apólices, em 60%. Lei Plurianual da Produção Agrícola Brasileira (LPAB)
O PAP prevê a criação do Grupo de Alto Nível da LPAB que visa a
estabelecer um planejamento estratégico agropecuário para o produtor
brasileiro, dando previsibilidade ao mercado.
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