Uso do fogo fica proibido por 60 dias em todo o território nacional

Decreto presidencial

Ficam isentas as atividades de controle de pragas e doenças com uso do fogo desde que autorizadas por órgão ambiental competente, as práticas de prevenção e combate a incêndios e de agricultura de subsistência executadas por indígenas e quilombolas

O presidente Jair Bolsonaro decretou a suspensão do emprego do fogo no território nacional pelo período de 60 dias. O prazo começou a contar nesta quinta-feira (29), data de publicação do decreto no Diário Oficial da União.  
Ficam isentas de cumprir a determinação as atividades de controle de pragas e doenças por uso do fogo desde que  autorizadas por órgão ambiental competente, as práticas de prevenção e combate a incêndios e de agricultura de subsistência executadas por indígenas e populações tradicionais, como quilombolas.
A medida integra as ações da Operação Verde Brasil, deflagrada pelo governo federal para conter os focos de incêndio em áreas da floresta amazônica.
Queima controlada
A determinação, publicada hoje no Diário Oficial, suspende a permissão do uso do fogo, prevista no Decreto nº 2661, de 1998, para práticas agropastoris e florestais, como limpeza e preparação do solo antes do plantio, a chamada queima controlada.
Este tipo de queima foi estabelecido para evitar a ocorrência de incêndios e só é permitido ao interessado que obter autorização do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), para uso em etapas da produção e manejo agrícola ou florestal ou para fins de pesquisa científica e tecnológica em áreas definidas previamente pelo órgão público competente.
A autorização é dada mediante a apresentação das técnicas, equipamentos e a mão-de-obra a serem utilizados pelo interessado, entre outros critérios. A emissão da autorização também depende de vistoria prévia nos casos em que o território contenha restos de exploração florestal e que faça limite às áreas de proteção.
Casos vedados
O decreto de 1998 já proíbe o emprego do fogo nas florestas e demais formas de vegetação quando o objetivo é a queima pura e simples como forma de descarte de aparas de madeira e resíduos florestais produzidos por serrarias e madeireiras.
A queima também já é vedada pela legislação brasileira no espaço de 15 metros dos limites das faixas de segurança das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica; a 100 metros da área de domínio de subestação de energia elétrica; 25 metros da área de estações de telecomunicações.
O fogo também não deve ser empregado na faixa de 50 metros a partir de aceiro de 10 metros de largura ao redor das Unidades de Conservação; nem a 15 metros de cada lado de rodovias estaduais e federais e de ferrovias.
Alternativas
O engenheiro agrônomo Elvison Ramos, coordenador-geral de Mudança do Clima, Florestas Plantadas e Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura, explica que o fogo é utilizado na agricultura com o objetivo de aproveitar as cinzas para potencializar os nutrientes do solo e favorecer o crescimento saudável da planta.
No entanto, o técnico ressalta que o uso indiscriminado da queima pode gerar o efeito contrário e degradar o solo, afetando a conservação da microbiologia. O engenheiro esclarece que os incêndios também podem ser causados nas propriedades rurais de forma acidental, quando o produtor coloca fogo em folhas do quintal ou no lixo e as chamas são ampliadas pelo vento, por exemplo. A prática ainda é utilizada de forma mais frequente por produtores que tem baixo acesso a novas tecnologias de plantio e limpeza do solo.
“O Ministério da Agricultura não recomenda o uso do fogo para manejo das culturas produzidas no Brasil, porque já existem outras práticas desenvolvidas pela pesquisa agropecuária brasileira que não prejudicam o solo e não geram risco de causar incêndios florestais”, comentou Ramos.
Entre as tecnologias sustentáveis de produção e manejo estão os sistemas agroflorestais, o plantio direto e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Algumas dessas técnicas são desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outras instituições de pesquisa e assistência rural do país.

Ministra negocia com BNDES redução de juros de dívidas rurais

Expointer

Ao participar da Expointer, Tereza Cristina garantiu que o governo trabalha para solucionar endividamento de produtores rurais. A ideia é que o custo dos juros para refinanciamento de dívidas caia de 11% para 9%
Exibir carrossel de imagensTereza Cristina participou de almoço na Farsul
Tereza Cristina participou de almoço na Farsul
Ao visitar a 42ª Expointer nesta quinta-feira (29), a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse que o governo trabalha para baixar os juros para os produtores rurais. Segundo ela, uma das medidas que estão sendo trabalhadas é a redução do spread praticado pelo BNDES na linha de repactuação de dívidas, dos atuais 1,5% para 0,8%. Isso faria com que o custo final ao produtor fosse menor.
“Estamos brigando para baixar o juro dessa linha. Esse juro não cabe na conta do agricultor, principalmente aquele que tem problemas no passado, que carrega dívidas”, disse a ministra. A ideia é que o custo dos juros caia de 11% para 9%. 
Tereza Cristina disse também que está trabalhando para convencer outras instituições financeiras oferecer essa linha de financiamento. “Precisamos de mais gente dentro dessa linha. Isso vai trazer mais recursos e mais opções para os produtores, principalmente o de arroz que tem mais urgência de acesso. Tenham a certeza de que nós vamos até o último minuto e sabemos da urgência de resolver esse problema”, disse.
A ministra disse que pediu à Embrapa se debruce de maneira profunda sobre os problemas enfrentados pelos produtores de arroz do Rio Grande do Sul. “Precisamos ter uma saída para isso. Nossa preocupação é deixar esse setor de pé novamente, não podemos prescindir do setor arrozeiro, que é importantíssimo no nosso país”, disse.
Realizada em em Esteio (RS), a Expointer é considerada a maior feira agropecuária da América Latina. A ministra vai ficar até amanhã na feira, para ouvir as demandas do setor. Nesta quinta-feira, será aberto oficialmente o Pavilhão da Agricultura Familiar.
Abertura de mercado
Tereza Cristina também relatou o esforço do Ministério da Agricultura para abrir novos mercados aos produtos agrícolas brasileiros. Ela lembrou o acordo firmado no com México em maio para a exportação do arroz, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o acordo entre Mercosul e EFTA e citou que próximos acordos devem ser assinados com o Canadá, Singapura e Coreia do Sul.
A abertura do mercado de carnes para a Indonésia, anunciada ontem também foi destacada pela ministra. “Temos muitos desafios, mas temos perspectivas enormes. Precisamos abrir nossas cabeças e nos modernizar”, ressaltou.
Sala de situação
A ministra anunciou que na próxima semana será inaugurada no Ministério da Agricultura uma sala de situação para monitoramento de dados sobre índices agronômicos, zootécnicos, de cadastros de terras, e também números ambientais. “Temos que ter essa parte consistente para repassar com segurança e números verdadeiros. O Brasil não precisa maquiar dados para mostrar que é uma potência agrícola sustentável”, disse a ministra.
Segundo ela, hoje o Brasil sofre um ataque mundial porque todos têm medo do agronegócio brasileiro. “O Brasil é uma potência agrícola e ambiental. Toda essa propaganda e fake news que estão criando fora do Brasil para atingir o nosso agronegócio temos que responder com respeito e com seriedade, mas temos que mostrar os números”, disse, lembrando que neste ano o Brasil aumentou a produção em 6% e cresceu apenas 0,6% em área produzida.
Na Expointer, a ministra também se reuniu com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com o embaixador interino dos Estados Unidos, William Popp, para debater os impactos dos acordos comerciais no agronegócio do Rio Grande do Sul e soluções para a produção de arroz no estado. Também esteve com representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária.

