segunda-feira, 11 de maio de 2015

  • Condições Climáticas- Maio
  • ASSECOM/EMPARN

    A gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) concluiu a análise da tendência de ocorrência de chuvas para o período de 8 a 15 de maio e, de todo o mês de abril. Para maio, segundo os meteorologistas, “o quadro de pouca chuva ocorrida nas últimas semanas sobre o Estado deverá continuar durante a próxima semana. As condições oceânicas/atmosféricas, juntamente com a Oscilação 30-60 dias e o início do deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), para o norte, indicam que o veranico (período sem chuva), deverá continuar”. São esperados baixos índices pluviométricos com valores que devem variar entre 10mm, no interior, até 20mm no litoral leste.
                Ao analisar as chuvas de abril, a meteorologia afirma que neste ano, o mês não apresentou boas chuvas, comprometendo tanto as reservas hídricas, como o desenvolvimento da agricultura no interior do Estado. Uma condição de bloqueio, ocasionada pela atuação prolongada da fase negativa da Oscilação 30-60 dias impediu a ocorrência regular das chuvas. Foi observado que em grande parte do Estado, com destaque para o Agreste, Chapada do Apodi, região de Mossoró e Alto Oeste, as chuvas acumuladas não superaram os 50 milímetros (mm). Valores superiores a 100mm foram observados nas regiões de Macau, Baixa Verde, Seridó e na Região de Natal. O destaque positivo ficou com as boas chuvas ocorridas na região de Pedro Avelino, umas das mais secas do Estado.
              Os meteorologistas lembram que “abril é juntamente com março, um dos meses que mais chove na região semiárida do Nordeste. No Rio Grande do Norte a média pluviométrica variou entre 100mm no Agreste chegando a mais de 200mm nas regiões do Alto Oeste e Litoral. Na análise dos desvios percentuais entre a chuva ocorrida e a climatologia para o mês de abril, foi observada uma predominância de desvios percentuais negativos abrangendo praticamente todo o Estado, com exceção da Microrregião Baixa Verde, que apresentou desvios positivos. Destaque negativo para os altos desvios negativos observados nas regiões do Agreste, Chapada do Apodi, Alto Oeste e Litoral Leste.
              A análise referente às condições termodinâmicas dos oceanos referente ao mês de abril/15,  evidencia a presença do Fenômeno El Niño no Oceano Pacífico, com anomalias de até +3°C próximo à costa da América do Sul. No entanto, ressalta a meteorologia, essas águas mais aquecidas não influenciaram na circulação dos ventos, não havendo assim o acoplamento entre o oceano e a atmosfera, o que poderia ocasionar anomalias climáticas em diversas partes do planeta.
             No oceano Atlântico, enquanto no setor sul houve predominância de águas mais aquecidas, no setor norte as águas estiveram mais frias do que o normal. Essa condição foi favorável para a permanência da Zona de Convergência Intertropical próximo a região, o que deveria influenciar na ocorrência regular das chuvas.  Entretanto, conforme o monitoramento pluviométrico, as chuvas, além de pouca quantidade tiveram um comportamento bastante irregular durante esse mês, em decorrência da atuação prolongada da fase negativa da Oscilação 30-60 dias, sobre a Região Nordeste.
               A oscilação 30-60 dias, que é um Onda Planetária com deslocamento de oeste para leste, causa variações nas convecções tropicais (ocorrência de chuvas).  A pesquisa mostra que “existe uma forte relação entre as condições atmosféricas que ocorrem na Oceania e no Nordeste brasileiro, com defasagem que varia de 30 a 60 dias. O deslocamento desse sistema pode sofrer influência das condições oceânicas, principalmente na região do oceano Pacífico Equatorial. Em situação de águas mais aquecidas, como é o caso atual, a fase positiva da onda fica ancorada sobre o Pacífico Leste, próximo da costa da América do Sul, ocasionando aumento da chuva naquela região e mantendo a fase negativa sobre a região Nordeste, o que ocasionou diminuição na ocorrência de chuva durante o mês de abril”.

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