Embrapa participa da formatação da Anater
Os primeiros dias de 2014 serão estratégicos para a equipe do Governo
Federal que ficará responsável pela discussão e elaboração do estatuto
da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). O
grupo contará com a participação da Embrapa e terá até a segunda semana
de fevereiro para finalizar o trabalho.
A nova agência terá como principal objetivo qualificar e ampliar os
serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no Brasil,
auxiliando pequenos agricultores em projetos que contribuam para o
aumento da produtividade e a melhoria das atividades rurais. Sua criação
foi autorizada em lei, que tramitou no Congresso Nacional e foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no dia 18 de dezembro. Veja a publicação no Diário Oficial da União.
O estatuto da Anater deve ser aprovado pelo Conselho de Administração da
nova agência até 19 de fevereiro. A equipe que elabora o documento
conta com representantes de Ministérios, como o do Desenvolvimento
Agrário (MDA), da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), além da Embrapa.
A Anater
A Anater será um serviço social autônomo constituído na forma de pessoa
jurídica de direito privado sem fins lucrativos, de interesse coletivo e
de utilidade pública. A estrutura da agência inclui a Diretoria
Executiva, que será composta pelo presidente e mais três diretores
executivos; o Conselho de Administração, com 11 integrantes (dentre eles
o próprio Presidente da Anater e o Presidente da Embrapa, além de
representantes do Poder Executivo e de quatro entidades de produtores
rurais); e o Conselho Fiscal, com três membros.
A previsão é de que a Anater receba R$ 1,4 bilhão em recursos do
Orçamento da União em 2014, funcionando com um contrato de gestão com os
ministérios que possuem em seu orçamento recursos destinados a Ater e à
capacitação de técnicos (como o MDA, MAPA, MPA e da Integração). A
ideia do Governo é montar uma estrutura enxuta, com no máximo 130
funcionários.
O papel da Embrapa
“A Anater nasce para efetivar a parceria entre pesquisa, assistência
técnica e extensão rural. Tradicionalmente esses segmentos não tinham
uma prática de conversação na sua origem. A Anater então nasce dizendo
que é fundamental que pesquisa, extensão e ensino conversem para termos
ganhos mais importantes e mais densos”, explica o diretor-executivo de
Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Junior.
Para ele, houve uma evolução muito grande na agropecuária brasileira:
“os agricultores estão mais especializados, com alta produtividade e boa
rentabilidade. Porém ainda há um grande contingente de produtores
familiares que precisam de uma assistência mais direta e efetiva. A
Anater surge para preencher essa lacuna. No fundo, a Anater será uma
grande captadora de sinais e de demandas da sociedade”.
Waldyr sinaliza que a Agência deverá priorizar algumas ações já nas suas
primeiras chamadas públicas. Dentre elas, a cadeia produtiva do leite
em microrregiões prioritárias, agricultores familiares da região do
Semiárido, agricultores que trabalham em sistema de baixo carbono,
agroecologia e produção orgânica, além da implementação de tecnologias
avançadas.
O foco da Anater será a promoção da apropriação de tecnologias pelos
produtores, para o aumento da produtividade e da renda. Caberá a ela o
credenciamento e contratação de entidades públicas e privadas que vão
prestar esses serviços de assistência técnica aos agricultores
brasileiros. Até março deverá ser publicado no Diário Oficial da União
regulamento para esse credenciamento (de pessoas físicas e jurídicas
para a prestação de serviços ou execução de projetos de assistência
técnica e extensão rural) e também o regulamento de licitações e
contratos, convênios e instrumentos congêneres relativos a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações.
A criação da Anater institucionaliza a Política Nacional de Ater e cria
condições para que se possa coordenar um complexo Sistema Brasileiro de
Assistência Técnica e Extensão Rural, constituído não só pelas empresas
estaduais de Ater (as Emateres), mas por um conjunto de organizações da
sociedade, e também contribui para uma articulação desse sistema com o
Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), organizado pela
Embrapa.
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