Otimizando a pastagem para o consórcio de ovinos e bovinos

 Redação Nordeste Rural

O sucesso desta modalidade de  exploração mista depende do tipo de pastagem e das espécies animais envolvidas na integração. No caso da convivência entre ovinos e bovinos, a proposta é otimizar o uso da pastagem na propriedade e esse consórcio é uma praticada adotada em várias partes do mundo. A exploração integrada tem em sua fundamentação a maximização da utilização da forragem de modo a proporcionar um aumento de produção animal, sem causar o pastejo excessivo e o comprometimento da forrageira.

Para o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –Embrapa – Fernando Alvarenga Reis, a pesquisa realizada com ovinos e bovinos em uma mesma área de pasto, oferece benefícios especiais: “Entre os benefícios da ovinocultura e da bovinocultura integrada estão o aumento de produção por área e uma descontaminação do pasto, com a redução do uso de anti-helmínticos”, destaca Fernando Reis. Segundo ele, a recomendação é que o produtor utilize pastos existentes na propriedade, desde que a sua formação seja de boa qualidade.

Em média, considerando uma capacidade de suporte de dois bovinos por hectare ou duas Unidades Animal (UA = 450 quilos de peso vivo) poderíamos substituir um dos bovinos por quatro a cinco ovelhas com cerca de 50 quilos de peso vivo cada uma. “Desta forma, nós teríamos dentro deste pasto, disponível para um hectare, uma vaca com quatro ovelhas”, explica o pesquisador, que desenvolve pesquisa na unidade da Embrapa Gado de Corte,  em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ter uma adequação do pasto com instalação de cercas mais resistentes, como as de  telas campestres ou a de seis fios lisos para conter os animais menores.

Também é preciso atenção quanto à alimentação dos animais, pois os ovinos não consomem o mesmo tipo de sal mineral que os bovinos. “Neste caso, é interessante se instalar um cocho mais elevado para os bovinos e um outro mais baixo, com uma altura de 30 a 40 centímetros do solo, para os ovinos”, aconselha o pesquisador. Outra vantagem do pastejo associado é o controle da verminose, porque os vermes que infestam os bois são diferentes daqueles que infestam os carneiros, o que impede que um contamine o outro, evitando sua rápida proliferação.