sábado, 6 de dezembro de 2014

AGRURAS DA SECA

QUANDO A CHUVA NÃO CAI É TRISTE A SITUAÇÃO
A necessidade de um bom inverno, a estação das chuvas no Nordeste, faz o sertanejo ser um grande devoto de São José. A sabedoria popular diz que se a chuva não vem no dia 19 de março, a colheita e o gado minguarão.

Quando não cai uma única gota d’água durante um mês ou mais, é prenúncio de seca. E no ano de 1915 ocorreu a primeira grande seca do Século 20, no Brasil. O olhar triste de uma vaca moribunda, indica que a jornada não será fácil, pois o cenário conclama a morte. Com essa mesma tristeza fica também galinhas, ovelhas, e todas as criações do nordeste.
A história das secas na região Nordeste vêm desde o século 16. As duras conseqüências da falta de água acentuaram um quadro que chega a ser assustador: migração desenfreada, epidemias, fome, sede, miséria. Os relatos de pesquisadores e historiadores datam da época da colonização portuguesa na região. Até a primeira metade do século 17, quem ocupava as áreas mais interioranas do semiárido brasileiro era a população indígena. Uma das primeiras secas que se tem notícia aconteceu entre 1580 e 1583. As capitanias tiveram seus engenhos prejudicados, as fazendas sofreram com a falta de água e cerca de 5 mil índios desceram o sertão em busca de comida.
Seca de 1970
Entre os mais velhos, os relatos sempre comparam a seca atual com a enfrentada em 1970. Aquele ano, segundo historiadores, foi considerado o ápice de um ciclo seco que assolou o Nordeste e provocou a retirada de milhares de sertanejos para o Sudeste. A severa estiagem causou a morte de animais e seres humanos, além de ser responsável pela geração subnutrida que surgiu no semiárido.
Seca hoje
Sem água, os animais estão passando fome e morrendo, assim como as tradicionais plantações de milho e feijão –que garantem alimentos de subsistência por muitos meses do ano–, que sequer foram feitas. Nós somos verdadeiros "caçadores" de água. Essa é a realidade da população do Sertão que enfrenta a seca nordestina.

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