O documento aponta cinco espécies nativas do País como possíveis fontes de biomassa para biorrefinarias: macaúba, babaçu e carnaúba – fontes de lipídios – e mandioca e aguapé – fontes de carboidratos. Dentre elas, a que mais se destaca é a macaúba, devido ao grande potencial de exploração econômica imediata. Alimentos, biocombustíveis, produtos químicos, materiais diversos e energia (calor e eletricidade) são alguns dos itens que podem ser gerados em biorrefinarias a partir da biomassa.
O estimado aumento da demanda industrial por óleos de origem renovável exigirá plantas com elevada produtividade, o que não se consegue com as lavouras de ciclo anual como a soja e a canola. Nesse sentido, palmeiras como a macaúba, o babaçu e a carnaúba podem ganhar mais espaço. “As palmáceas são as fontes vegetais com maior densidade energética”, destaca o documento. Só os resíduos do babaçu que chegam às processadoras poderiam gerar volume de energia equivalente a 2% da matriz energética nacional.
Fonte de carboidratos, a mandioca também apresenta potencial de aproveitamento energético dos resíduos da produção de farinha e fécula. A manipueira, efluente líquido resultante da prensagem, equivale a pelo menos 30% do material processado. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de mandioca, que também pode ser utilizada para fabricação de etanol.
Os pesquisadores também abordam no documento os desafios para que esse potencial econômico vire realidade. Entre eles, a exploração ainda extrativista da maior parte das espécies nativas abordadas, o que implica falta de uniformidade e garantia de fornecimento regular. Entretanto, os autores salientam que “os investimentos em ciência, tecnologia e inovação tem resultado em soluções criativas que podem ser escalonadas, criando oportunidades de novos negócios. Mantendo-se a continuidade desses esforços, certamente serão desenvolvidos processos para melhor aproveitamento dos recursos naturais, o que possibilitara geração de renda e emprego.”
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