Em três anos, os gastos com a Operação Pipa quase duplicaram
Em três anos de Operação Carro-Pipa no
Rio Grande do Norte, os recursos investidos pelo Governo Federal para
abastecimento d'água nos municípios potiguares castigados pela seca mais
que duplicaram, passando de R$ 32,5 milhões em 2012 para R$ 75 milhões
em 2014. Em 2015, somente até julho, o valor chega a R$ 43 milhões,
superando o primeiro ano em R$ 10 milhões. Os dados foram fornecidos
pelo Comando Militar do Nordeste, responsável pela execução da Operação
Pipa.
No RN, o programa teve início em 2012. O
CMNE não tem como estimar quanto será gasto na distribuição emergencial
de água potável no RNcom a Operação até o final de 2015, mas, com a
seca consolidada, é provável que o montante ultrapasse o total investido
em 2014. Essa conta depende de variáveis como os números de municípios
assistidos, de cisternas coletivas a serem abastecidas e de pipeiros.
Os dados do CMNE apontam também um
aumento de 55% no número de pipeiros cadastrados para a operação no
Estado entre 2012 e 2015. Nesse período, a quantidade de carros-pipa
saltou de 293 para 532. Entretanto, o percentual de municípios atendidos
cresceu apenas 8%, passando de 103 para 123. Segundo informações do
CMNE, o aumento no número de pipeiros está diretamente relacionado com o
aumento efetivo de pessoas assistidas e com a distância do manancial
até as localidades atendidas, e não com o acréscimo de municípios.
O serviço é fiscalizado pelos militares
do Exército Brasileiro, que vão a campo semanalmente para acompanhar a
distribuição de água. Entres suas tarefas, estão as visitas de
orientação técnica e a fiscalização dos mananciais, dos pontos de
abastecimento e dos carros-pipa ao longo das estradas. O recurso para a
Operação Carro-Pipa é repassado do Ministério da Integração para o
Ministério da Defesa, que repassa ao Comando de Operações Terrestres
(Coter) para ser distribuído àsOrganizações Militares Executoras (OME).
Zona urbana
O coordenador da Defesa Civil do RN,
coronel Elizeu Dantas, explicou que aguarda da Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (Semarh) a
apresentação do plano de trabalho para a distribuição de água potável
para zonas urbanas de 37 cidades. Segundo ele, no plano tem que conter
os diagnósticos, o detalhamento do orçamento e da distribuição da água,
dados da área atingida e da população.
É com base nessas planilhas que a Defesa
Civil do RN fará o diagnóstico final e encaminhará o plano à Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). “Não chegou nada pra
gente. Só sabemos que tem esses recursos. A Defesa Civil tem feito
várias ações, inclusive ontem encaminhamos um projeto de R$ 15 milhões
ao Ministério da Integração. Ele foi elaborado pela Secretaria de
Agricultura do Estado e é voltado para a forragem do gado”.
Desde fevereiro deste ano, a Semarh
espera que o MI libere R$ 4 milhões para o Governo do Estado poder levar
água à população urbana dessas cidades. A demora na liberação do
recurso, no entanto, se deve à falha da própria Semarh, que deveria ter
encaminhado o plano de trabalho à Sedec, por meio da Defesa Civil do RN.
Em vez disso, procurou o Ministério diretamente.
O secretário de Recursos Hídricos,
Mairton França, disse que encaminhou três ofícios ao Ministério
informando quais eram os municípios. “Protocolamos a versão definitiva
no dia 26 de fevereiro, após alterações sugeridas por eles [técnicos do
Ministério da Integração]. Inclusive, detalhamos o número de carradas
mensais”, disse França.
http://tribunadonorte.com.br/
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