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INSPEÇÃO AGROPECUÁRIA >> Campanha de vacinação contra a Brucelose continua em todo o Estado





A campanha de vacinação contra a Brucelose acontece em todos os municípios do RN e o Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN – IDIARN, reforça a obrigatoriedade de vacinar o rebanho bovino e bubalino do Estado, destacando a importância de manter o gado livre e protegido da doença. A expectativa é que até o fim do ano possam ser vacinados mais de 80.000 mil animais.


É importante frisar que a partir do dia 16 de setembro os produtores que não realizarem a vacinação das bezerras de 03 a 08 meses de idade e efetuarem a declaração ficarão impossibilitados de emitir a Guia de Transito Animal – GTA e produtores de leite não poderão fornecer aos laticínios do Estado. A declaração pode ser feita nos escritórios o IDIARN, EMATER e nas Secretarias de Agricultura dos Municípios.


"A Brucelose é uma doença infectocontagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella, que afeta bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos, entre outras espécies. A doença causa problemas reprodutivos e por se tratar de zoonose pode afetar até o homem. A prevenção do rebanho se dá com a vacinação das bezerras bovinas e bubalinas com idade de 03 a 08 meses com a vacina B19", explica o diretor de Inspeção e Sanidade Animal do Idiarn, Renato Dias. De acordo com o Diretor, a ação será toda desenvolvida com base na instrução normativa nº 10, de 03 de março de 2017, que regulamenta as medidas de prevenção contra a doença.


Para adquirir a vacina o produtor deve comparecer em uma das lojas autorizadas a comercialização, com posse do receituário emitido pelo veterinário cadastrado no IDIARN (lista no site). Após isso, deve vacinar os animais e declarar o rebanho em um dos escritórios do IDIARN, EMATER ou Secretárias Municipais de Agricultura.


Assessoria de Imprensa Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN

É Hoje-Começa a EXPOLAJES

Parque Deputado Nélio Dias Pronto Para Mais Uma Edição da ExpôLajes


 O parque de exposição deputado Nélio Dias está pronto e ornamentado para a realização da 25ª Exposição de Animais do Sertão Central Cabugi - EXPÔLAJES


O evento terá inicio nesta sexta feira (30) e irá até o domingo 01 de setembro. Alé da da exposição de animais haverá o desfilhe da GAROTA EXPÔLAJES, apresentações culturais e o tradicional Forró do Bode.

FAO e Fundação BB reconhecem como boas práticas contribuições da Embrapa Florestas

Paula Saiz -
A publicação “Serviços ambientais em sistemas agrícolas e florestais do Bioma Mata Atlântica” e a análise financeira em Sistemas Agroflorestais (SAFs) estão entre as boas práticas elencadas e disponibilizadas pela Fundação Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Fundação Banco do Brasil (Fundação BB), respectivamente.
Tanto FAO quanto Fundação BB inserem em plataformas on line contribuições de empresas públicas e privadas, de instituições de pesquisa, universidades, governos e de outros órgãos, com o objetivo de identificar oportunidades e compartilhar experiências de sucesso na promoção do desenvolvimento sustentável.

Serviços Ambientais

Pela Plataforma de Conhecimento sobre Agricultura Familiar da FAO está disponível a publicação “Serviços ambientais em sistemas agrícolas e florestais do Bioma Mata Atlântica”, lançada em 2015. Os editores técnicos da obra são os pesquisadores da Embrapa Florestas Lucília Parron, Edilson Batista de Oliveira e George Gardner Brown, a pesquisadora da Embrapa Solos, Rachel Bardy Prado, e o professor Junior Ruiz Garcia, da Universidade Federal do Paraná. Mais de 100 autores escreveram capítulos para o livro que tem como objetivo contribuir para o entendimento do que são serviços ambientais, como podem ser quantificados e valorados sob os aspectos ecológico-econômico-financeiro.
A premissa do livro é a noção de que produção e bem-estar humano dependem dos serviços ambientais, tais como sequestro de carbono no solo e na biomassa vegetal, ciclagem de nutrientes, fertilidade do solo, conservação de água e solo, conservação de biodiversidade, produção de alimentos e madeira, e como estabelecer indicadores econômicos dos sistemas produtivos em áreas naturais e manejadas.
O acesso pela plataforma da FAO pode ser feito aqui.  Também é possível fazer o download da publicação no site da Embrapa (acesse aqui).

