terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A Jaramataia

O MOSSOROENSE DESTACA: Grupo em Apodi se mobiliza pela comprovação das propriedades medicinais das folhas da jaramataia


 
Jaramataia é colhida das margens do rio Apodi-Mossoró

Uma planta nativa da caatinga e retirada das margens do rio Apodi-Mossoró tem ganhado destaque devido à grande procura pelas supostas propriedades contra várias doenças.
Na cidade de Apodi, um grupo de voluntários tem trabalhado colhendo e enviando as folhas da jaramataia para preparo de chás em diferentes regiões do país e até no exterior.
"Colhemos, embalamos e enviamos gratuitamente as folhas a quem nos procura. Uma das porções de jaramataia que enviamos para um alemão que estava em Natal e experimentou as propriedades medicinais da planta foi levada por ele para a Alemanha. Essa planta é maravilhosa e tem curado muitas pessoas", disse o radialista e organizador do projeto de doação de jaramataia, Wilson Oliveira.
Os conhecimentos sobre a planta têm passado de geração para geração e agora ganharam notoriedade devido ao trabalho de divulgação de voluntários e usuários da jaramataia. Contudo, ainda não há nenhuma comprovação científica dos benefícios da planta, sendo, até o momento, usados os depoimentos de pessoas que a utilizaram e afirmam terem alcançado cura de diferentes doenças.
Wilson Oliveira afirma que tem buscado parcerias com laboratórios para análise das propriedades medicinais da jaramataia, mas até o momento não obteve sucesso. Ele conta que na próxima semana enviará folhas da planta para serem analisadas no laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
"Meu medo é que o Brasil e o RN acabem perdendo esse potencial medicinal que é a jaramataia. Muitas pessoas não dão crédito ao poder das plantas, mas muitos remédios hoje conhecidos se originaram dos conhecimentos populares. Não analisar a jaramataia pode fazer com que nunca conheçamos todas as suas propriedades medicinais", explica o radialista.
Segundo Wilson Oliveira, o chá da jaramataia tem sido usado há mais de 300 anos, quando os escravos o preparavam para os senhores e sinhás, além de usarem para curar doenças dentro das próprias senzalas. Dentre as propriedades medicinais da planta, ele aponta ainda a cura de labirintite, depressão, dores de cabeça, prisão de ventre e dores na coluna.


*Do Jornal O Mossoroense.

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