quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Conab confirma denúncias de revenda ilegal de milho

http://www.robsonpiresxerife.com/
milho tribuna
A Tribuna do Norte também destaca a situação na regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cresce o número de denúncias a respeito de criadores que, em posse de ração comprada a preços menores, subsidiados pelo governo federal, revendem a mercadoria, o que é ilegal. Ontem, o superintendente do órgão, João Maria Lúcio da Silva confirmou que já pediu, inclusive, o apoio da Diretoria Nacional de Abastecimento para conter o mercado irregular.
Segundo ele, há dificuldades para checar as denúncias, feitas geralmente por anônimos. “As pessoas não querem se identificar e também não temos o poder de polícia para entrar nos estabelecimentos onde o crime pode estar ocorrendo”, disse João Lúcio.
De acordo com ele, as denúncias começaram a aumentar, ano passado, desde que o programa de Vendas em Balcão ganhou força no Estado, após o decreto de emergência, decorrente da seca. Segundo João Lúcio, pelas denúncias que chegam à Conab, algumas pessoas começaram a tirar vantagem do programa de subsídio, revendendo o insumo por valores elevados, para lucrar.
Uma saca de 50 quilos de milho custa, com subsídio, R$ 18,12. No mercado comum, a saca pode chegar a R$ 60.  De acordo com o superintendente da Conab, João Maria Lúcio da Silva, o estoque atual, de 2.500, não é suficiente para atender os 16,5 mil cadastrados no programa de Vendas em Balcã, no no Rio Grande do Norte. Por dia, a Conab recebe cerca de 300 novos cadastros.
“Estamos racionando e a venda está limitada a 3 toneladas por agricultor ou criador cadastrado”, disse João Lúcio. Para ter acesso ao benefício, os agricultores precisam residir nos municípios em estado de emergência e comprovar o registro de rebanho vacinado (liberado pelo Instituto de Defesa Agropecuária do RN – Idiarn).
Para conter o mercado irregular de rações, a Conab enviou, em julho do ano passado, um ofício à Secretaria de Estadual de Tributação (SET), pedindo a disponibilização de auditores para fiscalizar as possíveis infrações. Até agora, o governo não acenou com qualquer resposta. “Já tentei contato com o secretário várias vezes, mas não recebi retorno”.
Nota do Blog: E o pequena produtor comprando o milho racionado. É uma vergonha.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Previsão para os próximos três meses é de chuvas abaixo da média, dizem especialistas


 

Meteorologistas dos principais centros de previsão climática do país estão reunidos em Fortaleza, capital cearense, e divulgaram hoje (25) as previsões para os próximos três meses na região do semi-árido nordestino. Após as pesquisas concluídas ontem, os especialistas de instituições estaduais e órgãos nacionais concluíram que as previsões não são muito diferentes da situação atual de seca.

Segundo Eduardo Sávio Martins, presidente da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), as chuvas no semi-árido nordestino nos meses de fevereiro, março e abril ficarão abaixo do normal no norte do Nordeste. De acordo com Eduardo Martins, a seca no próximo trimestre ocorrerá devido à Zona de Convergência Intetropical, onde os ventos vindos dos hemisférios Norte e Sul trazendo umidade confluem, perdendo esse fator essencial para as chuvas na região.

O prognóstico geral para o Nordeste, de acordo com os estudos é de chuvas abaixo da média e de forma irregular, prejudicando os produtores da região.

Produções atingidas

Apesar de a seca atingir principalmente o semi-árido nordestino, outras regiões também foram atingidas, como o norte de Minas Gerais, onde a safra de pequi, fruta tradicional da região, atrasou um mês devido à seca e às pragas. Segundo a Emater, no município de Campo Azul, no norte de Minas, a expectativa é de que a produçãos eja 40% menor que o ano passado, quando o total chegou a 1875 toneladas.

O sertão paraibano também acabou atingido pela escassez de chuvas. O município de Sousa perdeu grande parte de sua produção de coco, prejudicando além dos produtores, os trabalhadores. Esses, que costumavam trabalhar cinco dias na semana carregando os caminhões de coco, agora trabalham apenas um a cada sete dias

Meteorologistas reunidos em Fortaleza vão apresentar prognóstico do quadro chuvoso

 

Meteorologistas reunidos em Fortaleza/CE vão apresentar, na manhã de hoje, o prognóstico oficial da quadra chuvosa no Nordeste. A apresentação do documento faz parte da programação do XV Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, iniciado na última terça-feira, com atividades na sede da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a portas fechadas.

As análises das modelagens numéricas feitas pelos meteorologistas terão uma novidade neste ano. Durante a Reunião Climática, também foi considerado um modelo atmosférico global gerado pela instituição estadual. O novo produto da Funceme foi levado em consideração, assim como os do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e Instituto Internacional de Pesquisas do Clima e da Sociedade (IRI - EUA).

Também no XV Workshop Internacional de Avaliação Climática, será realizada uma reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca, nesta sexta-feira, logo após a divulgação do prognóstico. O Comitê é coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), e possui representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome e das Minas e Energia, além do Exército Brasileiro.

No último domingo, a TRIBUNA DO NORTE publicou reportagem mostrando as projeções feitas pelo professor Luiz Carlos Baldicero Molion, PHD em Meteorologia e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, que  indicam a possibilidade da região enfrentar um novo ciclo de invernos abaixo da média, intercalados com períodos de estiagem pelos próximos nove anos. A projeção tem por base estudos sobre o comportamento das temperaturas nos oceanos e dados das séries históricas de chuvas nos estados nordestinos

SETHAS recebe R$ 17,8 milhões do MDS para construção de novas cisternas no RN

A Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social-Sethas já conta com recursos em caixa de R$ 17,8 milhões para dar início à execução de um novo programa de construção de cisternas no Rio Grande do Norte neste ano.
 
 A parcela é referente ao convênio, no valor global de R$ 33 milhões, firmado no final do ano passado entre o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, através da Sethas, e o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome-MDS, para a execução de projetos sociais que possibilitem o acesso e o armazenamento de água em comunidades rurais no âmbito do Estado.
 
Os recursos são destinados à construção de 7.470 reservatórios, em área rural, sendo 2.000 cisternas de calçadão com capacidade para 52 mil litros de água, 5.100 cisternas de placa com capacidade para 16 mil litros, 250 tanques de pedra para a produção de alimentos e criação de animais e 120 cisternas de 52 mil litros em escolas rurais.
 