Análise Financeira em SAFs

Certificada como Tecnologia Social em julho deste ano pela Fundação Banco do Brasil, a análise financeira em Sistemas Agroflorestais (SAFs) é realizada por meio da planilha eletrônica AmazonSaf e do aplicativo AnaliSafs.
A planilha AmazonSAF pode ser utilizada para executar a análise financeira de SAFs, de uma maneira bastante intuitiva ao fornecer alguns dos indicadores mais utilizados para avaliação de projetos, como Valor Presente Líquido, Valor Tempo de Retorno do Investimento, Relação Benefício Custo, Retorno sobre o Investimento e Valores atualizados de Custos e Receitas, entre outros. Também apresenta o fluxo de caixa detalhado do sistema de produção e uma série de informações complementares, além de diversos gráficos para auxiliar a análise e melhoria do desenho do sistema. O AnaliSAFs é um aplicativo que realiza análise financeira e socioambiental de sistemas agroflorestais. O objetivo é auxiliar produtores rurais, técnicos extensionistas, pesquisadores e manejadores de SAFs no aprimoramento de suas técnicas e melhoria dos resultados produtivos, sociais e ambientais de seus plantios.
O aplicativo é uma junção da planilha AmazonSaf, desenvolvida a partir de 2008 pelos pesquisadores Marcelo Francia Arco Verde e George Amaro, da Embrapa, e do sistema PlantSAFs, do ICRAF. Seu desenvolvimento foi por meio da parceria entre a The Nature Conservancy (TNC), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), International Center for Research in Agroforestry (ICRAF) e International Union for Conservation of Nature (IUCN). 

Embrapa Florestas 

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Indonésia anuncia abertura de mercado para importação de carnes brasileiras

Comércio internacional

A negociação foi comandada pela ministra Tereza Cristina, que esteve no país asiático em maio
Em maio, a ministra esteve com Amran Sulaiman, ministro da Agricultura da Indonésia, para discutir a exportação de carne bovina.
Em maio, a ministra esteve com Amran Sulaiman, ministro da Agricultura da Indonésia, para discutir a exportação de carne bovina.

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciou nesta quarta-feira (28) a abertura do mercado de carnes brasileiras para a Indonésia. Segundo a ministra, serão 10 plantas habilitadas para a exportação de pelo menos 25 mil toneladas de carne bovina.
"Hoje recebemos a boa notícia dessa conquista. Dez plantas frigoríficas brasileiras estarão prontas para essa exportação. Isso é bom para o nosso PIB, é bom para o nosso produtor rural, que tenha mais gente comprando carne para exportar, é bom para os nossos frigoríficos que podem continuar gerando emprego", comemorou a ministra. 
Em maio, a ministra esteve reunida com o ministro da Agricultura da Indonésia, Amran Sulaiman, para discutir a abertura do mercado de carnes brasileiras para o país asiático.
Durante o encontro, a ministra destacou que o Brasil tem condições de suprir a demanda por proteína animal dos indonésios, principalmente de carne bovina, sendo um fornecedor alternativo e com preços mais baratos em relação à carne da Austrália, de onde vem a maior parte da carne consumida no país.

Informações à imprensa: 

O incrível boi de mais de R$ 1,6 milhão

corumba - neloreO touro Corumbá, foi avaliado em mais de R$1,6 milhão, durante a Expogenética, em Uberaba, Minas Gerais. Corumbá é resultado do trabalho de seleção do Rancho da Matinha, dedicada à raça nelore. Corumbá Mat, o animal mais valorizado até agora na ExpoGenética,foi consagrado como o melhor touro já produzido nos 40 anos de seleção do Rancho da Matinha. “É um touro extremamente equilibrado: com raça, carcaça e avaliação genética. Prova disso é a valorização recorde na ExpoGenética. Com certeza, vai movimentar muito o mercado”, afirma o gerente de Mercado e Contas Chave Corte da ABS, Gustavo Morales.
Como demonstrativo dessa valorização e importância para a seleção genética da raça, o touro vai estar na ABS para reproduzir sêmen na Central nos próximos dias, quando passará a ser ofertado em doses para os interessados. O mercado é inteligente e reconhece isso. Vai ser, com certeza, um campeão de vendas de sêmen”, garante Luciano Borges, proprietário do Rancho da Matinha, completando que o perfil genético do touro é compatível com qualquer tipo de vaca.

A expectativa é que a empresa disponibilize sêmen do touro ao mercado em outubro. As reservas de sêmen já podem ser feitas com os representantes ABS de todo o país. Vale destacar que a ABS e o Rancho da Matinha têm uma parceria de 20 anos, sendo que a ABS tem prioridade na escolha dos animais para contratação. Além de Corumbá, Canadá, da mesma safra, também foi contratado pela empresa e está em quarentena.

É Neste Final de Semana

Tudo pronto para mais uma EXPOLAJES. Devido ao ano muito bom para os produtores rurais, o evento promete ser um dos melhores dos últimos tempos.

