sábado, 21 de dezembro de 2013

Embrapa cria plantas de alface com maior teor de ácido fólico


A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está desenvolvendo uma pesquisa para aumentar o teor de ácido fólico – ou vitamina B9 – nas plantas de alface. A substância é um importante fator na prevenção da anencefalia, já que estudos mostram que a ingestão de ácido fólico meses antes da concepção pode prevenir em mais de 50% a ocorrência dessa doença. Iniciada em 2006, a pesquisa tinha como objetivo desenvolver plantas geneticamente modificadas, fazendo com que a alface, que já produz ácido fólico, mas em pequenas quantidades, aumentasse a produção das moléculas que dão origem à substância. Segundo o coordenador da pesquisa, Francisco Aragão, o feito foi conquistado através da introdução de genes de Arabidopsis thaliana, planta-modelo muito utilizada na biotecnologia vegetal.
A primeira vertente da pesquisa resultou em linhagens de plantas com até 15 vezes mais ácido fólico e a segunda, com duas vezes mais. Aragão pretende iniciar o cruzamento entre as duas variedades para tentar alcançar índices ainda maiores da vitamina nas plantas. “Manipulando as duas rotas, pode ser que essa quantidade chegue a até 30 vezes mais, como indicam alguns estudos semelhantes realizados nos Estados Unidos”, afirma.
As plantas estão prontas nas casas de vegetação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília (DF) e começarão a ser submetidas ainda este ano a testes de avaliação agronômica. Os testes já foram autorizados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio.
A vantagem da alface é que, além de ser uma hortaliça que faz parte da dieta da população brasileira, ela pode ser ingerida crua, o que é muito melhor para a absorção das vitaminas.


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