A Embrapa e diversas outras instituições de pesquisas estão
trabalhando na destoxificação da torta de pinhão-manso. A Universidade
Federal de Viçosa (UFV) conseguiu reduzir os teores de ésteres de forbol
abaixo do nível considerado tóxico nesse coproduto da extração do óleo.
O trabalho, que gerou pedido de patente, será apresentado na próxima
semana, durante o Simpósio de Destoxificação e Uso de Tortas de
Pinhão-manso e Mamona (SiDAT), pela professora Maria Catarina Kasuya.
Catarina
explica que os resultados foram obtidos por meio de processos
biológicos, e também se conseguiu uma redução de 95% dos teores de
fatores antinutricionais da torta de pinhão-manso. “Não foi observado
nenhum sintoma clínico de intoxicação em cabritos alimentados com a
torta de pinhão-manso destoxificada”, afirma.
O Simpósio acontece
nos dias 3 e 4 de julho, no auditório da Embrapa Estudos e Capacitação
(Brasília-DF). O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia
(Brasília-DF) e a Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), com o apoio do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A programação
completa e outras informações estão no site www.embrapa.br/cnpae.
A
Embrapa Agroenergia estuda três metodologias para destoxificação do
coproduto: a microbiológica, a de extrusão e a que utiliza solventes. A
pesquisadora Simone Mendonça conta que, até o momento, os melhores
resultados foram obtidos com os solventes, que conseguiram eliminar 80%
da toxidez. Contudo, testes realizados com ovinos mostraram que é
preciso obter uma redução ainda maior para que o produto possa ser
oferecido aos animais.
Em escala laboratorial e combinando
diferentes metodologias, a instituição de pesquisa já conseguiu aumentar
o índice de redução do teor de ésteres de forbol para 90%. Os
pesquisadores, agora, trabalham para obter os mesmos índices em escala
piloto.
Pinhão-manso não tóxico
Estudos com ovinos
realizados pela Embrapa Agroenergia comprovaram que o pinhão-manso é
nutricionalmente adequado. As tortas de variedades não tóxicas (isentas
de ésteres de formol) foram adicionadas ao concentrado de farelo de soja
nas proporções de 20%, 40% e 60%. Em nenhuma delas houve perda de
produtividade. “Constatamos que a qualidade da carcaça dos animais era
tão boa quanto a dos que foram alimentados apenas com farelo de soja”,
conta Simone.
Tanto Simone quanto Catarina ministram palestras
sobre seus trabalhos na sessão sobre destoxificação de tortas do SiDAT,
que acontece na tarde de 3 de julho. Além delas, o pesquisador Carlos
Wanderlei Piler de Carvalho, da Embrapa Agroindústria de Alimentos,
falará sobre processos de extrusão termoplástica para destoxificação da
torta de pinhão-manso. A sessão abordará ainda as metodologias para
redução das substâncias tóxicas da mamona, com palestras ministradas por
Antônio Silvio do Egito, da Embrapa Caprinos e Ovinos, e Samireddypalle
Anandan, do Instituto Nacional de Nutrição Animal e Fisiologia da
Índia.
Congresso de Mamona, Simpósio de Oleaginosas Energéticas e Fórum Capixaba de Pinhão-manso
No
mês de julho também acontece o V Congresso de Mamona. O evento
científico será realizado do dia 16 a 19, em Guarapari/ES, e discutirá o
avanço das pesquisas com diversas oleaginosas. Paralelamente, acontece o
II Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas e o I Fórum
Capixaba de Pinhão-manso.
Os eventos contam com o apoio do
Incaper, vinculado a Secretaria de Agricultura do estado do Espírito
Santo, Sudene, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do
Nordeste e da Petrobrás Biocombustível.
A programação completa dos eventos podem ser obtidas em www.cbmamona.com.br e na Embrapa Algodão, pelo telefone (83) 3182-4305.
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