Plantio direto do algodoeiro aumenta estoque de carbono no solo em 20%

O cultivo do algodoeiro em sistema plantio direto aumenta o estoque de carbono no solo, incrementa o teor de nitrogênio e ainda faz aumentar a produtividade em comparação com o sistema de preparo convencional do solo. Foi o que demonstrou um estudo realizado ao longo de nove anos por cientistas da Embrapa Algodão (PB) no Cerrado brasileiro.
Depois de quase uma década, o sistema plantio direto incrementou em 55% o teor de carbono nos primeiros cinco centímetros de profundidade do solo, e em 20% o estoque de carbono na camada até 40 cm de profundidade. “Essa taxa de aumento do carbono no solo é quase cinco vezes maior do que a meta mundial proposta pela iniciativa ‘4 por 1000’, apresentada durante a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima (COP21). Isso mostra o potencial do cultivo do algodoeiro em sistema plantio direto para contribuir com os compromissos assumidos pelo Brasil com vários outros países em prol da redução do aquecimento global”, avalia o pesquisador da Embrapa Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, que coordenou o estudo.
O sistema conservacionista de preparo do solo também resultou em acúmulo de nitrogênio e em ganhos na produtividade da fibra de algodão. O teor de nitrogênio no solo em sistema plantio direto, nos primeiros cinco centímetros, foi 50% maior do que os teores encontrados nos demais sistemas. Já a produtividade registrada foi cerca de 10% maior e tem potencial de aumentar até 30%.

Congresso

Os resultados dessa pesquisa serão apresentados aos cotonicultores durante o 12° Congresso Brasileiro do Algodão, de 27 a 29 de agosto, em Goiânia (GO).

Algodão que ajuda a mitigar o aquecimento global

O experimento comparou o sistema plantio direto e o preparo convencional do solo, com sucessão ou rotação de culturas - algodão, soja, milho e braquiária (Urochloa ruziziensis). Os melhores resultados foram obtidos no sistema plantio direto do algodoeiro em rotação com a soja consorciada com braquiária, e com o milho em consórcio com braquiária.
Segundo Ferreira, os resultados da pesquisa seriam um estímulo para ampliar a adoção da prática entre os cotonicultores, contribuindo para a mitigação do aquecimento global. “Além de aumentar a produtividade de algodão e de acumular mais carbono no solo, o sistema plantio direto confere maior resiliência produtiva e subsídios para manter ou expandir o comércio mundial para uma sociedade cada vez mais exigente em processos produtivos sustentáveis”, argumenta.

Produtividade maior equivale a uma nova safra

A pesquisa foi conduzida em condições de sequeiro na área experimental da Fundação Goiás, município de Santa Helena de Goiás. Nos últimos sete anos do estudo, após a consolidação dos sistemas de cultivo e manejo do solo, a produtividade total de fibra foi de 13.958 quilos por hectare no sistema plantio direto, enquanto no monocultivo com preparo convencional do solo foi de 12.698 quilos por hectare. “No sistema plantio direto houve o incremento na produtividade de fibra de 1.260 quilos por hectare, o que equivale praticamente a uma nova safra”, observa Ferreira.

Países se unem por mais carbono no solo

A proposta "4 por 1000" é uma ação voluntária dos países para aumentar o teor de carbono nos solos mundiais a uma taxa de 0,4% ao ano na profundidade de até 40 cm. A ideia foi apresentada durante a COP 21, realizada em Paris no ano de 2015. A iniciativa baseia-se no princípio de que o solo e a agricultura fazem parte da solução para o sequestro do carbono e podem contribuir para melhorar a resiliência do solo às mudanças climáticas.
“O maior acúmulo de carbono na camada superficial do solo no sistema plantio direto se deve aos resíduos de colheita e ao abundante sistema radicular das gramíneas formadoras de pastagens. O cultivo de Urochloa ruziziensis em segunda safra, como planta de cobertura para a formação de palha e semeadura direta, protege o solo e melhora as suas características químicas, físicas e biológicas”, afirma o pesquisador da Embrapa.

20% mais carbono e 50% mais nitrogênio

Na parcela com plantio direto, o teor de carbono encontrado na camada de solo mais superficial, de zero a cinco centímetros, foi cerca de 55% acima do encontrado nas parcelas com preparo convencional do solo. Nas camadas mais profundas, até 30 cm, não houve variações significativas.
Ferreira relata que, no preparo convencional do solo, a matéria orgânica dos restos culturais de cada sistema de produção estudado foi incorporada ao solo, até aproximadamente 20 cm de profundidade, por meio da aração e da gradagem. “Esses processos favorecem a decomposição da matéria orgânica, principalmente de compostos orgânicos menos estáveis. Com isso, os tratamentos em preparo convencional, independentemente da rotação soja-algodão ou soja-milho-algodao, não foram suficientes para aumentar o teor de carbono na camada mais superficial”, explica.
Na camadas de 11 cm a 30 cm não houve diferença entre as parcelas por influência das raízes das culturas, que se encontram nessa profundidade. No entanto, nas camadas de 31 cm a 40 cm, o solo com sistema plantio direto apresentou maior teor de carbono em relação ao preparo convencional. “Isso se deve provavelmente à elevada capacidade de desenvolvimento das raízes de Urochloa ruziziensis até maiores profundidades”, afirma o cientista.

Sistema convencional perdeu matéria orgânica

O estudo também revelou que houve perda de matéria orgânica nas parcelas com preparo convencional do solo ao longo dos nove anos. “Medimos a matéria orgânica no solo antes do início do traballo, em 2005, e ao fim, em 2014, e verificamos que ela diminuiu 7% na camada de zero a 20 centímetros”, conta Ferreira.
Ao longo dos nove anos da pesquisa foram adicionados 996 quilos por hectare de nitrogênio mineral ao sistema monocultivo de algodão, enquanto no sistema plantio direto foram 649 quilos por hectare. “Apesar de ter recebido 347 quilos por hectare a menos de nitrogênio mineral, a manutenção do nitrogênio no solo sob sistema plantio direto foi maior, equivalendo a 320 quilos por hectare. Esse acúmulo de nitrogênio pode ser atribuído não apenas à ausência de revolvimento do solo, mas também ao potencial de ciclagem de nutrientes pela Urochloa ruziziensis”, observa o pesquisador, destacando que a inserção da soja na rotação foi ineficiente para aumentar o teor de nitrogênio no solo com o preparo convencional.
“Os sistemas produtivos baseados no preparo convencional do solo com arados e grades, com ou sem rotação de algodão, soja e milho, não influenciaram positivamente o balanço de carbono, não sendo suficientes para melhorar o estoque de carbono. Já no sistema plantio direto, o estoque aumentou 20% após nove anos”, conclui Ferreira.


