Historicamente a cana de açúcar é um dos     principais produtos agrícolas do Brasil, sendo cultivada desde a época da colonização.     Do seu processo de industrialização obtém-se como produtos o açúcar nas suas mais     variadas formas e tipos, o álcool (anidro e hidratado), o vinhoto e o bagaço.
Devido à grandeza dos números do setor     sucroalcooleiro no Brasil, não se pode tratar a cana-de-açúcar, apenas como mais um     produto, mas sim como o principal tipo de biomassa energética, base para todo o     agronegócio sucroalcooleiro, representado por 350 indústrias de açúcar e álcool e     1.000.000 empregos diretos e indiretos em todo o Brasil.
O Brasil produziu e moeu na safra 1999/00, 300     milhões de toneladas de cana de açúcar, 381 milhões de sacas de 50 kg de açúcar e     mais de 12 milhões de m3 de álcool anidro e hidratado.
PROÁLCOOL
O Proálcool, Programa Nacional do Álcool, é     o maior programa comercial de utilização de biomassa para produção de energia no     mundo. Representou a iniciativa de maior sucesso mundial, na substituição de derivados     de petróleo no setor automotivo, mediante o uso do álcool como combustível único nos     veículos movidos à álcool hidratado. Ainda hoje há cerca de 4 milhões de veículos     que utilizam exclusivamente este derivado da cana como combustível, representando 40% da     frota nacional. E não se deve esquecer o importante papel desempenhado na solução do     problema da octanagem da gasolina, substituindo o chumbo tetraetila, altamente prejudicial     à saúde humana, na mistura gasolina -álcool (gasohol), hoje aceita e usada em     praticamente todo o mundo 
Em 1975, numa tentativa de amenizar o problema     energético, o Proálcool foi criado pelo governo brasileiro com o objetivo de reduzir a     importação de petróleo. Naquela época o mundo vivia o primeiro choque do petróleo. O     Brasil comprava 80% do petróleo consumido e com a alta de preços entre 1973 e 1974, o     país teve que enfrentar o crescimento da importação que passou de US$ 600 milhões para     mais de US$ 22 bilhões. O Programa viabilizou a continuidade do abastecimento de     combustíveis automotivos baseados no uso da biomassa, através do incentivo à produção     de álcool nas unidades açucareiras e destilarias independentes, e do financiamento ao     desenvolvimento de motores apropriados pela indústria automobilística, e de uma extensa     rede de distribuição do combustível.
Posteriormente a baixa dos preços do     petróleo, tornou o álcool pouco competitivo, exigindo subsídios para a manutenção do     programa. Nos últimos 3 anos a política de eliminação de subsídios, provocou uma     certa desorganização que vem sendo vivida e discutida , à procura de um novo     equilíbrio entre os diversos atores da cena energética nacional. Atualmente, é baixa     a produção de veículos novos a álcool, mas a recente elevação dos preços     internacionais do petróleo cria perspectivas promissoras para o álcool combustível.     Mais ainda porque o álcool tem tido seu reconhecimento na comunidade internacional como     uma das possíveis soluções aos problemas ambientais destacando-se como um dos melhores     candidatos a ser apoiados com políticas de financiamento (Mecanismos de Desenvolvimento     Limpo - MDL), segundo o estabelecido no Protocolo de Quioto.
Informações Adicionais:
Proálcool – MCT e P
COGERAÇÃO     NO SETOR SUCROALCOOLEIRO
Desde a sua implantação e em maior escala a     partir da metade do século XX, as indústrias do setor sucroalcooleiro desenvolveram     instalações próprias de geração elétrica, seja através de pequenos aproveitamentos     hidrelétricos, óleo diesel, e depois face à indisponibilidade de energia elétrica e     aos seus custos, adotaram-se sistemas de geração, em processo de cogeração, ajustados     às necessidades do processamento industrial da cana de açúcar, utilizando o bagaço.
Mas como a quantidade do bagaço produzida é     muito elevada (aproximadamente 30% da cana moída), existe um grande potencial para     geração de eletricidade para venda comercial.
De acordo com vários estudos realizados, o     potencial de geração de eletricidade a partir de bagaço de cana no Brasil está     estimado em aproximadamente 4.000 MW com tecnologias comercialmente disponíveis. As     alterações na regras do mercado de energia elétrica, estão criando melhores     condições para a oferta de energia por produtores independentes, podendo ser atrativas     para o setor sucroalcooleiro, que vem experimentando mudanças e acompanhando pouco a     pouco o desenvolvimento tecnológico, para aumentar sua produção de eletricidade.