Vendas de milho brasileiro devem cair
Recuperação
da safra do grão dos Estados Unidos e redução da janela de plantio da
segunda safra do Brasil são apontados como motivos
A
alta do dólar deve favorecer o preço do milho e incentivar o produtor
brasileiro a cultivar o cereal. Mesmo assim, a boa notícia não deve ser
suficiente para superar o problema provocado pelo atraso do plantio da
soja e a diminuição da janela para a segunda safra de milho. O assunto
foi destaque da reunião da Câmara Setorial do Milho e Sorgo, que
aconteceu nesta segunda, dia 8, em Brasília (DF).
–
É possível que o produtor, talvez, no que ele consiga plantar, ele
invista um pouco mais, ele faça um plantio de melhor qualidade, use um
pouco mais de adubo, porque com a condição de mercado mais retraída como
estava há alguns meses, o produtor estava com a tendência de reduzir o
pacote tecnológico, de investir menos. Agora, é até possível que ele
invista mais, mas aumentar entrando em área muito atrasado, eu acho que
vai ser mais difícil esse ano. Não sei se o produtor vai fazer isso –
relativiza o analista de mercado de milho da Conab Thomé Guth.
A redução da safra de milho dos Estados Unidos no ano passado abriu espaço para um aumento de exportações do grão produzido no Brasil. Mas com a recuperação do país norte-americano, as vendas brasileiras devem cair. Um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que, enquanto em 2013 foram exportados 26 milhões de toneladas de milho, em 2014 esse número deve ficar em 19,5 milhões de toneladas.
Para o setor produtivo, o Brasil precisa consolidar o espaço que conquistou no mercado internacional e conseguir novos compradores.
– O Brasil vendeu no espaço que o americano deixou. E outra coisa, é difícil de nós brigarmos com o americano, porque alguém quer vender automóvel pra eles, alguém quer vender algum produto pra eles. A China, por exemplo, tantos manufaturados que a China tem... Os Estados Unidos falam: “te compro manufaturados disso ou daquilo, mas eu quero vender meu milho pra você”. Entende? Então, isso é um jogo comercial pesadíssimo, que o Brasil tem que ter competência – diz Cesário Ramalho, presidente da Câmara Setorial de Milho e Sorgo.
O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, afirma que o mercado é franco que o Brasil precisa produzir, para não perder o espaço que começou a conquistar:
– Um ano tem milho a preço baixo demais, porque o governo não garantiu. No outro não tem, porque o produtor não plantou. Aí ele planta no terceiro... Isso não funciona. Eu chamo “o milho sanfona”. Isso não conquista mercado. Ou nós temos um plano sério de plantação de milho, ou então nós não vamos ser concorrentes internacionais não.
Canal Rural
A redução da safra de milho dos Estados Unidos no ano passado abriu espaço para um aumento de exportações do grão produzido no Brasil. Mas com a recuperação do país norte-americano, as vendas brasileiras devem cair. Um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que, enquanto em 2013 foram exportados 26 milhões de toneladas de milho, em 2014 esse número deve ficar em 19,5 milhões de toneladas.
Para o setor produtivo, o Brasil precisa consolidar o espaço que conquistou no mercado internacional e conseguir novos compradores.
– O Brasil vendeu no espaço que o americano deixou. E outra coisa, é difícil de nós brigarmos com o americano, porque alguém quer vender automóvel pra eles, alguém quer vender algum produto pra eles. A China, por exemplo, tantos manufaturados que a China tem... Os Estados Unidos falam: “te compro manufaturados disso ou daquilo, mas eu quero vender meu milho pra você”. Entende? Então, isso é um jogo comercial pesadíssimo, que o Brasil tem que ter competência – diz Cesário Ramalho, presidente da Câmara Setorial de Milho e Sorgo.
O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, afirma que o mercado é franco que o Brasil precisa produzir, para não perder o espaço que começou a conquistar:
– Um ano tem milho a preço baixo demais, porque o governo não garantiu. No outro não tem, porque o produtor não plantou. Aí ele planta no terceiro... Isso não funciona. Eu chamo “o milho sanfona”. Isso não conquista mercado. Ou nós temos um plano sério de plantação de milho, ou então nós não vamos ser concorrentes internacionais não.
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