Embrapa Algodão 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Denuncias de Desmatamento

No primeiro semestre de 2019, cerca de 100 denúncias de desmatamentos no Rio Grande do Norte foram recebidas pela  Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema). De acordo com o órgão, as fiscalizações serão intensificadas em todo o estado. A grave situação da floresta amazônica é um alerta para um maior cuidado com as áreas de preservação ambiental. Neste mês, os bombeiros tiveram de ser acionados para controlar um incêndio no lixão de Paraú, no Oeste potiguar. A prática é considerada uma infração e é passível de multa. De acordo com a coordenadora de fiscalização ambiental do Idema, Kelly Cristina, o baixo número de agentes dificulta as inspeções do órgão. “É muito difícil manter as fiscalizações em todo o estado com o baixo efetivo para fazer um trabalho de precaução e orientação”, destaca. O Idema conta com 22 fiscais para atender chamados nos 167 municípios potiguares. Para o ambientalista e presidente da SOS Mangue, Rodrigo Câmara, é necessário a criação de políticas ambientais. “Não há uma cultura de recuperar o que já foi degradado. É preciso preservar as matas ciliares dos e não apenas funcionar quando houver denúncia”, critica.criar blog

Brasil é grande potência na agricultura e no meio ambiente, afirma ministra

Sustentabilidade

Tereza Cristina destacou que a agropecuária brasileira está alinhada com a sustentabilidade ambiental

 

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou nesta terça-feira (27) que o país está produzindo alimentos e demais produtos agrícolas cada vez mais de forma sustentável. Ela participou do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura, no Anhembi, em São Paulo.
“O Brasil é uma grande potência de produção de alimentos, mas é também uma grande potência do meio ambiente. Nós damos sustentabilidade a tudo aquilo que nós produzimos. Não é porque poucos criam esses problemas, essas mazelas que hoje nós vemos, que nós vamos esmorecer. Vamos continuar batalhando, trabalhando, produzindo com tecnologia e cada vez usando menos área”, ressaltou.
A ministra lembrou que o agronegócio já exporta para 160 nações, mas pode alcançar ainda mais espaço no mercado agrícola global, ampliando a venda para a China, por exemplo. Para isso, o caminho, segundo Tereza Cristina, é investir em inovação tecnológica para ofertar produtos com qualidade.   
“O papel do Ministério da Agricultura é apoiar os empreendedores, para que vocês tenham toda a tranquilidade e facilidade para alcançar esses países. E também dar garantia aos países que importam do Brasil de que os serviços sanitários garantem a qualidade dos produtos”, afirmou, destacando os recentes acordos do Mercosul com a União Europeia e com a EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) como novas oportunidades para o agronegócio brasileiro.
De acordo com a ministra, estão em negociação acordos com o Canadá, a Singapura, a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Tereza Cristina ressaltou ainda a força do setor de aves e suínos, que emprega mais de 2 milhões de pessoas em toda a cadeia produtiva (agroindústrias, granjas e frigoríficos) e é a principal fonte de renda de 150 mil famílias.
Em 2018, a produção de frango chegou a 13 milhões de toneladas. O consumo anual no Brasil chega a 41 quilos per capita. Cerca de 30% das aves foram para exportação.
Em relação aos suínos, a produção soma 4 milhões de toneladas, sendo 16% para o mercado externo. As exportações de aves e suínos renderam US$ 7,78 bilhões para a balança comercial, no ano passado.
Homenagem
No evento, a ministra foi homenageada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) por sua atuação em defesa do agronegócio. A placa foi entregue pelo presidente da associação, Francisco Turra.
Participaram do evento os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Ratinho Júnior (Paraná), Renato Casagrande (Espírito Santo), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul) e Romeu Zema (Minas Gerais), além de representantes dos produtores, de cooperativas, parlamentares e de delegações internacionais. 

A poda das árvores é importante para garantir o equilíbrio ambiental em sistemas integrados de produção

desbaste de árvores 1O manejo das árvores em áreas de integração Lavoura-Pecuária–Floresta é estratégico para garantir o equilíbrio desse sistema de produção. O desbaste é uma das principais práticas para manter a produtividade da pastagem e melhorar a qualidade da madeira remanescente. A retirada de parte das árvores favorece a incidência de luz necessária para o desenvolvimento da forrageira e da cultura agrícola. As que permanecem proporcionam conforto térmico aos animais.
De acordo com o pesquisador José Ricardo Pezzopane, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), vários são os benefícios da implantação do componente arbóreo em um sistema de produção, mas é importante o produtor saber qual sua finalidade para planejar o número de árvores por hectare. Se a finalidade for conforto térmico aos animais, não é necessário um número muito elevado. Cerca de 100 plantas por hectare são suficientes. No caso de agregar valor ao sistema, com o objetivo de obtenção de madeira, o ideal é mais de 150 por hectare.
O desbaste também depende da quantidade de árvores no sistema. Até 150 por hectare, geralmente, o produtor fará apenas o corte final. Se for eucalipto, em média, com 12 anos de idade. Em modelos com mais de 400 plantas por hectare, indica-se dois cortes em um ciclo de 12 anos para manter o equilíbrio do sistema.
Para saber o momento certo, Pezzopane recomenda o acompanhamento constante. “Monitorar o nível de retenção de luz pelas árvores. Quando esse nível passa de 35%, está na hora de fazer o desbaste”, explica. Verificar frequentemente o crescimento do diâmetro e da altura também contribui para definição do ponto ideal. A estabilização do crescimento das árvores é um indicativo para o manejo. Deve-se atentar ainda ao vigor das pastagens. Quando o pasto perde o potencial produtivo, a orientação é retirar algumas árvores. Outra recomendação é aproveitar as oportunidades de exploração da madeira para usos específicos na própria fazenda ou venda.