Serão contempladas com este novo convênio comunidades rurais localizadas nas áreas territoriais Assu-Mossoró, Agreste-Litoral Sul, Alto Oeste, Mato Grande, Potengi, Seridó, Sertão Central-Cabugi, Litoral Norte, Sertão do Apodi e Trairi.

sábado, 26 de janeiro de 2013

P1 +2 JUNTAMENTE COM A PARCERIA DO STTR DE ANGICOS CONSTROI BARREIROS PARA A CONVIVENCIA COM O SEMI-ARIDO NO MUNICIPIO DE ANGICOS


NESTE DIA 23 DE JANEIRO, DIRETORIA DO STTR DE ANGICOS E A EQUIPE DO P1+2, NAS PESSOAS DE ALMIR MEDEIROS – SECRETARIO DO STTR E EVANILDO UM DOS COORDENADORES DO PROGRAMA P1+2, ESTIVERAM PRESENTES EM VARIAS COMUNIDADES DA ZONA RURAL DE ANGICOS, PARA TIRAR FOTOS DOS BARREIROS QUE ESTAO SENDO CONSTRUIDO NO MUNICIPIO, PARA QUE O HOMEM DO CAMPO POSSA ARMAZENAR AGUA PARA OS ANIMAIS.
ESTE TIPO DE OBRA É MUITO IMPORTANTE PARA A CONVIVENCIA COM O SEMI-ARIDO, POIS TRATA-SE DE UMA FORMA DE ARMAZENAR AGUA PARA OS ANIMAIS DO HOMEM DO CAMPO, E QUE ESTES RECURSOS POSSA SEMPRE VIM PARA A REGIÃO, POIS O STTR DE ANGICOS BUSCA SEMPRE ESTAS PARCERIAS COM O P1MC, QUE SÃO O PESSOAL DAS CISTERNAS DE 16 MIL LITROS E COM O PESSOAL DO P1+2 QUE FAZEM AS CISTERNAS DE 52 MIL LITROS E BARREIROS (DISSE ALMIR MEDEIROS).

 EVANILDO - UM DOS COORD. DO P1+2
E ALMIR MEDEIROS - SECRETARIO DO STTR DE ANGICOS
 BARREIRO TRINCHEIRO
 EVANILDO  - P1+2
E CARLOS - BENEFICIARIO DO BARREIO TRINCHEIRO
CARLOS - AO LADO DO BARREIRO TRINCHEIRO
 CISTERNA DO P1MC - 16 MIL LITROS
CISTERNA DO P1+2 - 52 MIL LITROS

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

As chuvas voltaram ao Sertão de Pernambuco em 2013


Chuva na caatinga
 Barreiro com água da chuva
 Barreiro com muita água de chuva
 Sete-cascas com flores
Caprinos consumindo as flores do sete-cascas
As fotos
Nesta fotografia podemos observar o momento de uma chuva, barreiros com água captada da chuva e plantas de sete-cascas floridas no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.
Os fatos
Na noite de 17 de janeiro de 2013, após 365 dias sem chuvas significativas no Sertão de Pernambuco, finalmente os sertanejos acordaram no dia 18 de janeiro com partes de suas cisternas e barreiros com bastante água. Para a maioria dos municípios do Sertão as chuvas desse dia foram significativas. No município de Araripina choveu 114,6 mm. No município de Exu a precipitação total foi de 101 mm, seguido pelos municípios de Moreilândia com 80 mm, Santa Filomena com 75,8 mm e Belém do São Francisco com 66,5 mm, segundo dados da  Agência Pernambucana de Águas (http://www.apac.pe.gov.br/meteorologia). Nos demais municípios do Sertão Pernambucano e do Sertão do São Francisco, as precipitações foram significativas, diante da situação de calamidade que os mesmos enfrentavam. No Campo Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE, a precipitação foi de 80 mm.  Esse volume veio quebrar o quadro de seca severa, visto que, nesta área choveu somente 145,5 mm em todo o ano de 2012. Em 35 anos de observações, 2012 foi um dos piores anos de irregularidade de chuvas no Sertão do Nordeste. Este final de semana será de expectativa se haverá mais chuvas, todavia, muitos agricultores já iniciaram o plantio na esperança de conseguir alguma produção se ocorrer outras chuvas na região. O mais importante neste momento é que essas chuvas trouxeram um grande alívio para muitos agricultores que já tinham perdido parte dos rebanhos por falta de alimentos e sede. Agora há uma certeza de que nos próximos dias haverá pastagem para os animais e a água acumulada nos barreiros irá matar a sede dos mesmos. Contudo, o que mais alegra os sertanejos é que os especialistas em clima que só davam notícias ruins afirmando que 2013 será semelhante a 2012, eraram novamente e 2013 teve um bom início para o Sertão.

Quais, como e quando utilizar as vacinas


Vacinação é sinônimo de lucro para o criador e a não-vacinação pode resultar em graves prejuízos.

O correto manejo sanitário torna-se imprescindível para o sucesso dos criatórios de caprinos e ovinos, em virtude dos altos custos da produção e da competitividade dos mercados mundiais. Este controle é possível a partir da adoção de medidas preventivas para uma série de enfermidades dos animais (Langoni, 2004), que ressaltam a importância da vacinação no manejo dos rebanhos.
Vacinas são produtos biológicos que servem para a imunização contra diversas doenças causadas por vírus e bactérias, conhecidos como micróbios, ou seja, organismos vistos no microscópio (Instituto Fiocruz, do Rio de Janeiro). Os chamados antígenos representam os constituintes ativos das vacinas e são os responsáveis pela imunidade. As vacinas são produzidas e classificadas de acordo com os tipos de antígenos, representados pelos próprios micro-organismos, ou por suas partes estruturais e produtos de seu metabolismo.
Um programa efetivo de imunização deve propiciar a proteção para controlar, ou prevenir as moléstias infecciosas que naturalmente ocorrem nos rebanhos (Brumbaugh & Hjerpe, 1993).
A vacinação de pequenos ruminantes não é obrigatória, segundo a Instrução Normativa n° 87 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estabelece as diretrizes do Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PNSCO). A vacinação não é realizada, mesmo contra a febre aftosa, responsável por prejuízos devido às condições internacionais para a exportação. Algumas vacinas são proibidas para ovinos e caprinos, segundo o “Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa” (PNEFA, 2007) do MAPA. A vacinação, no entanto, é uma das práticas mais garantidoras da sanidade e, por consequência, do lucro.
Algumas vacinas são essenciais como medida preventiva. As doenças no rebanho causam um impacto econômico negativo para o criador. Os tópicos abaixo ilustrarão as principais e os métodos de vacinação.

