O feijão produz mais com uso da tecnologia de fixação biológica de nitrogênio
É uma alternativa muito importante para a cultura do feijão. Nas lavouras, é possível obter produtividade acima de três mil quilos por hectare, reduzir o custo de produção e o impacto ambiental das lavouras. Esses são os resultados que podem ser alcançados com o uso da tecnologia da fixação biológica de nitrogênio. Recomendada por pesquisadores da Embrapa, a tecnologia, quando bem aplicada, substitui a adubação convencional e garante o suprimento de nitrogênio para as plantas sem a necessidade de produtos químicos.O pesquisador da Embrapa Enderson Ferreira afirma que “em lavouras comerciais cultivadas na terceira safra nas regiões de Unaí (MG), Formosa (GO) e no Distrito Federal, observam-se rendimentos muito altos considerando a média nacional, que é de mil quilos por hectare”. Contudo, o grau de adoção da tecnologia ainda é muito baixo se comparado com outras culturas, como é o caso da soja, na qual os fertilizantes nitrogenados na forma de ureia já foram praticamente substituídos em sua totalidade pela fixação biológica de nitrogênio.
Segundo Ferreira, um dos aspectos que podem incrementar o uso da fixação biológica do nitrogênio no feijão é a disseminação das técnicas para os produtores e, em especial, para a agricultura familiar. Ele destaca alguns aspectos importantes que devem ser observados por aqueles que desejam utilizar a tecnologia.
“Primeiramente, deve-se trabalhar com inoculante, produto comercializado com as bactérias fixadoras, que seja de qualidade. Este deve seguir a legislação brasileira e possuir a concentração adequada prevista na lei e expressa na embalagem. Além disso, o transporte e a conservação do inoculante demandam ambientes frescos e arejados. Também se recomenda realizar a semeadura logo após a inoculação da semente para buscar maior eficiência do produto”, explica o pesquisador.
Outro ponto relevante que deve ser considerado por aqueles que querem usar a fixação biológica de nitrogênio na cultura do feijão é o tratamento de sementes. Conforme Ferreira, o tratamento de sementes com fungicidas ou micronutrientes deve ser realizado antes da inoculação, pois já foi verificado que alguns produtos comerciais matam as bactérias presentes no inoculante.
Para o homem do campo, essa tecnologia faz muita diferença, pois é uma alternativa aos fertilizantes nitrogenados, uma vez que é impossível eliminar o suprimento de nitrogênio para as plantas, pois esse elemento está ligado ao crescimento das estruturas vegetais, à capacidade de formação de grãos e à produção rentável.
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