Em relação à idade do sistema, quando o produtor for fazer apenas um desbaste, ele pode ser feito entre o sexto e o sétimo ano de implantação da ILPF. No caso de dois manejos, entre quatro e cinco anos, o primeiro; e, oito e nove, o segundo

Parque das Dunas recebe título da Unesco pela sexta vez consecutiva

Parque das Dunas recebe título da Unesco pela sexta vez consecutiva

O Parque Estadual Dunas do Natal Jornalista Luiz Maria Alves, recebeu nesta segunda-feira (26) a renovação do título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), concedido pela a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É a quinta vez que a Unidade de Conservação Estadual tem seu título renovado. A solenidade aconteceu no auditório Tocandira e contou com a presença de membros da equipe técnica e administrativa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN – Idema.
Para a gestora do Parque das Dunas, Mary Sorage, o título é bastante significativo para Estado: “Nossa responsabilidade de ter esse título nas mãos é gigante. É um título que diz para o Rio Grande do Norte, Brasil e Mundo que o Governo do Estado tem um compromisso com as presentes, mas sobretudo com as futuras gerações. Compromisso esse que está nas mãos de uma equipe dedicada e comprometida, que não nega o empenho de fazer com que essa Unidade de Conservação melhore a cada dia”, explica.
Os postos Avançados são centros de divulgação das ideias, conceitos, programas e projetos desenvolvidos pela Reserva. Para ser um Posto Avançado aprovado pelo Conselho é necessário que a instituição desenvolva pelo menos duas das três funções básicas da RBMA nos campos da proteção da biodiversidade, do desenvolvimento sustentável e do conhecimento científico e tradicional sobre a Mata Atlântica.
O conselheiro RBMA e representante da Unesco, Boisboudran Imperiano, participou da entrega do título e destacou a importância da preservação do Parque das Dunas. “A Mata Atlântica é uma das florestas mais ricas em diversidade de espécies e ameaçadas do planeta. O bioma abrange uma área de cerca de 15% do total do território brasileiro e inclui 17 Estados. Hoje, restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente. Em razão da devastação e das mudanças climáticas que nós enfrentamos, é de fundamental relevância a preservação dessa área aqui no Rio Grande do Norte. Além da manutenção da biodiversidade, a Floresta preservada contribui para a purificação do ar, a regulação do clima, a proteção do solo, rios e nascentes, favorecendo o abastecimento de água na cidade”, ressalta.
O título, concedido pela Unesco, tem validade de quatro anos, mas pode ser renovado, observando-se os esforços da instituição em cumprir as regras, no sentido de continuar trabalhando para a proteção do meio ambiente e desenvolvimento científico sustentável.
A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os seguintes objetivos básicos: preservação da diversidade biológica, desenvolvimento de atividades de pesquisa, monitoramento ambiental, educação ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida das populações, reconhecida pelo Programa Intergovernamental “O Homem e a Biosfera – MAB”, estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro.
Outros Postos Avançados do RN

O Rio Grande do Norte possui outros dois parques que possuem o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica: O Santuário Ecológico de Pipa, também administrado pelo Idema, e o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, localizado na capital potiguar

Patrimônio e arqueologia na pauta do 11° Fórum Nacional Eólico



Meio ambiente, preservação do patrimônio e arqueologia no âmbito da energia eólica estiveram entre os temas que pautaram as discussões no segundo dia da 11ª edição do Fórum Nacional Eólico – Carta dos Ventos. Órgãos ambientais, reguladores e empresas apresentaram suas experiências de atuação no processo de licenciamento ambiental e trouxeram reflexões referentes ao trabalho da arqueologia.
Lembrando a importância da proteção do patrimônio cultural, o Chefe Nacional de Licenciamento Ambiental do IPHAN, Carlucio Baima, esclareceu que o órgão não emite licenças e ressaltou sua principal missão: “O instituto simplesmente resguarda o patrimônio cultural, para que os empreendimentos eólicos não causem algum tipo de impacto a esses locais”.
Baima fez uma explanação sobre a missão institucional do Iphan para facilitar e explicou como funciona a avaliação de impacto sobre os bens culturais acautelados em âmbito federal nos processos de licenciamento ambiental federal, estadual e municipal, conforme a Instrução Normativa IPHAN n° 001/2015.
O licenciamento ambiental foi o ponto abordado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). A diretor geral do instituto, Leonlene Aguiar, falou sobre o trabalho do órgão no âmbito das energias renováveis, e ressaltou que o IDEMA prioriza o diálogo com o empreendedor e a responsabilidade ambiental. “Não há desenvolvimento se não for feito de forma sustentável e com segurança jurídica”, afirmou.
Dentre os novos parques previstos estão alguns que foram licenciados pelo órgão em uma força-tarefa montada no 1º semestre deste ano. “Nós estamos trabalhando com um Idema ágil e uma política de incentivos inteligente”, destacou o diretor do Idema.
Já o diretor de arqueologia e patrimônio da empresa de consultoria ambiental CRN-Bio, Felipe Sales, falou sobre os desafios ao conciliar a mitigação de riscos e os estudos sócio-ambientais com as obras de parques eólicos.