Raiva

A raiva representa uma doença causada por vírus que acomete diversos animais e também o homem. O cão é o principal reservatório da doença para disseminação nas áreas urbanas e em ambiente rural são os morcegos hematófagos (Desmodus rotundus).
Esta doença manifesta-se com uma gama de sinais clínicos, citados a seguir:
1 - isolamento do rebanho;
2 - apatia;
3 - perda do apetite e dor;
4 - excitabilidade;
5 - salivação abundante e dificuldade de deglutição;
6 - incoordenação motora e tremores;
7- paralisia respiratória.
Estes sintomas podem evoluir até a morte dos animais.

Clostridioses

Medidas preventivas devem ser adotadas, pois é uma doença de caráter agudo e há dificuldade em estabelecer tratamentos para ela. A vacina é a principal estratégia para combater a clostridiose (Lobato et al., 2004).
Na clostridiose há uma variedade de manifestações clínicas causadas por diferentes bactérias anaeróbicas (produtoras de toxinas) que acometem diferentes espécies.
Os principais sinais clínicos apresentados por ovinos e caprinos acometidos incluem:
1 - dificuldade de locomoção;
2 - aumento de volume dos membros posteriores;
3 - excitabilidade;
4 - desvio lateral de cabeça;
5 - morte súbita.

Ovinos podem contrair o carbúnculo sintomático, tipo de clostridiose causada pela bactéria Clostridium chauvoei, através da contaminação de ferimentos. Estes podem ser causados durante o parto, castração, ou lesões de umbigo (Riet-Correa, 2001).

Linfadenite Caseosa

A linfadenite caseosa, ou mal- do-caroço é uma enfermidade contagiosa causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis, atingindo preferencialmente ovinos e caprinos. Causa perdas econômicas por condenação de carcaças (Riet-Correa, 2001). A doença é caracterizada pela formação de abscessos em diferentes partes do corpo dos animais, podendo levar a: emagrecimento progressivo e deficiência respiratória, ou hepática (abscessos nas vísceras).

Ectima Contagioso

O ectima contagioso, ou dermatite pustular, é infecto-contagiosa causada pelo vírus Parapoxvirus e também afeta os pequenos ruminantes. A enfermidade é caracterizada por: desenvolvimento de lesões na pele do focinho e formação de bolha, úlceras e crostas grosseiras no úbere e boca do animal.
Borregos ou cabritos não recebem anticorpos contra esta doença junto ao colostro materno (Barros, 2001). Os animais afetados podem perder peso pela dificuldade de alimentação, sendo que em jovens as lesões na língua impedem a amamentação. É prejuízo ao criador e uma alerta para a importância da vacinação em surtos.
A Tabela ilustra as principais vacinas e a vacinação indicada para a prevenção de doenças dos pequenos ruminantes.

Leptospirose

Caprinos e ovinos são susceptíveis aos mesmos sorovares (variedades) de leptospiras que acometem os bovinos (Langoni, 2005), motivo que preconiza a utilização das mesmas vacinas após a identificação sorológica da variedade de leptospira .
Os ovinos correspondem ao grupo de animais domésticos menos susceptíveis à doença, embora a leptospirose possa manifestar-se na forma aguda ou crônica . Esta doença pode ter as seguintes manifestações: quadros de septicemia, ou infecção generalizada; hemorragia; problemas renais; mastite sanguinolenta; retorno ao cio; abortamento e morte precoce de cordeiros (Hermann et al., 2004).
Após a identificação do surto preconiza-se a vacinação com duas doses em intervalos de 3 a 5 semanas e reaplicação semestral. O tratamento sistêmico com antibióticos também é recomendado.

Foot Root

Caracteriza-se por uma doença bacteriana, contagiosa, que afeta todos os aspectos do ciclo produtivo da ovinocultura. Pode levar à inflamação dos cascos e laminite (Burke & Parker, 2007). Vacinação estratégica é indicada coincidindo com os períodos favoráveis dos surtos.
A prevenção da doença no outono, segundo Ribeiro (2001), é recomendada com vacinação em fevereiro e reforço em maio. Já na primavera, indica-se a aplicação em julho e a revacinação em agosto. Os animais já imunizados, incluindo fêmeas em gestação, passam por manutenção anual. Trabalhos recentes exploram o efeito da raça, categoria e grau de acometimento dos animais sobre a resistência e sua herdabilidade na produção.

Cuidados com vacinas - Representam fatores que devem ser evitados para o sucesso dos programas de vacinação:
- conservação inadequada (temperatura de estocagem ideal é entre 2 a 8°C);
- aplicação após o vencimento;
- dose incorreta ou insuficiente;
- falta de assepsia ou limpeza no local de aplicação.


 


Considerações finais

As boas práticas aliadas às vacinas de qualidade representam o primeiro passo para o manejo sanitário dos criatórios de caprinos e ovinos, merecendo, portanto, total atenção dos produtores e técnicos envolvidos nessa cadeia produtiva.

Os novos queijos de leite de cabra da Embrapa


Em Sobral (CE), a Embrapa Caprinos e Ovinos está conduzindo o projeto “Novas tecnologias aplicadas ao leite de cabra para o desenvolvimento de queijos utilizando produtos oferecidos no Bioma Brasileiro”. Sob coordenação da pesquisadora Selene Daiha Benevides, engenheira de alimentos e doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, a iniciativa busca aumentar a renda dos produtores rurais nordestinos e, ao mesmo tempo, desenvolver novos queijos de leite de cabra com o uso de frutas e ervas da caatinga.
A ideia partiu do professor José Matos, da Universidade Federal do Ceará, que já desenvolvia trabalhos com o uso do orégano e da pimenta na produção de queijos de leite de cabra, como acontece em muitos lugares do Sertão. Passou a incorporar no projeto, entre outros produtos, o óleo de pequi e a entrecasca do cumaru. Ela ressalta as vantagens de melhora nutricional da população por conta dos antioxidantes presentes no pequi e do potencial fitoterápico do cumaru.
O trabalho foi iniciado em maio de 2009 e neste ano os produtos já serão testados em supermercados de Fortaleza e Sobral para avaliar sua aceitação pelo consumidor.

