Espaços urbanos e rurais, tipologias e políticas
A palavra do Território Sertão Central
sobre suas tipologias
Painel 1 reuniu debatedores nacionais e estrangeiros para discutir estas temáticas
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Após
a cerimônia de abertura, começaram nesta terça-feira (26/11) as
apresentações e debates do VIII Fórum Internacional de Desenvolvimento
Territorial "Ruralidade, diversidade e políticas diferenciadas". O
evento acontece até quarta-feira, no hotel Garden Tulip, em Campina
Grande (PB). O primeiro painel do dia fez uma introdução ao tema
central. Os debatedores tentaram responder à pergunta "Por que promover
um debate estruturado sobre espaços urbanos e rurais, suas tipologias e
políticas?" Jose Emilio Guerrero (Universidade de Córdoba, na Espanha) e Byron Miranda (IICA Costa Rica) apresentaram as concepções de ruralidade em países selecionados da América Latina (Uruguai, Chile, Equador, México e Equador) e da Europa (Holanda, Espanha e França), traçando um paralelo entre as implicações para as políticas públicas e os desafios a serem enfrentados. "A necessidade de discutir o rural nasce da preocupação pelo território", definiu Byron Miranda, antes de citar as particularidades de cada país latinoamericano no que diz respeito a desenvolvimento territorial. Já Guerrero, em sua fala, citou a estratégia de especialização inteligente que faz parte do plano 2020 da União Européia. "Três questões fundamentais para essa estrutura política regional são o papel fundamental do conhecimento tecnológico e científico, a inteligência política e os arranjos de governança", explicou o espanhol. Claudia Job Schmitt e Nelson Delgado, do CPDA/OPPA, foram os painelistas do tema As concepções de ruralidade na perspectiva dos organismos multilaterais de cooperação e estudos de casos de ruralidade na América Latina, enquanto Maria Nazareth Wanderley (UFPE) e Arilson Favareto (UFABC) abordaram A singularidade do rural brasileiro: implicações para tipologias territoriais e a elaboração de políticas públicas. "Três aspectos centrais caracterizam a singularidade do rural brasileiro. É uma realidade da sociedade moderna. Reflete a disputa entre as concepções de rural, enquanto espaço de investimento e enquanto um lugar de vida. Constrói-se como a forma de inserção do mundo rural no conjunto da sociedade, através de suas relações com as cidades", analisou Favareto. Ele também projetou tendências para a ruralidade brasileira nos próximos anos. Algumas delas são: mudança no perfil demográfico do rural brasileiro, importância da agricultura no cenário internacional, enraizamento socioambiental, surgimento de uma economia da nova ruralidade, entre outros. O coordenador do painel foi o Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca da Paraíba, Marenilson Batista. O segundo dia começou com uma apresentação do coordenador-executivo do Fórum DRS, Carlos Miranda. Ele fez um balanço das ações realizadas nos últimos anos , além de uma contextualização do VIII Fórum Internacional. "Nesse evento vamos ter a chance de discutir os resultados do Projeto Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil, que traz resultados relevantes e reflexões importantes sobre o rural contemporâneo", analisou. O VIII Fórum Internacional de Desenvolvimento Territorial é uma organização do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), por meio do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável (Fórum DRS), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF), a Fundação Banco do Brasil (FBB) e os Governos dos Estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba. |
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Painel 2 Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil
Representantes do sertão central
Painelistas apresentam resultados do Projeto do IICA e suas implicações para as políticas
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Pa
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O
Painel 2 do VIII Fórum Internacional de Desenvolvimento Territorial, na
tarde desta terça-feira (26/11), apresentou e discutiu o Projeto
Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil: implicações para as
políticas públicas. O estudo realizado pelo Instituto Interamericano de
Cooperação para a Agricultura propõe uma nova tipologia dos espaços
rurais brasileiros e o evento em Campina Grande (PB) marcou a primeira
vez que o grande público teve acesso às conclusões da equipe técnica.. Uma das coordenadoras do Projeto, Tânia Bacelar (UFPE), fez a apresentação dos resultados do Projeto. "Vimos que vale a pena fazer essa discussão sobre o que é o novo rural e olharmos para dentro do País", afirmou a economista e socióloga. Ela explicou que a visão contemporânea do rural com que a equipe trabalhou foi a de que "o rural se expressa enquanto forma territorial de vida social", o que rompe com a visão economicista do rural como território de produção agropecuária. "Concluímos que em algumas regiões o Brasil rural vem crescendo acima do urbano. Hoje, 70% da produção de alimentos no País vem da agricultura familiar. O agronegócio é muito importante, mas produz basicamente para exportação. 75% do emprego na zona rural está na agricultura familiar. Esse é um dado muito importante. Agricultura patronal é boa para produzir excedente, mas não é boa para criar emprego, como é a agricultura familiar", aponta Tânia. Leonilde Medeiros e Mariana Trotta (CPDA/OPPA) apresentaram As Implicações da nova concepção da ruralidade no marco legal brasileiro. Mariana citou os três estudos de caso promovidos em Belterra (PA), Caxias do Sul (RS) e Nova Iguaçu (RJ) para endossar o estudo, enquanto Leonilde fez uma contextualização histórica sobre o tema. Na sequência, Jan Bitoun (UFPE) abordou A proposta de tipologia dos espaços rurais no Brasil e os dois produtos do Projeto Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil coordenados por ele: Redimensionamento do rural brasileiro e Representação da diversidade do rural brasileiro em escala nacional. Uma das conclusões é que o percentual da população residente em municípios essencialmente e relativamente rurais corresponde a 37% da população total do país distribuído em 87% dos municípios. Outro resultado foram os 26 tipos regionalizados do Brasil, que derivaram dos biomas brasileiros - ponto de partida para a proposta de tipologia do rural brasileiro. Logo depois, um debate mediado por Betty Rocha (SDT/MDA) fechou o segundo dia do evento. O VIII Fórum Internacional termina nesta quarta-feira (27/11) com um Ciclo de Debates sobre uma nova concepção de ruralidade e políticas públicas, das 9h às 18h. O evento está sendo realizado no Hotel Garden Tulip Campina Grande. |
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