Projeto “Agrobiodiversidade do Semiárido” é lançado em Petrolina

Lançado no dia 19 de agosto, o projeto "Agrobiodiversidade do Semiárido” é uma parceria inédita entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). A solenidade foi realizada em Petrolina, um dos 53 municípios onde o projeto atuará, e contou com a presença de representantes de todos os estados incluídos na ação: Sergipe, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Piauí.
O projeto propõe um avanço no fortalecimento das redes de bancos de sementes. “É um processo inovador, para reafirmar e valorizar a agrobiodiversidade conservada e manejada pelos agricultores e familiares do Semiárido brasileiro”, afirmou Paola Cortez, pesquisadora da Embrapa Semiárido e coordenadora do projeto.
Para o chefe geral da Embrapa Semiárido, Pedro Gama, esse é um tema de extrema importância para a região do Semiárido. “A valorização da biodiversidade vai desenvolver um diálogo entre os conhecimentos técnicos e científicos com o saber popular”, ressalta.
A coordenadora executiva da ASA, Graciete Santos, acredita que essa união é um passo a frente de um diálogo que já vinha se consolidando há três anos entre as instituições. “A ASA vem, ao longo dos anos, desenvolvendo estratégias e programas, e essa parceria é importante para reforçar toda uma construção, uma afirmação de convivência do Semiárido. O projeto vem para fortalecer a nossa resistência, pois é no Semiárido que a vida pulsa, e é nele que o povo resiste”, destaca.   
O projeto Agrobiodiversidade do Semiárido faz parte do programa Inova Social, da Embrapa, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Cristhiane Amâncio, coordenadora do programa, espera que os três anos que virão do projeto mostrem estratégias de conviver e resistir. “Temos territórios vivos, pulsando e resistindo. Nesse momento ímpar podemos ressignificar o que é ser cidadão no Semiárido”.
Participaram do lançamento do projeto o presidente e diretor de extensão rural do Instituto Agronômico Pernambucano (IPA), Odacy Amorim e Reginaldo Alves, respectivamente, além do Superintendente de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolimento Rural do Estado da Bahia, Ademilson Rocha (Tiziu).
O projeto visa ampliar a proteção às sementes crioulas da região e inseri-las nas políticas públicas de sementes. É uma construção coletiva da ASA e de diversas Unidades da Embrapa (Semiárido, Tabuleiros Costeiros, Meio-Norte e Recursos Genéticos e Biotecnologia), que atuarão em 144 comunidades rurais em seus três anos de duração.
Além das sementes crioulas, o projeto vai fortalecer a fruticultura de sequeiro, com o aumento da produção de mudas nos viveiros das Escolas Família Agrícola, para uma subsequente distribuição para implantação de sistemas agroflorestais biodiversos.

Embrapa Semiárido

terça-feira, 27 de agosto de 2019

 Globo Rural: Grupo de WhatsApp contratou motoqueiros para incendiar floresta

“Dia do Fogo”, que provocou o recorde de queimadas em Novo Progresso e Altamira, no Pará, nasceu dentro do grupo “Jornal A Voz da Verdade”, no aplicativo Whatsapp, segundo apurou a Revista Globo Rural.
O grupo tem 246 participantes ativos entre produtores rurais, grileiros, sindicalistas e comerciantes do
município de Novo Progresso. Desses, 70 aprovaram os planos do “Dia do Fogo”. Esses 70 formaram outro grupo, criado pelo comerciante Ricardo De Nadai, batizado de “SERTÃO”, uma alusão ao nome de seu estabelecimento comercial (a loja Sertão Agropecuária). O novo grupo ganhou mais 10 membros e fechou com cerca de 80.
O principal objetivo deste segundo grupo (SERTÃO) era incendiar, no dia 10 de agosto, áreas de matas e terras devolutas, fazendo o fogo avançar sobre a Floresta Nacional do Jamanxim, uma reserva de 1,3 milhão de hectares conhecida pela sua rica biodiversidade. A ideia era alcançar a Terra do Meio, área de conflitos agrários na Amazônia.
No dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, motoqueiros contratados pelo grupo circularam pelos distritos localizados às margens da BR-163 ateando fogo no capim seco dos acostamentos. Nessa época de seca, a vegetação das margens é combustível fácil. As chamas chegaram a interromper o trafego da rodovia em vários trechos.
O fogo se alastrou queimando cercas e ameaçando atingir as moradias. Todos que estavam em suas casas nas vilas ao redor da BR naquele dia avistaram esses homens de capacete ateando fogo. O crime foi realizado também no município vizinho de Altamira, recordista de desmatamento e queimadas do Brasil neste ano, e se estendeu até ao Distrito de Cachoeira da Serra.
Fonte: Globo Rural


Meio ambiente

Produtor rural, o maior interessado na defesa do meio ambiente

Nas últimas décadas convencionou-se atacar o agronegócio como o principal vilão quando a questão são os problemas referentes ao meio ambiente

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Nas últimas décadas convencionou-se atacar o agronegócio como o principal vilão quando a questão são os problemas referentes ao meio ambiente. Uso de agrotóxicos contaminando nascentes de rios? Culpe os agricultores! Queimada de florestas? Culpe pecuaristas! Nada mais inverídico e injusto do que estas levianas acusações. Ninguém tem mais interesse na proteção e preservação do ambiente que os produtores rurais, pois é dele que eles sobrevivem. Se não houver terra, mata, floresta, capim, água, não existe pecuária, não existe agricultura.