Produtor patenteia remédio caseiro



É possível inovar e ser um empresário no campo com incentivo e apoio. O produtor rural pode ter visão empreendedora e fazer a diferença. Em Forquilhinhas, município de São José, no litoral de Santa Catarina, Oscar Nazareno de Sousa teve uma boa ideia e desenvolveu o projeto: criou um anel que é colocado no brinco de identificação dos animais para evitar a ocorrência de infecções. Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), patenteou o produto e pensa em comercializá-lo.
Ao analisar que era comum a ocorrência de infecções nas orelhas dos animais após a colocação do brinco de identificação, começou a pensar em produtos que evitassem as doenças, mas que fossem diferenciados dos existentes.
Em 2011, a experiência iniciou com 150 bovinos e deu certo. Em outubro, Sousa encaminhou o processo para patentear o produto, registrado como “Anel repelente e cicatrizante para identificação animal”, para ser usado em bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.
Hoje, o produto serve como base de pesquisa em búfalos, na região de Dourados (SP), coordenada pelo Centro de Pesquisa do Agronegócio da Universidade de São Paulo (USP). “É muito gratificante ver um projeto se desenvolvendo e, ainda mais, por ser um produto benéfico para milhares de produtores que enfrentam esse problema com os animais”, salienta o produtor.
O anel contém um anti-inflamatório que evita a ocorrência de doenças. Além disso, o repelente mata as larvas que são deixadas pelas moscas no local, impedindo a presença de miíase - mais conhecida como bicheira. “Os medicamentos atuam cerca de 35 dias no local, prazo superior as duas semanas consideradas críticas para o surgimento de doenças após a perfuração para o uso do brinco”, explica.


sábado, 19 de janeiro de 2013

ENTREVISTA ESPECIAL REALIZADA EM 29/03/2012 COM JOÃO ABNER GUIMARÃES JÚNIOR - TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

 
 Transposição do rio São Francisco: ''Onde está o Tribunal de Contas da União? Ninguém se manifesta. Isso é um escândalo''. Entrevista especial com João Abner Guimarães Júnior.
“Com um terço do custo da transposição do rio São Francisco seria possível construir um grande sistema de abastecimento de água para toda a região Nordeste e abastecer todas as casas da região”, constata o engenheiro.


  "É preciso combinar cisternas com abdutores, com chafariz e pensar um modelo de desenvolvimento regional".

Confira a entrevista.



“A transposição do rio São Francisco se transformou em um grande atoleiro e eu não vejo nenhuma perspectiva de ela ser concluída, pois as obras estão praticamente paradaas em vários trechos”, declara João Abner (foto abaixo) à IHU On-Line, na entrevista a seguir concedida por telefone. Engenheiro e filho de sertanejo, o professor conhece de perto a realidade do semiárido brasileiro e lamenta a falta de um projeto de reforma hídrica na região. “Enquanto a obra da transposição do rio São Francisco estiver sendo construída, não será possível discutir um projeto específico e alternativo para o Nordeste”, assinala.

Para ele, a elevação dos custos anunciados pelo governo para permitir a conclusão da obra demonstram que a indústria da seca não tem interesse em concluir a transposição do rio São Frarncisco. E alerta: “Temos que ter o maior cuidado com toda essa discussão que está sendo feita pela mídia, a qual é alimentada pelo próprio lobby da transposição do rio. A quem interessa aumentar em mais de 70% o orçamento da obra?  Essa discussão do aumento surge justamente para esconder a inviabilidade da transposição do rio São Francisco e a fraude técnica deste projeto”. E dispara: “É preciso prestar atenção no discurso dos deputados que estão criticando a transposição do rio neste momento. Veja que eles não criticam a obra em si. Continuam dizendo que a transposição é importante para o Nordeste. Eles criticam o fato de o governo não estar conseguindo viabilizar a obra. Então, quer dizer, na verdade, eles defendem que os recursos da transposição sejam ampliados e acham que a obra não foi concluída por incompetência, porque os projetos foram mal feitos. Eles defendem a ampliação dos recursos financeiros porque defendem o grande lobby das indústrias que mandam neste país”.

Contrário ao projeto de transposição do rio São Francisco, Abner assegura que “nenhum agricultor que, hoje, recebe água do carro-pipa receberá água da transposição desse rio, porque a água vai escoar em grandes rios, vai para as maiores barragens do região e será utilizada pelo agronegócio”.

Doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento, João Abner Guimarães Júnior é professor nos cursos de Engenharia Sanitária e Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sobre a transposição do rio São Francisco, publicou diversos artigos, tais como A transposição do rio São Francisco e o Rio Grande do Norte; O lobby da transposição; e O mito da transposição.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Qual a atual situação das obras da transposição do rio São Francisco? A obra está parada em alguns trechos? Que avaliação faz deste projeto desde que as obras começaram?

João Abner Guimarães Júnior A transposição do rio São Francisco se transformou em um grande atoleiro e eu não vejo nenhuma perspectiva de ela ser concluída, pois as obras estão praticamente paradas em vários trechos. A parte mais visível das obras, que é o canal da transposição, está concluída, porque as empreiteiras agilizaram esse processo em função do dinheiro que receberam. Ainda falta construir a parte mais importante da obra, a qual dará viabilidade a ela.

Esses canais da transposição têm cerca de 600 quilômetros. Para que eles possam entrar em operação, é preciso abrir, nas suas extremidades, 30 quilômetros de túneis. Existe uma sequência de dois túneis para chegar à Paraíba: um tem cinco quilômetros e o outro tem 15 quilômetros. Para se ter uma ideia, 15 quilômetros é a extensão de um dos maiores túneis da Europa. O maior túnel da América Latina tem seis quilômetros. A construção desses dois túneis pode demorar uma década. O governo fala que é possível, durante a construção, avançar nove metros por dia, em condições normais. Isso quer dizer que a construção de um túnel de 30 quilômetros levará de sete a nove anos para ser concluída. Por enquanto, a obra conseguiu avançar pouco mais de 900 metros em um ano e meio. Em 2010 houve desmoronamento e pessoas morreram. O governo estava escondendo a dimensão dessa obra para facilitar o andamento dela. Nós sabíamos que ela não iria ser concluída com 10 bilhões de reais, como está sendo mostrado agora.

