Palha seca pode ser tratada com água e uréia para servir ao gado |
A recuperação da
qualidade forrageira de mato seco, em especial as palhas de culturas
perdidas nas roças, é um processo simples que envolve apenas água e
uréia. Misturadas e despejadas sobre este material endurecido, e
acondicionados em uma lona plástica, o insumo se transforma em um gás
que tem a capacidade de amolecer as palhadas e ainda recuperar parte da
sua proteína. Esta técnica é conhecida como amoniação ou amonização.
Com um pouco de
recurso, o criador pode transformar restos de cultura, galhos e gravetos
ressequidos, com baixo valor nutricional, em uma boa foragem para
caprinos, ovinos e bovinos. O melhor é que nesta alteração não está
envolvido qualquer insumo técnico sofisticado ou complexo.
Para o técnico da
Embrapa Semiárido, em Petrolina, interior de Pernambuco, Daniel Miranda,
não é qualquer tipo de mato que se pode fazer a amoniado. É preciso
utilizar restos de cultura como a palha de milho, arroz, feijão e
resíduos de ração animal. “Esse tratamento é com uréia pecuária. O
produtor deve utilizar a palha seca, na proporção de cem quilos para
cinco quilos de uréia, diluída em 25 litros de água. Basta colocar uma
lona ou plástico sobre a palha e depois de 20 dias da data em que foi
fechada já é possível fornecer aos animais”, explica Miranda.
Na abertura do
plástico, o agricultor precisa ter cuidado para não respirar o gás
contido junto com a forragem. Ao ser aberta a lona e a palhada estiver
com uma coloração escurecida e consistência macia, é sinal que o gás não
escapou e a amoniação deu certo.
O
técnico da Embrapa, porém, explica que o agricultor precisa adotar
algumas precauções no fornecimento do material amoniado para os animais.
Antes de colocar para os animais consumirem, é necessário deixar a
forragem em repouso de um dia para o outro. Esta é uma forma de se
assegurar a evaporação do excesso de gás do alimento.
As quantidades a
serem colocadas para o consumo dos rebanhos é outro aspecto a ser bem
observado. De acordo com Daniel, a porção de consumo adequada é de 1,5 a
2% do peso vivo do animal. Bovinos, por exemplo, devem receber de 4 a 6
kg/cabeça/dia. No caso de caprinos e ovinos, a quantidade oferecida
deve ser de 0,5 a 0,7 kg/cabeça/dia.
Nos
períodos mais intensos da seca, recorrer a esta técnica de amoniação é
uma boa decisão para melhorar a dieta dos rebanhos. Ela não fará os
animais ganharem peso, mas, será nutritiva o bastante para que não
percam. Dessa forma, manterão o peso até a chegada do período chuvoso. É
um grande negócio para os agricultores, garante Daniel Miranda.
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da redação do Nordeste Rural |
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