quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Conferência Territorial

Participantes da Conferência apostam no diálogo para o desenvolvimento do meio rural



Participantes da Conferência apostam no diálogo para o desenvolvimento do meio rural

Foto: Albino Oliveira/MDA

Indígenas, quilombolas, pescadores, jovens, extrativistas, assentados da reforma agrária e agricultores familiares de todas as partes do País estão reunidos em Brasília para pensar um modelo de desenvolvimento que beneficie a diversidade de povos do meio rural. Como resultado dos debates, será elaborado um plano nacional que norteará as políticas públicas para os próximos anos.
Os jovens rurais, por exemplo, querem permanecer no campo. Marcilene Cerqueira Mergace, 24 anos, representa, na 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, os anseios da juventude da zona rural de Sooretama (ES), onde vive. Lá, ela ainda vê muitos jovens saírem do campo, influenciados pelos pais. “Com a Conferência, temos um espaço para tentar melhorar as condições dos jovens indígenas, mulheres, quilombolas do meio rural”, acredita.
O representante do quilombo Furnas do Dionízio, em Jaraguari (MS), a 40 quilômetros de Campo Grande, Jhonny de Jesus, 32, diz que o modelo de desenvolvimento precisa ter a cara do Brasil rural. No evento, ele defende o reconhecimento das comunidades quilombolas. “A Conferência, com esse número de delegados, vai alavancar e dar mais visibilidade para a importância da titulação das terras de quilombo”, destaca.
Reforma agrária
Ao mesmo tempo, Gabriela Gomes de Souza, 27, agricultora do Assentamento 17 de Abril, em Faina (GO), acredita que a reforma agrária pode melhorar a vida no campo. Ela trouxe para a Conferência um de seus quatro filhos, o pequeno Nicolas, de apenas quatro meses. Segundo ela, o bebê não poderia ficar de fora de um momento tão importante para o País. “Como assentada, sei que a questão da reforma agrária é necessária e vai melhorar a vida de muita gente”, enfatiza.
A importância dos debates da Conferência é um pensamento compartilhado por Luana Santana, 28, do quilombo Carrapatos da Tabatinga, em Bom Despacho (MG). “Nós, mulheres, não vamos ficar escondidas. Queremos nossos direitos reconhecidos, como 50% de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater)”, ressalta. A agricultora destaca que participa do evento para representar vários interesses e ideais. “Nós somos 50% de mulheres e 20% de jovens. Como quilombola, estou aqui levantando as três bandeiras”, conclui.
Participam da Conferência 1,2 mil delegados e delegadas – a paridade de gênero  é uma conquista das mulheres rurais neste evento. No dia da abertura, segunda-feira (14), o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA) e presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), Pepe Vargas, destacou a pluralidade dos participantes como uma das principais características da Conferência. “O desenvolvimento rural precisa ser feito em sua plenitude, garantindo terra para quem tem terra e mais terra para quem tem pouca terra. Essa é a Conferência da igualdade, da participação social, da esperança crítica e da consolidação da agricultura familiar”, afirmou.

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