IHU On-Line – A que o senhor atribui o aumento de 77,8% no custo da transposição deste rio? De que outra maneira esses recursos poderiam ser utilizados para garantir a gestão da água no semiárido?
João Abner Guimarães Júnior Antes de tudo, temos que entender qual é a lógica dessa obra. A transposição do rio São Francisco é a reprodução da indústria da seca na maior escala que se possa imaginar. Seu projeto já estava, como uma espécie de vírus, inoculado no Estado brasileiro e foi se replicando, até que o governo Lula o encampou. Na época, havia um discurso de que a obra seria realizada e teria um cunho social. Nós já sabíamos que ela seria feita para atender à indústria da seca e que não teria nenhum compromisso com a economicidade.

Hoje, temos que ter o maior cuidado com toda essa discussão que está sendo feita pela mídia, a qual é alimentada pelo próprio lobby da transposição do rio São Francisco. A quem interessa aumentar em mais de 70% o orçamento da obra? Essa discussão do aumento surge justamente para esconder a inviabilidade da transposição do rio e a fraude técnica deste projeto. É preciso prestar atenção no discurso dos deputados que estão criticando tal transposição nesse momento. Veja que eles não criticam a obra em si. Continuam dizendo que a transposição é importante para o Nordeste. Eles criticam o fato de o governo não estar conseguindo viabilizar a obra. Então, na verdade, eles defendem que os recursos da transposição sejam ampliados e acham que a obra não foi concluída por incompetência, porque os projetos foram mal feitos. Eles defendem a ampliação dos recursos financeiros porque defendem o grande lobby das indústrias que mandam neste país, entre elas, a indústria da seca.

O mal menor seria terminar logo a transposição do rio para mostrar que a obra não tem nada a ver com o desenvolvimento do Nordeste, que não foi feita para acabar com o carro-pipa, que não vai servir para nada. Assim, ao menos ela ficaria exposta como um monumento para denunciar a indústria da seca. O problema é que, enquanto a obra estiver sendo construída, não será possível discutir um projeto específico e alternativo para o Nordeste.

IHU On-Line – A que o senhor se refere quando fala em indústria da seca?
João Abner Guimarães Júnior A indústria da seca é uma espécie de colonialismo que predomina no Nordeste há séculos. Quer dizer, os projetos para distribuir água no Nordeste são pensados fora da região  e têm a intenção de capturar recursos públicos. O Programa de Açudagem do Nordeste mostra isso. As obras pensadas para o Nordeste são descoladas de um plano de desenvolvimento e têm um fim em si mesmas.

A transposição do rio São Francisco segue essa mesma lógica. O governo e as empresas querem construir o maior açude possível no Nordeste e depois pensar o que será possível fazer com ele. Para funcionar, a transposição do rio precisa de mais investimento. Além disso, durante o período em que a obra ficou parada, os canais construídos se arrebentaram e terão de ser refeitos. Portanto, essa é a estratégia das elites do Norteste: criam um projeto de desenvolvimento para se apropriarem de recursos públicos.

Transposição para subsidiar a agricultura
Mas a transposição também tem outra conotação. Atualmente o Nordeste consegue armazenar 35 bilhões de metros cúbicos de água em grandes açudes. O problema é que grande parte dessas águas não consegue ser apropriada, porque não existem condições econômicas para utilizá-la, pois o mercado é globalizado e não há condições de competir com ele.

O Ceará está fazendo hoje uma experiência de apropriação da água, porque a irrigação está sendo subsidiada fortemente pelo setor urbano do estado. Por enquanto, esse modelo está sendo testado em escala menor. O grande perigo que tem por trás da transposição do rio São Francisco é o fato de ela ser usada, mais tarde, para justificar a criação desse modelo implantado no Ceará em escala regional. Quer dizer, as águas, que hoje são pouco utilizadas nesses açudes poderão ser utilizadas para a irrigação, apesar de serem subsidiadas pelo setor urbano. O preço desse subsídio é o preço da segurança hídrica. Quer dizer, o setor urbano vai bancar a água da irrigação, mas não a água da transposição.

IHU On-Line – Segundo notícias da imprensa, o custo da água a ser fornecida pelo projeto da transposição do rio São Francisco foi estimado em R$ 0,15 o metro cúbico e custará mais do que em outras regiões do país. O que esse valor representa?
João Abner Guimarães Júnior Comparando com o preço da água utilizada para o consumo humano, pode-se dizer que esse valor é baixo, porque nós trabalhamos com valores de três ou quatro reais por metro cúbico. É por isso que está se vinculando a notícia de que a transposição do rio São Francisco é necessária para atender ao abastecimento humano. O governo diz que 12 milhões de pessoas serão beneficiadas com a transposição, mas, na verdade, essa informação é falsa. Onde estão essas pessoas? A maioria delas mora no litoral e nas regiões metropolitanas. Então, essa água não vai chegar a essas pessoas. Na verdade, 12 milhões de pessoas pagarão pela água oriunda da transposição do rio São Francisco. Essa é a grande questão. Quer dizer, informa-se que a transposição vai ser paga pelo consumidor urbano das grandes cidades, só que a água oriunda da transposição não será utilizada pelo setor urbano; ela será incorporada às águas dos açudes, que serão utilizados intensivamente para a irrigação. Portanto, o subsídio que está sendo pago para a transposição do rio São Francisco subsidiará a produção agrícola com irrigação em larga escala.

Exportação de água
O Rio Grande do Norte exporta água para Europa via melão, via camarão. O Ceará se transformou também em um grande exportador de frutas a partir do momento em que o governo do estado começou a entregar água de graça para os produtores daquela região. Então, esse é o grande projeto para o Nordeste: exportar as águas do rio São Francisco via o litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará. E aí eu pergunto: Como os agricultores do Vale do São Francisco, que não terão acesso a esse subsídio, irão concorrer com os produtores do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba? Portanto, além de se apropriarem da obra em si, as elites irão se apropriar da água.

IHU On-Line – Quando o governo autorizou a transposição do rio São Francisco, o projeto já previa que a água seria utilizada para o consumo industrial e para a agricultura, ou falava-se apenas que seria destinada ao consumo humano? O governo está mudando o discurso em relação aos benefícios da transposição para justificar a obra?
João Abner Guimarães Júnior Existem dois discursos: de que a água seria usada para consumo humano e para uso econômico. Mas a primeira fraude diz respeito ao beneficiamento de 12 milhões de pessoas. Nós fizemos um levantamento das populações que possivelmente serão atendidas pelos sistemas adutores, que captam a água das bacias que receberão a água da transposição do rio São Francisco, e contabilizamos três milhões de pessoas. A outra mentira é que essa água não irá perenizar rios secos. Essa água só será despejada na cabeceira dos dois maiores rios do Nordeste, ou seja, será despejada fora do rio São Francisco e do Parnaíba, que é onde se concentram 70% das reservas típicas da região.

