Participantes da Conferência apostam no diálogo para o desenvolvimento do meio rural
Indígenas,
quilombolas, pescadores, jovens, extrativistas, assentados da reforma
agrária e agricultores familiares de todas as partes do País estão
reunidos em Brasília para pensar um modelo de desenvolvimento que
beneficie a diversidade de povos do meio rural. Como resultado dos
debates, será elaborado um plano nacional que norteará as políticas
públicas para os próximos anos.
Os jovens rurais, por exemplo, querem permanecer no
campo. Marcilene Cerqueira Mergace, 24 anos, representa, na 2ª
Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário,
os anseios da juventude da zona rural de Sooretama (ES), onde vive. Lá,
ela ainda vê muitos jovens saírem do campo, influenciados pelos pais.
“Com a Conferência, temos um espaço para tentar melhorar as condições
dos jovens indígenas, mulheres, quilombolas do meio rural”, acredita.
O representante do quilombo Furnas do Dionízio, em
Jaraguari (MS), a 40 quilômetros de Campo Grande, Jhonny de Jesus, 32,
diz que o modelo de desenvolvimento precisa ter a cara do Brasil rural.
No evento, ele defende o reconhecimento das comunidades quilombolas. “A
Conferência, com esse número de delegados, vai alavancar e dar mais
visibilidade para a importância da titulação das terras de quilombo”,
destaca.
Reforma agrária
Ao mesmo tempo, Gabriela Gomes de Souza, 27, agricultora do Assentamento 17 de Abril, em Faina (GO), acredita que a reforma agrária pode melhorar a vida no campo. Ela trouxe para a Conferência um de seus quatro filhos, o pequeno Nicolas, de apenas quatro meses. Segundo ela, o bebê não poderia ficar de fora de um momento tão importante para o País. “Como assentada, sei que a questão da reforma agrária é necessária e vai melhorar a vida de muita gente”, enfatiza.
Ao mesmo tempo, Gabriela Gomes de Souza, 27, agricultora do Assentamento 17 de Abril, em Faina (GO), acredita que a reforma agrária pode melhorar a vida no campo. Ela trouxe para a Conferência um de seus quatro filhos, o pequeno Nicolas, de apenas quatro meses. Segundo ela, o bebê não poderia ficar de fora de um momento tão importante para o País. “Como assentada, sei que a questão da reforma agrária é necessária e vai melhorar a vida de muita gente”, enfatiza.
A importância dos debates da Conferência é um
pensamento compartilhado por Luana Santana, 28, do quilombo Carrapatos
da Tabatinga, em Bom Despacho (MG). “Nós, mulheres, não vamos ficar
escondidas. Queremos nossos direitos reconhecidos, como 50% de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater)”, ressalta. A agricultora
destaca que participa do evento para representar vários interesses e
ideais. “Nós somos 50% de mulheres e 20% de jovens. Como quilombola,
estou aqui levantando as três bandeiras”, conclui.
Participam da Conferência 1,2 mil delegados e
delegadas – a paridade de gênero é uma conquista das mulheres rurais
neste evento. No dia da abertura, segunda-feira (14), o ministro do
Desenvolvimento Agrário (MDA) e presidente do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), Pepe Vargas, destacou a
pluralidade dos participantes como uma das principais características da
Conferência. “O desenvolvimento rural precisa ser feito em sua
plenitude, garantindo terra para quem tem terra e mais terra para quem
tem pouca terra. Essa é a Conferência da igualdade, da participação
social, da esperança crítica e da consolidação da agricultura familiar”,
afirmou.
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