segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mistura de águas salinas pode ser solução para a seca

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A seca que atinge o Nordeste brasileiro é uma das piores dos últimos 30 anos. Diversos reservatórios continuam sem água e as chuvas, mesmo torrenciais, não são suficientes para abastecer os lençois freáticos, que ficam com praticamente toda a água da superfície. Leia maisA nova solução, que poderá resolver problemas antigos como a estiagem no semiárido nordestino que tanto tem prejudicado a irrigação e a produção de forragem, é produzida a partir de mistura entre a água proveniente do aqüífero calcário Jandaíra – principal manancial e uma das maiores reservas de águas dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte – com água de abastecimento urbano, que é disponível em menor quantidade.
A alternativa é resultado de um projeto premiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através do prêmio Jovens Cientistas 2013, na modalidade estudante de ensino superior. O vencedor da modalidade é aluno da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), aluno do 9º período de Agronomia, José Leôncio de Almeida. Orientado pelo professor dr. José Francismar de Medeiros, o projeto “Mistura de águas salinas como alternativa para irrigação e produção de forragem no semiárido nordestino” garante a sustentabilidade dos agricultores e pecuaristas que têm água salina em maior excesso e água doce em menor quantidade.
“Nós conseguimos uma economia em torno de 85% na agricultura local. Desta forma, nossa intenção é tornar viável esta pesquisa para a região que sofre com a falta de recursos hídricos”, afirmou o jovem cientista José Leôncio, durante anúncio do prêmio, em Brasília.
O experimento foi aplicado na produção de milho e sorgo, culturas que eram mais sensíveis à salinidade da água, mas que responderam aos testes com tolerância, tornando possível a utilização dessa mistura, através da irrigação por gotejamento. “Ficou constatado que os níveis salinos influenciaram em algumas variáveis, mas os teores de proteína na planta não tiveram variação em função do aumento da salinidade”, disse o professor orientador, José Francismar. O professor destacou ainda que o que se acreditava de nível ideal de salinidade da água para que não perdesse o rendimento era de 1.3, mas nos testes desenvolvidos foi possível fazer os cultivos com salinidade de até 4,6.

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