Então, essa história de associar a transposição com a seca é a maior fraude que existe. Nenhum agricultor que hoje recebe água do carro-pipa receberá água da transposição do rio São Francisco, porque a água vai escoar em grandes rios, vai para as maiores barragens do Nordeste e será utilizada pelo agronegócio. Sempre foi esse o projeto, só que na época da discussão da transposição o comitê proibiu a utilização da água da bacia do rio São Francisco para uso econômico. A partir daí, o governo usou a estratégia de associar esse projeto ao consumo humano. Mas, na verdade, a água da transposição será utilizada para consumo industrial (na região litoral e metropolitana) e para consumo agrícola.

IHU On-Line – É possível estimar qual será o custo da manutenção das obras após a transposição?
João Abner Guimarães Júnior O custo será de 100 milhões de reais por ano. Quer dizer, estão previstos 100 milhões. Mas, da mesma forma que a obra da transposição foi orçada em 2 bilhões de reais, depois o orçamento mudou para 4 bilhões e, mais tarde, para 10 bilhões, não há como saber qual será o custo final da manutenção.

É prematuro falarmos disso agora, considerando que a obra será finalizada daqui algumas décadas. Neste momento, temos que retomar a luta e a resistência, porque nós temos um projeto alternativo para o Nordeste. A minha preocupação é que a transposição se transforme em um grande atoleiro e paralise todas as ações do governo federal na região. Devemos evitar esse debate sobre a conclusão da obra, porque ele fortalece a indústria da seca, no sentido de que o que eles realmente querem é aumentar o custo desse empreendimento.

Está provado que a transposição do rio São Francisco é uma obra que não serve para o Nordeste. Quer dizer, tudo o que se falou anteriormente está sendo comprovado na prática. A indústria da seca não tem interesse que essa obra seja concluída, porque, quando ela for concluída, a indústria da seca será desmascarada.

IHU On-Line – Como vê a proposta do governo de investir na construção de novas hidrelétricas em áreas florestais? Qual o impacto desses empreendimentos para os rios?

João Abner Guimarães Júnior Esse é outro problema e, nesse sentido, o governo Lula foi um grande facilitador desses empreendimentos. O que aconteceu na prática foi uma desmobilização dos movimentos sociais. Percebemos isso no Vale do São Francisco: enquanto havia oposição nos estados da Bahia, Sergipe e Minas Gerais, havia resistência. Então, trata-se de um problema político. Todos os projetos que estavam na gaveta se fortaleceram. Portanto, a lógica da transposição do rio São Francisco e da hidrelétrica de Belo Monte é mesma.

Se formos fazer uma comparação entre o aproveitamento do projeto hidrelétrico dos rios Xingu e São Francisco, perceberemos que os projetos são inviáveis, porque a barragem do primeiro funciona como uma caixa de passagem para outro, ou seja, produz energia proporcional ao fluxo da água do São Francisco. Então, quando a vazão do rio está baixa, a produção de energia é baixa, e quando a vazão do rio é alta, a produção de energia é alta. Como o rio São Francisco tem oscilações de vazões, foi a hidrelétrica de Sobradinho que assegurou vazões próximas da média. Ela é o grande pulmão do rio.

Barragens: pulmões de grandes hidrelétricas
Então, o projeto de aproveitamento do rio Xingu é um complexo de grandes barragens que terá como função regularizar a sua vazão, porque ele oscila mais do que o rio São Francisco. Portanto, o projeto do Xingu implica na construção de grandes barragens, que atingirão as áreas indígenas. Está cada vez mais difícil viabilizar a construção dessas barragens. Por isso o governo Lula decidiu construir Belo Monte. Quer dizer, construirão uma hidrelétrica caríssima e que irá produzir energia durante três ou quatro meses ao ano. Quando a usina estiver pronta e o governo descobrir que ela é inviável – porque energia não se acumula –, haverá uma pressão para construir grandes lagos, os quais servirão de pulmão para regularizar o funcionamento de Belo Monte. O mesmo acontece com a transposição do rio São Francisco. Se a obra ficar pronta, verão que ela não irá servir para nada e buscarão alternativas para fazer novas transposições. Primeiramente, fazem a obra e depois decidem o que farão com ela. Quer dizer, não existe compromisso. A marca desses projetos do PT é a falta de compromisso com a economicidade e a racionalidade.

IHU On-Line – No início do ano houve uma polêmica em torno das cisternas porque o governo federal queria substituir aquelas feitas de placa por outras feitas de plástico. Como vê essa questão e qual a importância das cisternas no semiárido?
João Abner Guimarães Júnior Essa é outra contradição. Enxergar a cisterna apenas como um reservatório de água é um absurdo, porque ela é um elemento que faz parte de um processo de mobilização social. Hoje, é um desafio manter um homem ou uma família no semiárido; não é possível conviver em um ambiente sem acesso à internet, energia e água.

Temos que pensar a questão do semiárido além das cisternas. Precisamos pensar um programa de desenvolvimento sustentável de reforma hídrica no Nordeste. É um absurdo, em pleno século XXI, o fato de muitas comunidades serem abastecidas com carro-pipa. Esse é o sistema mais caro de abastecimento de água. O custo da água é de 20 reais o metro cúbico. Com um abdutor, mesmo numa distância de 50 quilômetros, é possível entregar água com um custo de um real. O grande problema do Nordeste é a distribuição da água, pois, com a quantidade de açudes que existem, seria possível criar uma grande rede de abastecimento de água.

Com um terço do custo da transposição do rio São Francisco seria possível construir um grande sistema de abastecimento de água para atender a todo o Nordeste e abastecer todas as casas da região. A cisterna em si tem seus limites: é um equipamento ótimo para épocas de chuvas. Mas, na época de seca, a cisterna serve de reservatório para receber água dos carros-pipas. Então, é preciso combinar cisternas cisternas com abdutores, com chafariz e pensar um modelo de desenvolvimento regional. É claro que, com a transposição do rio São Francisco, jamais esse programa será feito.