Em um feliz artigo, o articulista Marcelo Sepulveda fez uma série de reflexões sobre os focos de incêndio, tema que tem tomado os noticiários nacionais e internacionais: “Você seria capaz de colocar fogo na sua empresa? Ou atear fogo no seu trabalho? Quem sabe por fogo na sua casa? Ou então pôr fogo no seu carro ou simplesmente queimar tudo o que você conseguiu juntar em anos de trabalho?”.
Ao que ele responde: “Não né! Pois é, não me surpreende sua resposta, ninguém em sã consciência seria capaz de tamanha loucura!”. A caça às bruxas promovida contra fazendeiros e todos os envolvidos no agro chega à beira do absurdo. Programas de comédia fazem sátiras ridicularizando práticas sem nenhum conhecimento de causa, deixando a sociedade com mais medo.

Mas qual o interesse do agropecuarista em envenenar o alimento que ele próprio consome? Qual o interesse do pecuarista em judiar do animal que dá sustento a ele e sua família? Novamente, nenhum. O homem do campo – e o nome já diz, DO CAMPO -, é o maior interessado em preservar o meio ambiente, pois ali é a casa dele, é onde ele vive. E aqui, tomo a liberdade de reproduzir um dado divulgado no artigo de Sepulveda: 60% de tudo que está preservado no país estão dentro das fazendas.
Podíamos dar ao público que lerá este artigo mais mil razões para convence-lo de que o vilão aqui não é o homem do campo, não é o fazendeiro, não é o pecuarista.
Se tem algo que deve ser culpado pelos incêndios que agridem nossos diversos biomas esta época do ano, são certos estilos de vida ao qual uma parcela da população está acostumada.
O fumante que joga uma bituca de cigarro na beira da estrada, e como bem enumerou Sepulveda: a latinha vazia jogada pela janela do carro, o marmitex de metal, qualquer peça metálica que caia dos veículos é um condutor de combustão, que sob esse calor forte e nesse tempo seco, um pedaço de metal aquecido pelo sol junto a um mato seco é o suficiente para um desastre!

O homem do campo, muito pelo contrário, arrisca a sua vida para salvar suas plantações e a vida de seus animais. Fazem de tudo para proteger sua única riqueza: sua terra!. E todo ano eles enfrentam esse pesadelo, pois quem depende do cerrado para sobreviver muito bem sabe que o cerrado é um bioma que depende do fogo para sobreviver.
Ao homem do campo cabe continuar, nessa época do ano, fazendo seu aceiro durante o final das águas para que o fogo, que normalmente se inicia na beirada das rodovias não adentre as suas terras, ou para que a faísca da fazenda vizinha não pule para outra e assim por diante. Existem produtores que tem até equipamentos para uma brigada de incêndio para combate ao fogo!

Então, é hora de achar que as vítimas são os bandidos, ter um pouco de empatia com o homem do campo e começar ajuda-los e não apontar o dedo.

Regras do Programa de Seguro Rural vai sofrer mudanças para o próximo ano

seguro ruralAs novas regras valem para apólices emitidas a partir de 2020 e têm como objetivo aumentar a área segurada e a quantidade de produtores rurais que acessam o benefício. A novas regras foram anunciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que devem vigorar a partir de 1º de janeiro de 2020. A medida foi tomada durante reunião do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural (CGSR).
Entre as principais mudanças está a elevação do percentual de subvenção ao prêmio para as culturas de inverno, frutas, hortaliças, além das modalidades pecuário, aquícola e de florestas. No caso das culturas consideradas de inverno, como o trigo e o milho segunda safra, o percentual será de 35% ou 40%, a depender do tipo de cobertura contratada, como riscos nomeados ou multirrisco.
Para as frutas, hortaliças e demais modalidades pecuário, aquícola e florestas, o percentual será fixo em 40%, o que representa uma elevação de 5 pontos percentuais em relação à regra atual. Já para os grãos de verão como a soja e o milho primeira safra, o percentual poderá variar entre 20% e 30%, também de acordo com cobertura escolhida pelo produtor no momento da contratação da apólice.

Para o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Mapa, Pedro Loyola, o conjunto de mudanças nas regras permitirá elevar de maneira significativa o número de apólices contratadas no Programa. “Precisamos massificar a contratação do seguro rural no país e essa medida, juntamente como a elevação do orçamento para R$ 1 bilhão no próximo ano, será um passo importante nessa direção”, avalia

Em Riacho da Cruz, agricultor expande plantação com barragem subterrânea



O agricultor familiar Miguel Carlos Moura, do município de Riacho da Cruz, está expandindo a plantação de cana de açúcar e apostando na implantação de um engenho para produzir rapadura e ampliar a renda da família.
No Sítio Poço Verde, Miguel e o pai trabalham também com o plantio de diversas culturas como milho, feijão, batata doce, banana, melão e, na pecuária, mantém a criação de bovinos, caprinos e ovinos. Tudo que produzem é consumido pela família.
Por meio da assistência técnica do escritório local da Emater-RN e do Regional de Umarizal, a família teve uma barragem subterrânea implantada na propriedade e, desde o final do ano passado, o cultivo de cana de açúcar está crescendo.
De acordo com o técnico agrícola da Emater-RN, Victor Ramon Nunes, “a barragem subterrânea foi construída atrás de um açude, com a finalidade de armazenar água para ajudar no processo de irrigação e no melhoramento da produção. Dentro da barragem foi inserido um sifão, que retém a água atrás da lona e ajuda no processo de irrigação diretamente para as raízes das plantas, sem a evaporação de água”.
Para o agricultor Miguel Carlos, “a barragem ajudou no aumento da produção, na redução dos custos com o gasto de água e, consequente, aumentou a renda familiar”.
Após a implantação da barragem, a família, que em suas gerações antigas já haviam possuído um engenho, tiveram a ideia de restaurar e dar sequência ao trabalho de beneficiamento da cana de açúcar, produzindo a rapadura, um doce conhecido por todos os brasileiros. Em todos os processos o agricultor é assistido pela Emater-RN