IHU On-Line – Qual sua expectativa quanto à questão da sustentabilidade dos recursos hídricos ser abordada na Rio+20?
João Abner Guimarães Júnior Talvez o governo irá levar o debate da transposição do rio São Francisco para a Rio+20. O grande desafio é descontaminar o debate dos interesses da indústria da seca. Nós tínhamos que ocupar o espaço desta Conferência para discutir um projeto de reforma hídrica, e para denunciar a transposição deste rio na grande mídia nacional. A imprensa se omitiu e em momento algum ofereceu espaço para quem quisesse questionar a inviabilidade técnica desta obra. O único momento em que essa questão apareceu foi na ocasião da greve de D. Luís Flávio Cappio. Todas as matérias que criticam a transposição do rio demonstram, de outro lado, que a obra é importante para o Nordeste porque 12 milhões de pessoas serão beneficiadas com o empreendimento. Isso é uma grande fraude. Como denunciá-la se não há espaço?

IHU On-Line – Não existe a possibilidade de debater...
João Abner Guimarães Júnior O debate não existe porque se trata de dois projetos: o projeto real e o projeto imaginário. Quando participo dos debates, uns defendem o projeto imaginário e outros, embora critiquem o projeto real, são favoráveis à transposição. Eu sou engenheiro, mas, quando falo sobre essa temática do semiárido, não falo como engenheiro e, sim, como um filho de sertanejo que teve a oportunidade de estudar. O que prevalece na minha análise é a minha memória, a experiência de ver que ainda existem pessoas que vivem com dificuldades no sertão.

A grande questão é como o governo federal poderá desenvolver um projeto de desenvolvimento para o Nordeste que esteja descolado do interesse dos grandes lobbys que contaminam o Estado. Fico preocupado quando vejo pessoas que eram referência nesse debate e que hoje apoiam o outro lado. Quando vejo o discurso de Tânia Bacelar, de Otamar de Carvalho, fico angustiado. Eles criticavam esse modelo de desenvolvimento do Nordeste e hoje estão, no mínimo, omissos nesse processo. Tenho a esperança de que Dilma perceba o “atoleiro” em que o governo se meteu quando comprou o projeto da transposição do rio São Francisco. O governo não tem como, por si só, enfrentar o lobby da indústria da seca. Somente com a participação da população é possível enfrentar essa questão.

Fico impressionado ao ver como o lobby conseguiu influenciar as campanhas eleitorais regionais. No meu estado (Rio Grande do Norte), todos os políticos estão a favor das empreiteiras. Não tem ninguém com quem você possa dialogar para mudar essa situação.

Oportunidades

Os temas que serão debatidos na Rio+20 terão repercussão mundial. Na época da greve de fome de D. Cappio, acompanhei a repercussão das notícias internacionais sobre a transposição do rio São Francisco. Li matérias na França, na Espanha e nos EUA, que tinham uma visão mais crítica do que as publicadas no Brasil. Elas abordavam todos os pontos do projeto e mostravam suas fraudes e o cunho político que está por trás da obra. Aí eu pergunto: por que a grande mídia não incorporou essa crítica também?

Com a Rio+20, essas questões poderão ser discutidas novamente. A transposição do rio São Francisco é uma grande mentira a ser exibida como verdade e serviu para decidir uma campanha política para a presidência da República.

IHU On-Line – Gostaria de acrescentar algo?
João Abner Guimarães Júnior O mérito da obra de transposição do rio São Francisco ainda não foi julgado no Supremo Tribunal Federal – STF. Todos os novos ministros do STF passaram a ser relatores no sentido de evitar que o processo seja julgado. Se o processo ainda não foi julgado, quer dizer que o governo não tem argumentos para se contrapor às denúncias.

As principais denúncias que constam no processo contra a transposição dizem respeito à fraude do projeto, à manipulação de dados feita à época do licenciamento hídrico. Esperávamos que o projeto fosse barrado durante o licenciamento hídrico, porque a Agência Nacional de Águas – ANA não poderia desconhecer os números que existiam. O plano de recursos hídricos do Ceará, por exemplo, mostrava um quadro de superabundância de água no estado e este era um argumento forte para evitar a transposição.

Fraude
Para barrar a obra, bastava a ANA consultar os planos do Ceará e do Rio Grande do Norte e averiguar que não era necessária essa construção. No entanto, a Agência encaminhou um ofício aos governadores, solicitando que atestassem a real necessidade da água para seus estados. Fizeram um balanço hídrico nos estados por decreto. Isso é um absurdo. Todo mundo engoliu esse projeto e rasgamos toda a teoria de recursos hídricos.

Essa fraude foi denunciada no Ministério Público Federal – MPF e foi encaminhada para o STF, mas nunca foi analisada; está aguardando julgamento. A transposição do rio São Francisco só aconteceu porque houve um conluio em que muita gente se beneficiou direta ou indiretamente. Agora querem ampliar o custo da obra para 8 bilhões. Onde está o Tribunal de Contas da União? Ninguém se manifesta. Isso é um escândalo. Por que os movimentos sociais não vão para a rua? Por que não denunciam? Nunca na história desse país passamos por um nível de corrupção desse tipo.
F: ihu.unisinos.br/entrevistas

 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Cabugí amado...

O Cabugí amado, porém, abandonado.
Vamos lá prefeitos responsáveis pela área
PARA PENSAR:
“O homem tem de ser modesto; tem de olhar para o céu”
Oscar Niemeyer

PARA REFLETIR:
“Jamais deixe que as dúvidas paralisem suas ações. Tome sempre todas as decisões que precisar tomar,mesmo sem ter a segurança de estar decidindo corretamente”
Paulo Coelho

Limão e o seu poder de cura.


Limão e o seu poder de cura.
O  limão é verdadeiramente uma jóia da natureza. Pode ser considerado o rei dos frutos curativos, sendo impressionante a quantidade e variedade das suas aplicações. No entanto, tendemos a repudiá-lo, quando pensamos no seu gosto azedo, e a minimizar as suas virtudes, tanto na manutenção e recuperação da saúde, quanto ao seu valor nutricional e possibilidades múltiplas de utilização culinária.
Esta atitude se instalou pela suposição de que ele é agressivo para o estômago, que pode acidificar o sangue, descalcificar e enfraquecer o organismo… Ora, nada mais falso e oposto à realidade. Vejamos:
Propriedades
Através de estudos prolongados, constatou-se que o uso do limão estimula a produção do carbonato de potássio no organismo, promovendo a neutralização de acidez do meio humoral. Efetivamente, apesar de no estado livre ter como princípio ativo o poderoso ácido cítrico, este, em contacto com o meio celular, no interior do nosso organismo, é transformado durante a digestão e comporta-se como um alcalinizante, ou seja, um neutralizante da acidez interna. Os seus diversos sais, por seu turno, convertem-se em carbonatos e bicarbonatos de cálcio, potássio, etc, os quais concorrem para acentuar positivamente a alcalinidade do sangue.
Um dos efeitos notáveis do limão é, por exemplo, o de combater o ácido úrico – temível inimigo (tantas vezes letal) de muitos cidadãos quando chegam a uma idade mais “respeitável”.
Tomado pela manhã, em jejum (10 a 20 minutos antes do desjejum), descongestiona e desintoxica o organismo e, se usado com regularidade, erradicará por completo todos os uratos.
Deste modo, é evidente a sua grande valia nas diversas patologias reumáticas e artríticas. Com efeito, a ingestão da dieta de limões (ver abaixo), aumenta na urina a excreção de ácido úrico, uréia e ácido fosfórico.
Seu uso Interno (como também externo) é muito útil na regeneração dos tecidos inflamados das mucosas, reconduzindo ao estado e funcionamento normal de todos os órgãos do aparelho digestivo. Nas afecções gastro intestinais, os ácidos do limão destroem os germes e as bactérias nocivas que se libertam e que contribuem para gerar as ulcerações. Ainda combate as fermentações e os gases.
É um amigo do pâncreas e, malgrado certas apreensões quanto a supostas incompatibilidades com o sistema bilioso, revela-se um expurgador e um tonificante do fígado e da vesícula.
Relativamente ao aparelho genito-urinário, bem como ao sistema cardiovascular, é igualmente um poderosíssimo eliminador de toxinas e um tônico privilegiado. Tem, assim, ação que impede e neutraliza a proliferação das tão temidas afecções arterioscleróticas.
Gargarejos do seu suco fresco são benéficos para todos os tipos de afecções do trato nasofaríngeo, bem como para laringites e gengivites. Inalado (puro ou diluído), é um bom desinfetante nas rinites e sinusites.
Indicações de uso Interno
. Asma; Enfisema (paralelamente com a terapia do limão, deve erradicar-se os regimes hiperprotéicos)
. Infecções pulmonares, Tuberculose pulmonar e óssea, Bronquite crônica, Constipações e Gripes
. Afecções Cardiovasculares, Varizes e Flebites
. Fragilidade capilar; Dermatites várias, Prurido, Eczema e Despigmentação
. Hiperviscosidade sanguínea (fluidificante sanguíneo)
. Doenças infecciosas (coadjuvante no tratamento de mononucleoses, leucocitoses, blenorragias, sífilis, etc.)
. Paludismo e Piorréia alvéolo dental
. Febres (infusão de folhas de limoeiro e/ou cascas do fruto, podendo juntar-se o suco)
. Gastrites, Dispepsias e Aerofagias (também se podem mastigar finas lascas da casca do citrino)
. Úlceras de estômago e do duodeno, Esofagite de refluxo
. Insuficiência hepática e pancreática; Icterícia e congestão hepática (utilização e quantidades adaptados a cada caso)
. Desinteria, Diarréias, Febre tifóide e Hemorróidas
. Colites, Meteorismo e Parasitas intestinais (ralar a casca do limão e fervê-la em água, com ou sem açúcar)
. Fortalecedor da visão, Glaucoma e Hipertensão ocular
. Hemorragias, Hemofilia e Escorbuto
. Astenia, Anemias e Desmineralizações (aumenta a capacidade imunológica)
. Amamentação, Obesidade e Disfunções metabólicas (reequilibrante)
. Hipertensão arterial; hipotensão arterial (regulador da pressão)
. Afecções do sistema nervoso (fortalece e equilibra. As flores do limoeiro são também muito benéficas)
. Diabetes, Leucemia (preventivo), Cancro (preventivo), Enfarte (preventivo) e Tromboses; embolias (preventivo)
. Escleroses, Arteriosclerose, Doenças reumáticas e Artrites
. Descalcificações, Linfatismo e Ascites
. Retenções urinárias e Litíase urinária e biliar
. Prevenção de epidemias, Antitóxico; Antivenenos
Indicações de uso Externo
. Conjuntivites; Fortalecedor da visão (gota do suco utilizada como colírio) e Tonificante ocular (banhando os olhos, de manhã, ao levantar, com água acidulada por algumas gotas de limão)
. Cefaléias (neste caso, colocar compressas embebidas em sumo na fronte e nas têmporas)
. Febre do feno, Sinusites e Anginas
. Hemorragias nasais (epistaxis) e Otites
. Estomatites, Glossites, Aftas e Sifílides bucais
. Blefarites, Terçóis e Herpes
. Dermatoses (erupções, furúnculos, etc), Feridas infectadas e Picadas de insetos
. Verrugas, Seborréia facial, Tônico e adstringente facial
. Unhas quebradiças e Pés sensíveis (friccionar com sumo ou polpa)
. Queda do cabelo (fazer lavagens e fricções do couro cabeludo com o sumo puro)
. Tonificante corporal (juntando suco de limões espremidos à água do banho)

Municípios do RN atingidos pela seca têm linhas de créditos emergenciais

http://www.robsonpiresxerife.com/

seca-rn

O Portal G1 de Notícias destaca que o Comitê de Combate à Seca se reuniu mais uma vez no final da tarde desta segunda-feira (14) para avaliar as ações realizadas até o momento pelo grupo. Segundo dados apresentados pelo representante do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, o Rio Grande do Norte é o quarto Estado do em liberação de linhas de crédito. Segundo nota emitida pelo Governo do Estado, o valor contratado no Rio Grande do Norte por agricultores familiares de 142 municípios, através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), ultrapassa os R$ 138 milhões.
No ano passado, o MDA entregou 26 retroescavadeiras a municípios que se encontram em estado de emergência e, na segunda etapa prevista para este mês, serão entregues outras 22 máquinas. As retroescavadeiras são usadas para melhorar as condições das estradas vicinais e, consequentemente, facilitar o escoamento da produção nos municípios onde a produção agrícola é essencialmente proveniente da agricultura familiar. A meta é que até o final do ano 154 máquinas sejam entregues no RN.
O representante do Exército comunicou que 103 municípios potiguares continuam sendo beneficiados com a operação carro pipa do Exército, contemplando mais de 216 mil pessoas.